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secao 4!

ORIGAMI NO MOBILIÁRIO:

USO DE DOBRAS NO PAPELÃO

DEBORA LIKA YAKUSHIJI

CIBELE HADDAD TARALLI

Objetivo

Este Trabalho Final de Graduação teve como objetivo desenvolver um conjunto de mobiliário em papelão destinado ao público infantil (crianças de 4 a 5 anos) tendo como ponto de partida alguns princípios do origami:

O uso de dobras para criar um objeto tridimensional.
A possibilidade de aplicação de cores para definir planos e criar desenhos.

O material escolhido inicialmente foi o papelão ondulado que se mostrou como suporte possível para a fabricação de móveis segundo alguns projetos de referência, além de ser reciclável, barato, leve, não tóxico, de toque agradável, e descartável.

Justificativa

Esta proposta de trabalho partiu da combinação de quatro fatores:

Interesse no desenho industrial: Durante o curso de graduação, a área pela qual me interessei mais foi o desenho industrial. A idéia de projetar através de desenhos, modelos e maquetes me agradou, pois o resultado deste processo gerava um objeto bem próximo da realidade, satisfazendo minha expectativa quanto ao produto final.

Interesse no mobiliário em papelão: A experiência realizada na disciplina AUP-448, que tratou de uma proposta de projeto de um plano de trabalho (carteira escolar) em papelão, aproximou-me da temática, despertando o interesse tanto no material, quanto na metodologia de projeto na execução do objeto.

Conhecimento sobre o origami: Visou-se utilizar os recursos oferecidos pelo origami como capacidade criadora de idéias e como técnica. Esta permite transformar o papel (objeto plano), que não é estrutural, em um objeto tridimensional, através de dobras, encaixes, cortes e colagens. Neste trabalho, o papel foi substituído pelo papelão ondulado por ser mais resistente aos esforços que estarão sujeitos os móveis.

Carência de mobiliário específico para o público infantil (crianças de 4 a 5 anos): A grande maioria dos móveis disponíveis ao usuário infantil no mercado nacional é construída em madeira ou plástico. Normalmente são semelhantes ao mobiliário para adultos, mas com dimensões reduzidas e cores vivas. Em vista disto, este trabalho buscou criar um conjunto de mobiliário que seja ao mesmo tempo lúdico, resistente e de qualidade a fim de suprir esse mercado. Um material que a princípio supriu essas características foi o papelão. Além disso, possui outras vantagens como custo baixo, leveza e capacidade de ser reciclado.

Processo de desenvolvimento

Definida a proposta, iniciou-se a pesquisa sobre:

Origami, como tecnologia e ferramenta de criação.
Papelão, a fim de conhecer suas propriedades e principalmente sua resistência;
Mobiliário infantil, para definir as necessidades do usuário infantil e analisar os produtos existentes no mercado.

Paralelamente, durante todo o processo de desenvolvimento do produto, buscou-se a racionalização formal e construtiva, e a experimentação constante como ferramenta para evolução do projeto.

Os requisitos de projeto foram:

Facilidade de montar
Função lúdica
Segurança contra tombamento
Viabilidade de produção e econômica
Variedade de acabamentos
Simplicidade formal baseada no origami
Produção em papelão ondulado
Reciclage
Uso adequado para ambientes de brincar, estar, lazer e aprendizagem

Durante o processo de trabalho, conclui-se que as dobras não eram suficientes para estruturar o objeto e que não seria possível gerar cada móvel a partir de uma folha de papelão, por causa das dimensões do material. Foi preciso, então, abrir novas frentes de trabalho para fragmentação em partes do objeto de trabalho.

Por se tratar de um trabalho experimental e existir pouca informação a respeito do comportamento do papelão ondulado quando dobrado, decidiu-se trabalhar mais com modelos e menos com desenhos.

Projeto final

O objetivo foi alcançado, resultando numa família de móveis formada por um banco, uma mesa e uma estante para uso residencial, lazer, escolar e ambientes culturais; destinado às crianças de 4 e 5 anos.

Trazem como identidade a leveza do papelão ondulado articulada às superfícies lisas dos elementos horizontais e verticais. Os planos em ângulo criam um design simples e limpo, contrastando com a rudeza do papelão. Cada móvel funcionam como vigas (tampos e prateleiras) que se apóiam e pilares (pernas).

Material: papelão ondulado onda C
Técnica: dobramento, colagem e encaixe

Conclusão

O uso do papel no mobiliário é recente, pouco mais de 50 anos. Entretanto, já existem produtos de qualidade que comprovam a credibilidade do papelão na fabricação de móveis.

No mercado mobiliário, são poucas as opções de móveis infantis em papelão. Este projeto veio, então, tentar preencher parte dessa lacuna, agregando as características do papelão e do origami.

O resultado foram móveis simples, leve, inovador e de baixo custo. Outra característica que deve ser considerada é a autonomia de montagem, onde os móveis podem ser vendidos montados ou desmontados.

Há também a possibilidade de customização dos móveis com cores ou estampas, que podem ser impressas no próprio material ou em adesivos em vinil. Outra opção, principalmente para a mesa, seria a aplicação de algum material poroso, onde a criança pudesse desenhar com lápis, ou plastificado, para uso de pincéis ou canetas hidrográficas.

A durabilidade dos móveis em papelão ainda é incerta, pois foram encontradas poucas informações a respeito. Acredita-se, no entanto, que os móveis durem no mínimo 2 anos, segundo os projetos de referência. Além disso, existe no mercado o papelão impermeabilizado protegido da umidade, o que eleva a vida útil dos móveis.

Utilizar o papelão como ferramenta de trabalho mostrou que são variadas as opções de aplicação desse material. No início, acreditou-se que seria um trabalho simples e fácil de fazer. Ao desenvolvê-lo, a falta de informação e referência se tornou um grande obstáculo. Mesmo assim, a experiência foi compensadora.

 

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