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secao 4!

Centro Cultural da Gastronomia Brasileira - Largo da Batata

 

Marina Borges Pontes

Francisco Spadoni

O presente trabalho propõe a criação de um Centro Cultural da Gastronomia Brasileira no bairro de Pinheiros, mais especificamente no Largo da Batata. O centro, cuja proposta é ser uma instituição de Parceria Público-Privada, tem como objetivo difundir e valorizar a cultura da culinária do país, dentro da cidade de São Paulo, um dos maiores pólos gastronômicos do mundo. Seu programa se resume a uma escola de gastronomia, restaurantes e cafeteria, auditório, área para exposições e biblioteca.

O terreno escolhido para o projeto fica ao lado do Mercado de Pinheiros, ocupando uma parte do terreno da antiga Cooperativa de Cotia, que hoje encontra-se abandonado e funciona como estacionamento de automóveis. Além do projeto de dois edifícios destinados ao centro de culinária, o presente trabalho também se propõe a revitalizar o edifício do mercado e a quadra em que ele está inserido. A integração dos três edifícios cria novas conexões e espaços públicos, dando um novo uso à quadra.

A escolha do lugar

A região escolhida para o projeto situa-se ao lado do chamado "Largo da Batata", no bairro de Pinheiros, zona oeste da cidade. O bairro é o principal sub-centro de comércio e serviços da região Sudoeste da cidade e sua localização é bastante privilegiada, devido à relativa proximidade do centro da cidade e à farta oferta de transportes públicos. Na região do Largo da Batata há um importante terminal de ônibus, uma estação de trem da CPTM e, nos próximos anos, está prevista a inauguração de duas estações da linha 4 do metrô.

O potencial cultural do bairro vem crescendo nos últimos anos. Ao menos três instituições importantes ligadas à cultura e ao lazer instalaram-se recentemente em regiões vizinhas ao Largo da Batata: o SESC Pinheiros, o Centro de Cultura Britânica e o Instituto Tomie Othake.

Porém, o Largo da Batata e algumas ruas do seu entorno ainda contrastam com o processo de desenvolvimento e modernização pela qual o bairro vem passando. Localizado na av. Faria Lima, uma das ruas com o metro quadrado mais caro da cidade, o Largo da Batata é o trecho mais degradado do bairro. Os espaços públicos estão bastante deteriorados, as calçadas são estreitas, esburacadas e tomadas por ambulantes, há um excesso de postes e fiação elétricas e uma grande poluição visual, com fachadas mal conservadas e imóveis abandonados. Além disso, a desorganização do terminal de ônibus dão um aspecto caótico e aumenta o trânsito nas ruas da região.

Na tentativa de reverter esta situação, em 2002 a prefeitura realizou um concurso público para revitalizar o Largo da Batata. O objetivo era estimular o desenvolvimento de um novo perfil de atividades econômicas, baseado em serviço, comércio e cultura, reforçando a imagem pública do largo e valorizando seus antecedentes históricos e culturais.

A implantação de um centro ligado à gastronomia e cultura brasileira no Largo da Batata está em sintonia com os objetivos da Prefeitura. O Centro Cultural da Gastronomia Brasileira tem um forte potencial de reforçar essa idéia, uma vez que nele estão reunidos escritórios comerciais, restaurantes, cafés, área para exposições culturais e convívio social, além da escola de gastronomia.

Além do projeto de revitalização do Largo da Batata, houve ainda um outro fator decisivo à escolha do terreno: a presença, no terreno ao lado, do Mercado de Pinheiros. O mercado é um marco da região, apesar de atualmente ser pouco conhecido pelos paulistanos.

A presença do mercado reforça a idéia de implantar um centro gastronômico no terreno vizinho. Primeiro, porque o centro ajudará a resgatar e promover a importância histórica do mercado. Segundo, porque a presença do mercado facilita a logística de abastecimento dos restaurantes e da escola. Finalmente, o público que passará a freqüentar o centro ajudará a aumentar a visitação do mercado e vice-versa.

O Projeto

Para a implantação do projeto, é proposto um redesenho da quadra em que está inserido o mercado e a demolição de alguns imóveis ao redor. Para que os dois novos edifícios ficassem na mesma quadra do mercado, com uma total integração, a solução encontrada foi deslocar a rua Dr. Carlos Almeida em direção à avenida Faria Lima, ocupando uma parte do terreno vazio da antiga Cooperativa de Cotia e liberando uma faixa onde deve ser implantado o edifício principal do Centro.

Além disso, o projeto prevê a demolição de uma área ocupada por imóveis em más condições de manutenção e uso com, no máximo, quatro pavimentos, que possuem frente para a rua Cunha Gago e escondem o Mercado de Pinheiros.

Assim, o projeto prevê a construção de dois edifícios integrados com o mercado e de uma praça que integra os edifícios, cujo principal objetivo é estimular o lazer e o convívio social.

O edifício principal, o maior deles, concentra a maior parte do programa do centro: a escola de gastronomia, a biblioteca da escola, o auditório e área para exposições e eventos e um restaurante.

Para complementar o programa deste edifício, foi criado um edifício anexo, ao lado do mercado, na esquina das ruas Pedro Christi e Cunha Gago. No pavimento térreo e no mezanino encontram-se dois restaurantes ligados ao centro. Acima deles há mais cinco pavimentos destinados a escritórios, consultórios e outras atividades comerciais.

O projeto não ficaria completo sem a reforma do Mercado de Pinheiros, que, atualmente, está com suas fachadas, cobertura e interior mal conservados. Além disso, seu entorno está rodeado de imóveis deteriorados, o que acaba desvalorizando ainda mais a arquitetura do prédio. Para reverter essa situação, a proposta é fazer uma restauração da fachada e da cobertura, mantendo suas características iniciais, e valorizar o edifício repensando na área externa.

ficha técnica:

área do terreno = 10.837,00m²
área de projeção total = 5.108,00m²
edifício principal - área total construída = 12.582,00m²
edifício anexo - área total construída = 10.467,00m²

 

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