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secao 4!

Projeto de Restauro:

De Residência Almeida Nogueira a Escola Paulista de Restauro

Diana Oliveira dos Santos

José Eduardo de Assis Lefrèvre

Localização: R. Major Diogo, 91.Bela Vista - São Paulo/SP
Data da construção: projeto de 1910, construção de 1911.
Área: terreno de 780 m²; construção de 370 m²
Uso inicial: residência da família Almeida Nogueira.
Uso proposto como forma de preservação: Escola Paulista de Restauro.
Nível de preservação 3 (NP3): preservação parcial do bem tombado.
Quando se tratar de imóvel, deverão ser mantidas as características externas, a ambiência e a coerência com o imóvel vizinho classificado como NP1 e NP2, bem como deverá estar prevista a possibili-dade de recuperação das características arquitetônicas originais.

O imóvel em questão sofreu consideráveis intervenções. No entanto, não sendo en-contrada grande quantidade de material de registro sobre as interferências feitas na casa ou mesmo sobre sua construção, optou-se por sua recuperação quase integral e interferências apenas as necessárias à conformação dos espaços da escola.

O projeto elaborado adota as premissas do Programa Monumenta, (adequadas à situa-ção encontrada e ao objetivo a ser atingido), a saber:

a. manutenção da maior quantidade possível de materiais originais, de forma a evitar falsidade artística e histórica;

b. na impossibilidade de manutenção de material original, sua substituição será feita por materiais similares e de natureza reversível;

c. a preservação da autenticidade do espaço envolvente, de modo que o mesmo não seja alterado de forma contundente e descaracterizadora;

d. a compatibilização do bem ao novo uso deve contribuir para sua manutenção e con-servação.

A residência teve o mapeamento de todas as patologias visíveis catalogadas para nor-tear as intervenções. Cômodos e fachadas foram previamente fichados e descritos em sua constituição e estado de conservação, de maneira que se pudesse formar um inventário inicial. A partir disso, concluiu-se que o imóvel precisa passar pelo processo de restauração, ou seja, intervenção direta para restituição e/ou reparação de um determinado aspecto en-tendido e comprovadamente original.

A remoção é recomendada apenas para os elementos completamente comprometidos por agentes de degradação e para os elementos descaracterizadores (ou sua adaptação de forma menos agressiva ao ambiente, tais como interruptores, canaletas, fiação elétrica e mesmo encanamentos).

Metodologia de projeto

1. Identificação e conhecimento do bem: pesquisa histórica propriamente dita, seguida da sistematização de informações obtidas por meio de pesquisa bibliográfica, arqui-vística e de fontes orais;

2. Levantamento métrico-arquitetônico: medição acurada do edifício com o auxílio de desenhos conseguidos na etapa anterior;

3. Análise tipológica e de materiais: com um levantamento pronto, pode-se partir para a análise da tipologia da edificação e entender graficamente a lógica de seu funciona-mento na atual situação; nesse ponto são identificados visualmente os materiais cons-tituintes de todos os elementos;

4. Diagnóstico: diz respeito ao mapeamento de todo tipo de dano encontrado no edifício até aquele momento. Os danos podem ser a perda de materiais, colocação indevida dos mesmos, lesões superficiais ou estruturais;

5. Proposta de intervenção: elaboração do projeto de arquitetura destinado ao uso que se objetiva, bem como dos serviços a serem aplicados para que a obra executada se man-tenha.

Definições de uso

O presente projeto se baseia principalmente em 3 diretrizes de intervenção: o nível de proteção do imóvel, o programa de necessidades de uma escola de restauro e o imóvel em si.

O NP3 determina a intervenção segundo manutenção de características externas e ambiência, com a possibilidade de recuperação de características arquitetônicas originais. Já uma escola de restauro depende da área de atuação à qual se quer destinar o espaço, o que está intimamente relacionado com o espaço físico disponível para isso. A partir de tais definições e conseqüentes limitações para o projeto, optou-se pela escolha das atividades adequadas ao espaço disponível de forma a constituí-lo como uma célula de ensino e formação profissional de pessoal para atuação tanto em áreas práticas quanto teóricas do campo multidisciplinar do restauro.

Segue o programa de necessidades:
- Áreas de uso coletivo:
Banheiros masculino e feminino
Cantina/ lanchonete
Recepção/ sala de espera
Sala de convivência
Estar externo
Biblioteca

- Áreas de uso restrito:
Secretaria/ direção
Cozinha/ despensa
Almoxarifado
Banheiro de funcionários/ vestiário
Sala de computadores
Sala de aulas teóricas
Oficinas de marcenaria
serralheria, cantaria, gravura/ desenho/ pintura
Depósito para materiais de maior porte e/ou específicos

As intervenções partirão de um programa de necessidades que se encaixou ao espaço disponível, passando pelas adaptações que o próprio imóvel exigir em função de suas con-dições. Tais condições não são as melhores para um objeto de tamanha relevância dentro do bairro e do conjunto da própria cidade. A falta de uso constante de todo o espaço aliada à falta de manutenção, ou mesmo manutenção inadequada contribuiu, e muito, para a degra-dação do bem em questão.

Uma movimentação de terra feita no imóvel vizinho após a construção da casa cola-borou para o deslocamento da alvenaria e o aparecimento de rachaduras que atravessam paredes inteiras e se constituem como primeiro ponto de intervenção. Entretanto, serão con-sideradas também as modificações necessárias ao novo programa que cada espaço vai abri-gar, processo esse que passa pela difícil mudança de uso: residencial para institucional.

Como centro de difusão de um conhecimento específico, a escola poderá atuar como formadora de mão-de-obra para a construção civil em geral (como cursos de desenho técni-co), mas com foco principal para a mão-de-obra especializada que os trabalhos de restauro exigem (como cursos para formação de restauradores de pintura mural).

 

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