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secao 4!

Da luta ao projeto:

um exercicio projetual junto ao movimento de moradia

Leslie Loreto Mora Gonzalez

Reginaldo Luis Nunes Ronconi

Este Trabalho Final de Graduaçao é um exercicio de projeto, junto ao movimento de moradia, numa área do bairro de Guaianazes, em Sao Paulo, cujo item primordial de programa é a construçao de habitações junto a uma area de preservaçao de nascente.

Saliento que trata-se de um exercicio projetual e nao um projeto acabado e estanque. Pela sua natureza propositiva apresenta as limitaçoes de um trabalho de final de curso e e um exercicio que leva em conta as necessidades de uma comunidade real, que pode criticar, modificar, acrescentar, retirar ou ate mesmo refutar as propostas levantadas.

PRIMEIROS PASSOS

Um dos primeiros passos desta trajetória foi realizar uma pesquisa referencial de projetos de habitação social. Foram referencias que propiciaram resgatar idéias, soluções e maneiras de pensar a habitação e o ambiente construído. Outros programas de projetos foram incorporados a elas, além do habitacional.

O MOVIMENTO DE MORADIA

Sua origem vem dos grupos eclesiais de base da região de Guaianazes: Movimento de Moradia dos Flagelados das Enchentes de Guaianazes. Hoje eles não mantém a mesma relação orgânica com o grupo eclesial, pois realizam assembléias e reuniões isoladamente. A pessoa mais expressiva do movimento - o Sr. Jose Carlos, mais conhecido como Guaximin.

Como o próprio nome sugere o movimento - formado por moradores de uma área de risco da região, as margens do córrego Itaquera-Mirim, que após sucessivas inundações decidiram formar reuniões com a população atingida, formando o movimento. A partir do cadastro dos integrantes foi possível reunir as seguintes informações.

Número acima da média de pessoas com dificuldades locomotoras (idosos) e com necessidades especiais - 8%
Maioria das famílias possui até 2 filhos - 58%
Jovens e solteiros sem filhos, mas que moram com outras pessoas - 13%
Famílias com mais de 3 filhos - 21%
Familias que querem abrir comércio - 20%

A área

Localizada na região de Guaianazes, em São Paulo, o terreno alvo deste exercício - uma propriedade particular, alvo de um processo de regularização fundiária movido pelo movimento contra o suposto dono da terra: Carlos Dolécio, conhecido grileiro da região.

Segundo os dados do PRE da Subprefeitura de Guaianazes (Plano Regional Estratégico), a região é considerada como um bairro dormitório desde a década de 80, apresenta um grande déficit habitacional e irregularidade fundiária. Cerca de 80% das áreas não públicas estão em condições ilegais. Figura entre os índices mais altos de morte por causas externas (homicídio, acidente de trânsito e suicídio), chegando a taxa de 93 a cada 100 000 habitantes. E, além desses dados, o IBGE de 2000 caracteriza o bairro de Guaianazes como um dos que possui os menores índices de cobertura vegetal da cidade.

DIRETRIZES DE PROJETO DA POPULAÇÃO

São três os elementos principais que o movimento apresenta como diretrizes: 200 casas unifamiliares, preservação de toda a área próxima a nascente e a criação de uma horta comunitária que pudesse também gerar renda para os moradores.

Outros elementos foram destacados pela população: atender as pessoas com dificuldade locomotora e/ou portadores de necessidades especiais e não retirar as ocupações existentes no local. No entanto, nem todos as diretrizes foram seguidas, pois certas decisões de projeto, que não respondiam à visão da comunidade, eram necessárias.

CONCEITO ADOTADO COMO PROPOSTA

A criação de um espaço público junto a nascente, que atendesse a demanda por áreas verdes que o bairro de Guaianazes possui.
A implantação de uma escola de educação infantil, no terreno ao lado da escola já existente, interligando-a com a horta comunitária.
Escolher o ponto mais baixo da área para implantar a horta comunitária, aproveitando assim o curso do córrego para a irrigação das mudas.
O aproveitamento da topografia do terreno na implantação das unidades e na criação de vias internas.

Usar o platô no alto do terreno como elemento de atração para os moradores, através da implantação do Centro Comunitário.

Criar uma sequência de áreas verdes entre as quadras, interligando uma a outra e criando um caminho até o topo do terreno.

Com exceção das moradias do Sr. Alguertas e de Sr. Mário, as demais ocupações serão removidas e as famílias incorporadas ao número de unidades necessárias.

A ocupação das bordas do terreno pretende ser contida com taludes e áreas verdes e com a instalação de um equipamento público: uma creche.

Todas as ruas, calçadas e acessos devem a tender as normas de acessibilidade, usando para isso rampas e sinalizações de alerta. Com exceção das praças de interligação, onde as escadas serão predominantes.

CENTRO COMUNITÁRIO

Implantado no platô no alto da Rua Santa Etelvina, o centro comunitário propõe ser um elemento integrador da comunidade e do projeto. Dele pode-se ter a vista de toda a porção noroeste de Guaianazes. O programa consiste em uma cozinha comunitária, 6 salas para realização de cursos e oficinas, uma sala de reuniões para a comunidade e um pátio central para realização de confraternizações, festas e assembléias. Os arcos da catenária são feitos em madeira laminada. A estrutura da cobertura, em forma de parabolóide, é uma viga vagão também em madeira laminada. A cobertura é da mesma telha das habitações, de fibra prensada.

Ficha Técnica

ÁREA TERRENO:159 466,0 m²
ÁREA HABITAÇÃO:77 517,0 m²
TOTAL UNIDADES:385 un
No. HABITANTES:(385x3,5) 1347,5 hab
DENSIDADE:173 hab/hec
HORTA COMUNITÁRIA:2150,0m²
CENTRO COMUNITÁRIO:670,0m²
EDIFÍCIO
HORTA:1173,0m²
CRECHE:864,0m²
ESCOLA EDUC. INFANTIL:2448,0m²
TIPO A:3 ou 2 dormitórios, 84m²
TIPO B:3 ou 2 dormitórios, 72m²
TIPO C:Térreo comercial: 43m²
Sobrado sobreposto: 72m²
TIPO D:Térreo adaptado: 70m²
Sobrado sobreposto: 72m²

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bibliografia

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