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secao 4!

Arquitetura da Infraestrutura:

Praça de Equipamentos da Estação Tamanduateí

André Vicente Ferreira de Almeida

Alexandre Delijaicov

CIDADES E INFRAESTRUTURA

O transporte público entendido não apenas como meio de mobilidade mas também como elemento estruturador da cidade contemporânea é o tema deste trabalho.

A partir da modernização do transporte sobre trilhos existente na Região Metropolitana de São Paulo novas centralidades e pólos de adensamento são possibilitados pelas estações e suas áreas de influência.

As estações Tamanduateí do Metrô e da CPTM servem de premissa para a criação de uma praça de equipamentos de cultura e lazer como forma de conciliar a escala metropolitana da infraestrutura com a escala local do tecido urbano, além de fazer a superação da quádrupla barreira formada pelos trilhos, o rio, as avenidas e a estrutura fundiária de grandes lotes industriais.

PROJETO

O projeto que inicialmente se detinha no edifício configurado pelas estações de trem e metrô e seus arredores imediatos ganhou maiores proporções na medida em que a própria localização de tais infraestruturas cria novas possibilidades para um novo projeto de cidade.

O grande número de galpões subutilizados (ocupados como depósitos) ou mesmo desativados, justifica uma nova utilização do solo urbano. Além de que com a construção do Ferroanel e do Rodoanel da RMSP será interessante pensarmos que essas indústrias remanescentes e os galpões de armazenagem mudem de localização em busca de melhor acesso ao transporte e ao escoamento de produtos, assim como uma diminuição no tráfego de caminhões nas avenidas.

O recorte de projeto ao longo dos trilhos da CPTM possui 2400 m de extensão com larguras variadas, totalizando uma área de 140 ha. A orla ferroviária torna-se suporte para a localização de um parque linear de escala metropolitana (área de 42,5 há).

Os espaços abertos configuram-se também a partir da implantação de quadras habitacionais e torres de escritórios. As quadras adotam uma tipologia de térreo e sobreloja com comércio e serviços, mais um andar comum (terraço elevado) e 10 pavimentos. São 6600 unidades habitacionais, garantindo uma densidade de 188 hab/ha na área de projeto e uma densidade de 1100 hab/ha por quadra.

A localização de tamanha nova densidade é elemento chave para a nova estruturação proposta - garantida pela facilidade de mobilidade e garantindo vida, diurna e noturna, ao parque e aos equipamentos propostos.

Com a extensão do córrego dos Meninos ou derivação do Tamanduateí a partir de dois canais com 20 m de largura em paralelo à ferrovia, busca-se a transformação do território atual configurado por sua paisagem árida e sem atrativos. A retomada da qualificação ambiental para a área se faz através da água e de vegetação.

A barreira apresentada pela ferrovia é tratada de formas diferentes durante o percurso do parque. As principais transposições para pedestres acontecem sob os trilhos na estação intermodal de transporte, valendo-se da presença do mezanino de integração.

Em alguns setores uma nova topografia é criada, através de taludes em direção à ferrovia, para entrincheirar os trilhos e realizar a transposição através de passarelas para pedestres e ciclistas. Quando não há os taludes, devido à necessidade de grandes planos para a prática de esportes, vegetação ou mesmo grades podem fazer essa separação. Manter o trem presente na paisagem.

ESTAÇÃO INTERMODAL

A organização dos vários fluxos e meios de transporte é o principal problema da estação intermodal. Com isso a idéia de um mezanino, abaixo da cota da rua e dos trilhos do trem, permite a união entre as duas plataformas do trem (uma do trem parador e uma do Expresso ABC) e a do metrô, criando ainda uma continuidade entre a rua e os espaços mais específicos.

O sistema de transporte de menor escala operado por microônibus teriam dois terminais protegidos ao longo das avenidas paralelas à linha do trem. A transição entre os dois meios de transporte seria facilitada pela biblioteca, implantada perpendicularmente à estação, criando um passeio coberto entre as avenidas e o mezanino.

O acesso às plataformas da CPTM e por conseqüência ao Metrô poderá ser feito também através do mezanino do balneário, criando uma rápida ligação do transporte aos equipamentos.

BIBLIOTECA

Uma grande estante-parede com 680 m de comprimento e 8,4 m de altura define o volume da biblioteca e da rua elevada, que percorre o vale do Tamanduateí, da encosta na Vila Prudente chegando até a Av. Presidente Wilson no Ipiranga.

Ao circular por um acervo de aproximadamente 132.000 volumes (ocupando 480 metros da extensão total), o leitor percorre as estantes ao mesmo tempo em que percorre a cidade.

Ocupando a cota 735,60, a biblioteca se organiza de um lado pelo acervo com pé-direito duplo, permitindo então que a outra fachada do edifício comporte as salas administrativas, sanitários, leitura, o telecentro e varandas. Na cota 738,50, o mezanino da biblioteca abriga um passeio coberto, fazendo então a transposição das grandes avenidas e ferrovia, desde a Vila Prudente até o Ipiranga, na Av. Presidente Wilson.

A ligação tanto da biblioteca como do passeio à cota da cidade, é feita através de torres de circulação a cada 60 m. Nas extremidades da rua elevada, o piso da biblioteca torna-se foyer de 4 auditórios.

A estrutura principal desse volume é composta por pilares ocos de 3 m de diâmetro que suportam vigas de concreto protendido que vencem um vão de 60 m no sentido longitudinal. Essa estrutura de concreto suporta então o piso da biblioteca e da passagem que são atirantados por vigas metálicas a cada 12 m. Buscou-se a mínima interferência de estrutura na cota 730,00 permitindo poucos trabalhos de fundação em terreno de antiga várzea.

BALNEÁRIO

Implantado perpendicularmente à rua elevada, o balneário (cota 742,10) composto por 3 piscinas (infantil, recreação e esportiva) tem seus acessos a partir de um mezanino na cota 735,60 (mesmo nível da biblioteca). O mezanino, acessado da rua pelas torres de circulação da biblioteca como também por escadas junto às avenidas, organiza programas de apoio ao balneário (vestiários, administração, sala de bombas) e ao transporte (bilheterias e bloqueios), além um restaurante e lojas.

 

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