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secao 4!

Desenvolvimento de Empreendimento Imobiliário.

O caso de um condomínio residencial, na cidade de São Paulo

Tatiana Abramovicz

Em São Paulo a atividade imobiliária se consolidou entre a década de sessenta e o final dos anos noventa, período que caracterizou a concretização de um mercado aberto de compra e venda de imóveis e em que se firmou a engenharia financeira necessária para o desenvolvimento de todo esse processo. A conjuntura de crescimento econômico, o acelerado processo de desenvolvimento da cidade e a formulação de políticas claras no sentido de captação de recursos e financiamentos da casa própria levaram à solidificação da atividade imobiliária, que havia sido institucionalizada no Brasil em 1964 a partir da promulgação da lei de incorporação.

Paralelamente a esse processo, fomentadas por esse mercado imobiliário em desenvolvimento, começaram a surgir na cidade de São Paulo novas modalidades habitacionais. Nesse momento surgiram flats, condomínios fechados, além de loteamentos fechados implantados fora do perímetro urbano da cidade de São Paulo.

Os condomínios fechados que surgiram em São Paulo nos anos 70 sendo a primeira manifestação da sociedade paulista pelo fascínio de morar de maneira exclusiva e segura. Alphaville pode ser considerado o primeiro condomínio horizontal fechado de São Paulo. Apesar de o empreendimento se tratar de um loteamento e possuir características peculiares por não apresentar somente lotes para habitação, foi extremamente importante pois a partir da difusão desse ?novo estilo de vida?.

A princípio houve um limitado desenvolvimento desse tipo de empreendimento devido à fatores como: o preço do solo e a falta de legislação específica para essa modalidade de empreendimento. Como decorrência da crescente demanda de produção de conjunto de casas dentro da cidade de São Paulo, em 1994 foi promulgada a Lei nº. 11.605 de 12 de julho de 1994. Denominada ?lei das vilas?, ela permitiu o desenvolvimento de muitos condomínios horizontais, ou seja, de conjuntos de habitação uni-familiares buscando a tipologia de vilas.

Atualmente são lançados cerca de 380 empreendimentos imobiliários anualmente na região metropolitana de São Paulo. Na maioria desses empreendimentos, o papel do arquiteto no desenvolvimento do formato do empreendimento é muito sutil.

Embora a indústria da construção civil seja um segmento econômico que engloba diversas etapas de produção, o projeto de arquitetura é a etapa que possui um papel de grande relevância, se não o mais importante, nesse processo. Uma vez que é ele que define o conceito e as diretrizes do empreendimento. É o projeto que tem grande influência sobre o custo final da obra agregando valor, pois eficiência e qualidade ao produto e ao processo construtivo.

Partindo do princípio que o que falta ao arquiteto é o ?faro empreendedor?, esse TFG almeja aprofundar-se nas questões do desenvolvimento imobiliário em busca de maior poder de decisão do arquiteto nos empreendimentos em que atua, ou seja; em busca de maior valorização do arquiteto, ampliando o seu papel dentro da cadeia produtiva e adquirindo expertise para sua inclusão na concepção do empreendimento imobiliário.

Assim, apoiado na explosão imobiliária prevista para os próximos anos, na tendência mercadológica de desenvolvimento de condomínios horizontais e na necessidade de inclusão de arquitetos na elaboração das premissas de projeto, este TFG teve como principal atividade: a elaboração completa de um empreendimento residencial, cujo projeto encontra a convergência entre as práticas do mercado imobiliário e a boa arquitetura. Este TFG visou a elaboração de um empreendimento que vislumbre retorno financeiro ao seu possível investidor e apresente um projeto de soluções arquitetônicas de qualidade.

Também procurou o desenvolvimento de um projeto que formulasse um programa que atendesse de forma funcional às necessidades de seu cliente e que se inserisse no seu contexto urbano (a partir de uma implantação, de um estudo de massas e de orientações solares coerente) sem conflitar com a tipologia do seu entorno. Um projeto que buscou a acessibilidade, que se adequou aos condicionantes de confortos ambientais e que apresentou aspectos estéticos e uma tecnologia construtiva apropriados. Em suma, visou conciliar uma arquitetura contemporânea de qualidade com as práticas de engenharia financeira do mercado, inserindo e priorizando as decisões arquitetônicas em todas as fases do seu desenvolvimento.

Este TFG realizou-se a partir do estudo da bibliografia fundamental citada, de dados coletados em entidades pertinentes e de pesquisa de campo realizada em empreendimentos em lançamento. O trabalho é constituído de duas partes; a parte teórica de fundamentação e a parte prática aplicada ao estudo de caso desenvolvido, ou seja, ao empreendimento imobiliário desenvolvido.Dessa forma podemos dividir o trabalho feito em duas etapas: concepção do empreendimento e definição do mesmo.

A concepção do empreendimento é o levantamento de um conjunto de informações jurídicas, legais, programáticas e técnicas; dados analíticos e gráficos, objetivando determinar as restrições e possibilidades que regem e limitam o produto imobiliário pretendido. Já a definição do empreendimento é desenvolvimento do partido arquitetônico e dos demais elementos do empreendimento definindo e consolidando todas as informações necessárias a fim de verificar sua viabilidade física, legal e econômica, bem como possibilitar a elaboração de Projetos Legais.

 

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