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secao 4!

EIXO SÃO BENTO

Ana Luiza Padilha Addor

Álvaro Puntoni

O local de atuação escolhido para realizar este projeto foi a Rua São Bento, em Santos. Eixo importante que contém em sua paisagem física, resquícios das diferentes fases de evolução urbana da cidade. Uma mesma rua conecta as primeiras construções santistas a uma antiga realidade local de apogeu portuário além de caracterizar perfeitamente a situação atual de degradação físico-social da sua região histórica.

Nesta via, encontram-se imóveis de extrema relevância cultural e histórica: Igreja Santo Antônio do Valongo (1640), estação Ferroviária de Valongo (1867 – antiga São Paulo Railway), Ruínas do Casarão de Marquês de São Vicente, armazéns ferroviários e portuários importantes (armazéns do cais do porto 1 a 5), além do Mosteiro de São Bento já na encosta do morro. Estas edificações são os testemunhos físicos da história da cidade de Santos e, observando-os cuidadosamente, é possível descrever os momentos de desenvolvimento urbano santista.

É também o eixo “articulador” dos principais sistemas viários: ferroviário, rodoviário e marítimo. Nesta região estão localizados o terminal rodoviário, a antiga linha Santos-Jundiaí, além do cais do porto. Uma área de fácil acesso também localizada na “boca” de entrada da rodovia Imigrantes, importante via que liga a capital e interior paulista ao litoral.

Assim, por ser uma área histórica ao mesmo tempo zona de interface porto-cidade e de rica diversidade viária, a Rua São Bento se torna, naturalmente, “foco” de grande interesse para a cidade. Isto explica a minha opção pelo desafio de implantar uma primeira idéia de discussão no campo da revitalização urbana.

A partir da pesquisa histórica realizada em conjunto com a análise dos planos urbanos estratégicos e com o diagnóstico da área, foi possível definir os principais objetivos deste projeto e, conseqüentemente, o conceito e os novos programas a serem inseridos.

Quanto aos objetivos pode-se dizer que o principal, que permeia todo este estudo, é a busca por uma reintegração física e social da região central a cidade como um todo. Para alcançar tal resultado urbano, o projeto se pauta em quatro campos de atuação: reinserção de uma política habitacional no centro, visando o uso dinâmico e permanente da área; interligação porto-cidade tornando o cais do porto de acesso público; valorização da área como articuladora de sistemas viários; e, por último, priorizar o espaço público em detrimento do particular ao criar espaços livres de estar e lazer, tratando a “rua” como grande articuladora da intermodalidade espacial e funcional da região. Trata-se então, de uma busca para incluir uma nova população residente a um cenário urbano que permita melhores condições de vida. O porto passa a fazer parte do cotidiano urbano, configurando um espaço público importante. Este seria um dos primeiros passos na transição de seu estado atual de isolamento a uma condição de interdependência humana e social.

Além disso, para facilitar e complementar o acesso do interior paulista à costa, propõe-se a reativação da linha de passageiros da ferrovia Santos-Jundiaí. Com isso, esta região se tornaria o centro da chegada de visitantes. Esta nova demanda, impõe a necessidade de uma infra-estrutura de apoio, comercial e de serviços e estes estabelecimentos, nesta proposta, estão distribuídos por toda a extensão do eixo no intuito de valorizar o térreo, com seus espaços livres, como o principal lugar de convívio social.

Este estudo de projeto pretende descrever uma das possíveis soluções de intervenção para esta área escolhida. É importante enfatizar que se trata de um exemplo de atuação da primeira fase de um Plano Maior de revitalização urbana que, dentro de um princípio ideológico único, deve propor projetos coerentes com a situação e realidade de cada local.

Estas propostas devem conter um mesmo conceito e visar os mesmo objetivos para assim, criar um espaço integrado caracterizado por ações diferentes, mas conjuntas. Esta falta de união conceitual é, a meu ver, o cenário do atual plano estratégico vigente em Santos: intervenções pontuais sem uma interação comum pautados, apenas, na intenção de atrair investimentos privados.

O projeto Eixo São Bento, visou alcançar a integração diversificada nos diferentes aspectos de uma cidade: econômico, social, físico, humano. Com a criação de programas que possibilitem o seu uso permanente, esta proposta vê na retomada da dinâmica urbana a grande solução para o fim da degradação desta área.

 

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