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secao 4!

CASA MODERNISTA DA RUA SANTA CRUZ:

PROJETO DE INTERVENÇÃO

Karina Yuri Irino

Mônica Junqueira de Camargo

A proposta do Trabalho Final de Graduação em questão é a realização de um Projeto de Intervenção no terreno onde está inserida a Casa Modernista de Gregori Warchavchik, situada à Rua Santa Cruz, Vila Mariana.

O tema dá continuidade ao projeto de pesquisa que realizei entre março de 2005 e fevereiro de 2006, financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), sob orientação da Profa. Dra. Mônica Junqueira de Camargo.

Entitulada "Casa Modernista da Rua Santa Cruz - Gregori Warchavchik. Levantamento histórico com ênfase no período de seu tombamento (década de 80) até os dias atuais" (Processo FAPESP n°04/12173-8), nela foi realizado um extenso trabalho de levantamento de documentação primária, bibliográfica, pesquisa de campo, sistematização de informações e elaboração de relatórios. Assim, a pesquisa levantou e reuniu extenso material disperso em várias instituições e em posse de alguns pesquisadores.

Parte da pesquisa foi apresentada no III Seminário Docomomo do Estado de São Paulo, em agosto de 2005, sob forma de painel.

Durante o desenvolvimento do TFG, foi estabelecido um novo uso para o Edifício da Casa Modernista e no terreno no qual se insere: "Centro de Convenções Santa Cruz", cujas atividades se interligam diretamente ao Hospital Santa Cruz, localizado logo a frente do terreno em questão.

A obra possui significativa importância para a história da arquitetura moderna e mesmo assim, atualmente sofre pelo descaso e se encontra num avançado grau de deterioração. Sendo assim, é importante e interessante estudar tal obra e propor uma solução para que tal marco histórico se conserve.

Conclusões.

O material encontrado sobre a Casa Modernista é extenso, devido a sua relevante importância para a história da arquitetura brasileira e pelo fato de ter passado e ainda estar passando por períodos de significativa discussão. Desde meados dos anos 1980, quando correu o risco de ser demolida e ceder lugar a um empreendimento imobiliário, essa obra é noticiada pela imprensa esporadicamente.

Essa data marcou uma fase importante da obra, foi quando era quase certo que seria demolida para a construção de um condomínio residencial, com total consentimento da família do arquiteto Gregori Warchavchik, que infelizmente mostrava total desinteresse pela sua conservação.

Esta pesquisa, no entanto, possui análises que se restringem os períodos específicos. Isso ocorre pela deficiência das fontes: as bibliografias consultadas apenas publicam sobre a sua inauguração, relatando o impacto gerado e sua conseqüente rejeição num primeiro momento. Apesar da polêmica surgida, sendo chamada por alguns de "falsa obra modernista", uma vez que Warchavchik teve que se utilizar de artifícios para conseguir o resultado esperado, é fato que a obra cumpriu o seu papel "obra-manifesto", evidenciando que novos pensamentos surgiam e queriam se expandir. Já que foi o primeiro a inserir características modernas na arquitetura brasileira.

Pouco material existe a respeito da Reforma de 1934 nas bibliografias consultadas. Apenas há citações de que esta é a principal reforma sofrida, as demais foram pequenas alterações. Alguns documentos foram encontrados em documentos anexados ao processo de tombamento pelo Condephaat e no trabalho realizado pela arquiteta Anna Beatriz Galvão.

E sobre os seus tombamentos, propriamente ditos, pelo Compresp, Condephaat e IPHAN, se consegue material apenas indo pessoalmente em tais órgãos.

O papel da imprensa teve grande importância em basicamente dois momentos da história da Casa Modernista, em sua inauguração, em 1927, e na década de 1980, quando a Casa e todo o terreno correu o risco de ser destruída e ceder lugar a um conjunto residencial. Nesta ocasião, o imóvel já apresentava fortes indícios de abandono.

E somente após muito esforço, principalmente dos moradores de bairro, e claro dos órgãos competentes que a obra foi tombada pelo Compresp, Condephaat e IPHAN que seu valor foi reconhecido.

Entretanto, após esse fato, aparentemente, o interesse pela Casa se esvaiu e a Casa voltou a ser esquecida. E, apenas esporadicamente pode se ver pequenas notas divulgadas pela imprensa que anuncia que a Casa espera por verbas para executar por completo o seu restauro. Somente décadas depois, em novembro deste ano de 2006 que as reformas se iniciaram.

É importante ressaltar a importância de pesquisas e trabalhos que incentivem futuros interessados sobre esse tema ligado ao Patrimônio Arquitetônico.

Espera-se que a pesquisa desenvolvida sirva também de alerta para que a Casa Modernista e tantas outras obras que se encontram na mesma situação não desapareçam devido ao descaso e abandono.

Fica então, a questão: Tombamento garante, de fato, a sobrevivência a um bem histórico? Ou simplesmente adia a sua destruição?

Talvez essa dúvida surja porque o tombamento seja um instrumento em princípios de amadurecimento, que ainda precisa ser melhor desenvolvido.

Outra questão refere-se à importância de se efetuar pesquisas para não se tomar atitudes precipitadas quanto à conservação e restauração de uma obra. É necessário cuidado e cautela a fim de se conservar as características peculiares que tornam a obra em questão única. Daí a importância da documentação da obra que se pretende restaurar antes de qualquer atitude concreta.

Sendo assim, ao fim deste Trabalho Final de Graduação pode-se perceber as dificuldades para se preservar obras de significativa importância para a história da Arquitetura.

O descaso perante muitas obras ainda é elevado. E a Casa Modernista se inclui nesta estatística.

Em vista disso, foi estudada uma proposta de intervenção nesta obra a fim de recuperá-la fisicamente e estabeleceu-se um novo uso que colabore na sua manutenção, porém sem descaracterizá-lo.

Assim sendo, com o tema abordado neste TFG, de uma proposta de intervenção num bem tombado nas três instâncias: municipal, estadual e federal, pode-se enfrentar a complexidade de problemas reais. Estes por sua vez, exigiram o conhecimento das várias áreas da formação acadêmica adquirido no decorrer da graduação.

 

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