O Espaço de Música Barra Funda é a idealização de um edifício com o objetivo de abrigar e promover espetáculos, festivais de música, apresentações e circuitos de shows, bem como incentivar a convivência, a apreciação e a prática da atividade musical, por meio de oficinas e cursos abertos à população.
O conceito do projeto permite a configuração de um espaço flexível, abrangendo uma diversa gama de atividades, subdividido em 3 partes: A ala central (sala de espetáculos) e as alas laterais.
As duas alas laterais funcionam como grandes praças cobertas, permitindo uma visão global do terreno e do entorno, sem fechamentos. Além disso, elas abrigam amplas áreas livres, prontas para receber diversos tipos de uso, como exposições, apresentações de pequeno porte, workshops, feiras, ou mesmo a circulação de um grande número de pessoas.
A implantação dos edifícios foi feita de forma a concentrá-los próximos ao cruzamento entre as duas avenidas, deixando livre a área oeste, no limite com o terreno vizinho, onde foram idealizados um grande bosque e o local do estacionamento de veículos.
A área central do terreno, que é abraçada pelos edifícios, está rebaixada a quase sete metros do nível da rua, formando uma platéia a céu aberto, protegida do ruído das avenidas, e destinada a receber um público numeroso.
Todos os edifícios possuem como cobertura palas de concreto suportadas por cordoalhas, e sujeitas exclusivamente ao peso próprio, formando curvas catenárias. A pala de cobertura da sala de espetáculos vence um vão de 65 metros, e é apoiada de um lado pela caixa de palco e do outro por uma grande parede inclinada de concreto, que sustenta os esforços de reação do peso da cobertura. As cordoalhas morrem em uma de suas extremidades na estrutura de concreto da caixa do palco, que com sua massa resiste facilmente aos esforços causados pelo peso próprio da laje. A parede inclinada de concreto recebe a outra extremidade das cordoalhas e permite sua redistribuição, de forma que as cordoalhas tensionadas descem ao chão através dos perfis de concreto que saem da parede.
A estrutura interna da sala de espetáculos é toda em concreto armado, no sistema viga/pilar, e todos os corredores de circulação, bem como os pisos técnicos, estão sobre lajes nervuradas, apoiadas de um lado em paredes de concreto e no outro em cintas que percorrem o perímetro da platéia, que por sua vez são sustentadas por pilares. Isso permite vencer os vãos sem a necessidade de pilares intermediários.
A característica principal desse edifício é a flexibilidade de uso. A platéia principal e o fosso da orquestra possuem plataformas pantográficas em forma de mesas elevatórias, equipadas com cilindros pneumáticos, que permitem uma ampla mobilização vertical, proporcionando diversas configurações ao espaço, de acordo com a demanda do espetáculo. Além disso, o palco tem duas aberturas: A boca de cena convencional, voltada para a platéia, e uma segunda boca de cena, voltada para o exterior do edifício, que se abre para um grande platô funcionando como platéia ao ar livre.
O edifício possui fechamento frontal em camadas de vidro, espaçadas verticalmente de 2 em 2 metros, que permitem a iluminação e ventilação naturais de todo o interior da fachada.
As rotas de fuga foram previstas para fazer com que o público percorra a menor distância possível até o exterior do edifício, obedecendo aos requisitos da norma de segurança contra incêndio. Em cada lateral da área de espetáculo há uma caixa de escada de emergência à prova de fumaça, com espaço reservado para resgate de pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Nas laterais próximas ao palco há uma série de portas corta-fogo para permitir a saída de emergência, desembocando na área de platéia ao ar livre.
O escoamento de águas pluviais do edifício é feito através de duas aberturas simétricas na pala de concreto, em seu ponto mais baixo, na projeção dos pisos técnicos, em que a água é conduzida para um reservatório e posteriormente reutilizada.
Tanto o edifício da ala norte quanto o da ala sul funcionam como praças cobertas que servem de acesso aos dois níveis principais do terreno. Como não possuem fechamentos nas laterais principais, conferem fluidez ao espaço, sem perder a configuração de edifício, com seus pavimentos intermediários e a distribuição de seu programa de atividades. O edifício da ala norte possui uma área livre destinada a abrigar exposições, dois grandes blocos de sanitários, para atender ao público de grandes apresentações, uma lanchonete e uma biblioteca de música com acervo de livros, mídias e partituras e sala de computadores, além de uma grande área de leitura e estar. O edifício da ala sul possui uma área livre de circulação, salas de curso, sala administrativa, espaço para oficinas, jardim interno, uma praça para feiras e eventos e dois blocos de sanitários.
A cobertura dos dois edifícios é formada por palas de concreto de 15 metros de largura, vencendo vão de 60 metros, com alturas intercaladas para permitir iluminação e ventilação para todo o prédio. Essas palas apóiam-se dos dois lados em uma viga de concreto, e suas cordoalhas passam pela viga descendo até o chão. Para sustentar essa viga, há uma seqüência de pares de pilares inclinados que se unem sob ela. As palas mais baixas possuem uma interrupção no concreto de 2 metros de largura em seu ponto mais baixo. Essa abertura é feita para resolver o escoamento das águas pluviais, que são conduzidas até essa área e recolhidas nos jardins projetados sob elas.
Área do terreno: 145.330 m2
Área construída projetada: 24.470 m2
Edifício da Sala de Espetáculos: 11.575 m2
Ala Norte: 7.525 m2
Ala Sul: 5.370 m2
Taxa de Ocupação TO = 0,17
Área total edificada: 38.224 m2
Edifício da Sala de Espetáculos: 22.132 m2
Ala Norte: 9.555 m2
Ala Sul: 6.537 m2
Coeficiente de Aproveitamento CA = 0,26
Acessos pela Av. Marquês de São Vicente e Av. Nicolas Boer.
Capacidade de público da Sala de Espetáculos:
Pessoas sentadas (platéia com cadeiras): 2510
Pessoas em pé (platéia em pista): 4500
Vagas no estacionamento: 600
