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secao 4!

Evolução das Casas Paulistanas:

sete estudos de caso

Luana Sato

Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim

O presente trabalho consiste em um projeto visual multimídia, no qual se tenta reunir, com embasamento histórico e foco no projeto arquitetônico / estrutural, a evolução das casas paulistanas, da colônia aos dias de hoje.

Com o intuito de diminuir a abrangência de tal tema, e adequá-lo a um trabalho final de graduação, esta evolução será representada por estudos de sete residências paulistanas, passando pelas principais fases plásticas da arquitetura – fases essas, por vezes, chamadas de “estilo”, “movimento”, ou “tendência”. Cada estilo arquitetônico apresenta soluções diferentes para os problemas elencados pelo “abrigar” e “morar”, originadas pelas condições materiais, ou tendências impostas pela sociedade.

A variabilidade das soluções pode ser muito instigante do olhar cotidiano, que recai sobre conjunto urbanístico paulistano atual. Apesar de São Paulo ter sido reconstruída por cima de seus próprios escombros algumas vezes, ainda existem edificações que testemunham épocas de soluções construtivas bem distintas, as quais podem ser utilizadas em reposta a problemas futuros.

OBJETIVO

Esse tema foi escolhido para a compreensão e leitura das construções de um modo geral, no sentido de evidenciar o que realmente é relevante para o olhar do arquiteto e construtor, a fim de absorver o que cada edificação pode ensinar. O resultado pretendido é a síntese e a ilustração do que foi encontrado pela pesquisa, registrada em um novo meio de divulgação de informações, o CD – ROM.

ESCOLHA DOS CASOS

A escolha dos casos foi norteada pela facilidade em obter as informações de cada período, tanto no que diz respeito à oferta de dados bibliográficos, quanto no que tange ao acesso das residências eleitas, uma vez que o objetivo não era, apesar de importante para a universidade, destrinchar exemplares ainda desconhecidos.

A primeira fase a ser examinada por este trabalho é a bandeirista. O exemplar escolhido foi a Casa do Bandeirante, no bairro do Butantã, que está presente em muitas publicações e teses. O fato de ser um museu também facilitou a visitação.

A segunda fase é o Ecletismo, representado pela Casa das Rosas, edificação tardia e com elementos construtivos não tão característicos do período. Contudo sua boa localização – na Avenida Paulista, e seu livre acesso à visitação (hoje é um espaço cultural, pertencente ao Estado de São Paulo) foram decisivos para a sua escolha.

O Art Nouveau foi selecionado para a terceira fase, apesar de sua versão paulista ser considerada como mais uma das manifestações ecléticas. Porém, seu caráter singular é proveniente de um dos primeiros passos para a ruptura com o historicismo, o que justifica um estudo em separado. A casa representante desta fase é a Vila Penteado, ou FAU Maranhão (situada em rua de mesmo nome), a qual também já foi muito estudada, tanto pelo o que representa para a FAUUSP, quanto pelo seu restauro em andamento.

A quarta fase trata do Neocolonial, que também é considerado eclético, por importar elementos portugueses, mas que representa um segundo passo para a ruptura com o historicismo. A intenção desse estilo era interromper as manifestações ecléticas “neos”, por meio de uma retomada do passado. Devido a esta, muita documentação sobre o tempo da colônia foi preservada. A maioria dos exemplares remanescentes deste período ainda tem o uso residencial, o que tornou o acesso mais difícil. A casa que foi selecionada é habitada e se situa na Rua Polônia.

O Art Déco representa a fase seguinte, como verdadeira transição para o movimento modernista. A bibliografia sobre esse período não é tão ampla como a dos outros, e suas antigas residências, ainda existentes, são raras. Contudo, foi possível encontrar um exemplar tombado pelo CONDEPHAAT, que funciona como buffet de festas, na Rua dos Franceses, acessível com autorização da gerência.

O Modernismo é o penúltimo período. A casa escolhida foi a Residência Paulo Mendes da Rocha, situada em frente à praça que abriga a Casa do Bandeirante.

Por fim, o Pós-Modernismo, e o Contemporâneo, que apresenta dificuldade de análise enquanto não estivermos mais inseridos nele. O exemplar escolhido não representa todas as produções do período, mas traz alguns elementos comuns a todas elas. Trata-se da Residência Hélio Olga Jr., no Morumbi.

CONCLUSÕES

São Paulo, então, pode ser dividida em três grandes períodos, em termos de técnica construtiva – a taipa, a alvenaria de tijolos, e o concreto –, e ainda não se sabe se já estamos vivenciando um quarto, no qual a tecnologia tem papel de destaque.

Após os sete casos, pôde-se perceber que existem três principais fatores que condicionam o partido arquitetônico:
– Os recursos locais disponíveis, que ditam a técnica a ser usada, bem como o sistema estrutural, o qual impõe limitações ou promove possibilidades espaciais;
– As condições físicas e climáticas do local;
– O programa de necessidades que pode variar da vontade do futuro usuário (moldada pelo seu costume, ou por modismo), até o interesse especulativo do empreendedor.

Atualmente, temos a nossa disposição uma ampla gama de materiais e técnicas, e já compreendemos que o passado pode nos ensinar como lidar com elas. Seu estudo e registro são importantes para evidenciar quais os erros a serem evitados e contornados, ou quais as virtudes a serem aproveitadas.

Isso nos prepara para a atividade de projeto, independentemente do condicionante imposto.

 

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