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secao 4!

ASSUNÇÃO - UMA PROPOSTA PARA OCUPAÇÃO DA MARGEM OCIDENTAL

 

GUILLERMO GÓMEZ ABENTE

Ângelo Bucci

ASSUNÇÃO - INSERÇÃO GEOGRÁFICA NO CONTEXTO SUL-AMERICANO

Pensa-se numa ligação bi oceânica. Pensa-se num eixo hidroviário norte-sul que integre as bacias do ORINOCO, AMAZONAS e PLATA, de quase 10.000 kilometros de extensão. O Paraguai situa-se numa posição geográfica estratégica dentro destes corredores, uma posição quase central. Esta posição confere ao Paraguai, um país mediterrâneo sem saída direta ao mar, uma alternativa, um caminho. Estes corredores representam uma via de desenvolvimento não só para o Paraguai, mas para toda a região, e ao mesmo tempo significa uma integração territorial, continental, sul-americana. A integração hidroviária destas bacias ainda requer de muitas obras de infra-estrutura para adaptar os nossos rios às demandas das tecnologias contemporâneas e futuras. Novas embarcações, novos portos, novas cidades.

ASSUNÇÃO - A CIDADE

O Rio Paraguai bordeia a capital em grande parte de sua extensão, com aproximadamente 15 km de contato direto nas margens das águas, sendo quase 9 km na COSTA NORTE. Com o correr do tempo, a cidade foi crescendo de forma aleatória, sem planejamento, para dentro do território e dando as costas para o rio. Esta expansão desordenada para dentro do território hoje encontra limitações devidas à grande aglomeração urbana não só de Assunção, como também dos municípios vizinhos. Hoje, o Rio Paraguai tem deixado de existir como espaço aberto: Assunção desconhece o rio que lhe deu sua origem. O mesmo tornou-se um elemento secundário que de vez em quando aparece na paisagem, mas não é levado em consideração como parte do desenho ou paisagem urbana, nem para equipamentos lúdicos ou recreativos, nem como reserva ecológica. A proposta tem como objetivo reverter esta situação.

notas

O Rio Paraguai percorre o país de norte a sul, dividindo-o em duas regiões, ORIENTAL e OCIDENTAL. Na Região Oriental situam-se as maiores cidades do país, quase todas as indústrias, uma ampla rede rodoviária, a antiga rede ferroviária que hoje está desativada, e o Rio Paraná, no qual se encontram duas hidrelétricas (Itaipu e Yacyretá), além de ser outra via hidroviária sumamente importante. A Região Ocidental ou Chaco Paraguaio, pelo contrario, está muito menos desenvolvida, com uma quase total falta de infra-estruturas para o desenvolvimento urbano e econômico, dependendo totalmente da atividade agropecuária. Este contraste entre as duas regiões é ainda mais acentuado pela divisão física das regiões por um rio. O rio marca claramente uma barreira a ser ultrapassada. Esta situação não difere da situação da capital. Do lado oriental fica a cidade. Do lado ocidental não existe desenvolvimento urbano, tirando alguns assentamentos isolados. A ponte que atravessa o rio está localizada fora da capital, a uns 14 kilometros ao norte.

O projeto considera como elemento principal de estudo o rio. Mais especificamente, entender a situação atual do rio e suas crescentes periódicas, e como isto se relaciona e afeta a cidade existente. Partindo de um conhecimento básico do comportamento do rio, podemos então oferecer uma alternativa para com a cidade existente e com uma futura expansão - a cidade proposta.

ASSUNÇÃO - UMA PROPOSTA PARA OCUPAÇÃO DA MARGEM OCIDENTAL

A área de estudo é a MARGEM OCIDENTAL do Rio Paraguai que fica de frente para a costa norte da cidade de Assunção. O objetivo é oferecer diretrizes de expansão e possibilidades de projeto para a cidade existente e a nova urbanização, considerando o rio, seu regime, e o desenho das águas como fatores que norteiam a proposta.

Ressaltamos então dados sobre o rio que foram determinantes na elaboração do projeto:

A cota média do Rio Paraguai: +59,00 m.
A cota mínima registrada: +54,19 m. (2005)
A cota máxima registrada: +62,45 m. (1983)

A proposta considera a ligação entre a malha urbana existente, restabelecendo e criando acessos ao rio que hoje não existem, com a abertura de avenidas beira-rio, avenidas-parque, que conformariam este "frente oriental" da proposta. Já na margem ocidental, na "frente ocidental", o terreno é um pouco distinto. É um terreno praticamente plano, com cotas a partir de 58,00 m. nas margens, com um desnível desprezível, indo de 58,00 m. para 61,00 m. em 4 km. aproximadamente. A proposta busca oferecer novas situações com uma serie de movimentos de terra que vão construir o novo terreno a ser ocupado: canais, diques, barreiras, aterros.

Constrói-se uma rede de canais. Cria-se um frente de desenvolvimento urbano e até regional de quase 20 km. de extensão sobre o rio. Canais navegáveis, com 50 e 25 metros de largura. Todos controlados e fechados do regime do rio por um sistema de barragens e eclusas para permitir o passo quando as cotas de nível das águas sejam distintas (considerou-se a cota média do rio de +59,00 m. para a cota dentro dos canais). Aproveita-se este movimento de terra para construir barreiras ao longo da margem com o rio, diques de contenção, que servem também como base para avenidas e parques, ou avenidas-parques, bulevares que permitam o contato visual e físico com o rio. No caso de canais abertos longe das margens, estes aterros também são aproveitados para alocar as avenidas principais e um sistema de metrô de superfície em cota inferior à rua. A navegação destes canais permitiria à região e às áreas vizinhas um desenvolvimento agrícola, industrial, comercial e urbano. Cria-se uma cidade-porto, uma cidade-linear de quase 20 km. de extensão.

 

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