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secao 4!

Estudo sobre o a relação da ligação leste-oeste com o bairro do Bexiga

 

Alessandro Moreno Muzi

Milton Liebentritt de Almeida Braga

Introdução

Este trabalho teve como premissa inicial o estudo da relação entre a avenida ligação leste-oeste e os bairros cortados por ela (Liberdade, Glicério, Bela Vista). Em sua abordagem inicial se mostrou, naturalmente, como um problema complexo, envolvendo questões viárias em escala metropolitana.

Um paradoxo envolveu a implantação da ligação: bairros com características favoráveis ao pedestre e com bom histórico de acessibilidade foram afetados diretamente pela implantação de uma infra-estrutura de transporte metropolitano.

A partir desta questão foram elaboradas premissas para projeto, criando um cenário futuro para uma intervenção localizada: desvio do tráfego expresso através da implantação de uma via nos terrenos lindeiros a ferrovia; possibilidades de diminuição do transporte individual através do estímulo a intermodalidade e melhor acessibilidade a transporte coletivo.

A área definida para o projeto, a Bela Vista, é onde o contraste entre a via e o tecido urbano se mostrou mais flagrante. Na definição da intervenção, além de respeito a morfologia do local, fez-se valer a vocação da área para adensamento populacional e para turismo/cultura.

Manteve-se uma via de traçado próximo a atual, observando que a via possibilita a ligação intrabairros mas perde seu caráter expresso. A avenida não dá mais prioridade ao automóvel, mas se coloca como um via que permite a circulação confortável e agradável a qualquer um dos modais.

É possível com isso a criação de espaços livres e melhoria da acessibilidade da região.

Ligação Leste-Oeste: relação com entorno.

Concebida como uma intervenção destinada a compor o sistema viário metropolitano, foi extremamente marcante no tecido urbano existente.

Vale lembrar a afirmação de LAGONEGRO (2003), que questiona a implantação da via na região, refletindo sobre o fato de que o Glicério, a Liberdade e a Bela Vista, bairros cortados pela via, terem sua conformação anterior à da metrópole paulista, moldada para o transporte individual por automóveis. Estruturaram-se como bairros mistos de comércio e habitação, adaptadas a circulação de pedestres e com histórico de boa acessibilidade ao transporte coletivo. Beneficiaram-se muito pouco pelas melhorias de acesso possibilitadas pela Radial Leste-Oeste; de fato, a desestruturação do tecido urbano, especialmente na Bela Vista e no Glicério, acelerou a deterioração da área.

Diretrizes Gerais de Projeto.

1. Substituição da via expressa atual por avenida semaforizada. Tal via mantém o fluxo intrabairros e o acesso ao bairro atual, mas permite que o bairro se relacione com a via, articulando um sistema de espaços livres. A via implantada se coloca como acessível e adequada para utilização não só de transporte individual por automóveis, mas também para transporte coletivo, circulação de bicicletas, e pedestres.

2. Previsão de adensamento habitacional e reconstituição morfológica nas áreas lindeiras à via. As áreas potenciais para tal processo são: terrenos vazios, áreas desagregadas pela construção da via expressa, estacionamentos; levantados numa área de 100 m. da via projetada.

3. Implantação de programa de espaços voltados às artes performáticas, em especial ao teatro. Tal programa reforça o caráter cultural/turístico já assumido pela região.

Tais locais, dispostos ao longo da avenida proposta articulam espaços livres e possibilitam a ocupação e funcionamento dos mesmos.

A área então é dividida em três pontos de projeto - A. 9 de julho/são domingos, B. Praça Júlio de Mesquita, C. 23 de maio - com questões específicas apresentadas a seguir.

Ponto A - 9 de julho/Rua São Domingos
Aqui deu-se especial atenção às transposições de cota, entre a Av. 9 de julho e a Rua Santo Antônio e entre a Rua Santo Antônio e a Rua São Domingos. Foi mantida a estrutura da via expressa atual, o viaduto do Café, que abriga em seus baixos um teatro e um centro de cultura/galeria, relacionados às já citadas transposições.

Na rua São Domingos, a proposta se apóia no terreno alterado pela construção do viaduto, criando uma conexão entre as diferentes cotas da rua São Domingos e da Rua João Passalacqua, onde se implanta o centro de cultura.

Ponto B - Praça Júlio de Mesquita
O espaço resultante da retirada do Viaduto Júlio de Mesquita proveu uma área livre em que se propõe a implantação de uma praça.

É mantido o espaço livre, conformado pelas edificações existentes e pelos edifícios de habitação propostos, onde antes havia um quarteirão, demolido para a construção da Ligação Leste-Oeste.

Ponto C - Praça Pérola Byington/Av. Liberdade
No limite da zona de intervenção, é proposta uma passarela que liga os bairros da Bela Vista e da Liberdade. É por ela também que é feito o acesso aos corredores de ônibus previstos na Nova Avenida e na Av. 23 de Maio. A passarela provê a ligação entre esses bairros, completando um percurso que começa na subida das ruas Jaceguai e Manoel Dutra e leva ao bairro da Liberdade.

Junto a essa conexão é proposta a implantação de uma biblioteca.

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