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secao 4!

SISTEMA DE TRANSPORTE DE ALTA CAPACIDADE

Projeto de uma estação de metrô no bairro da Moóca

FULVIO TARIFA TONIATO

ÂNGELO BUCCI

O metrô é um sistema de transporte metropolitano mais rápido e eficiente. Na cidade de São Paulo uma composição do metrô realiza viagens levando 6 passageiros /m² enquanto que na Europa esse número cai para 4 passageiros /m². Sua capacidade de transporte é de aproximadamente 1524 passageiros. Em números atuais transporta cerca de 2,4 milhões de usuários por dia.

Ao analisar os dados da pesquisa origem-destino realizada a cada dez anos pela Companhia do Metropolitano de São Paulo juntamente com um estudo de implantação das linhas de metrô podemos verificar que a preferência cada vez maior pelo transporte individual é uma conseqüência da falta de conforto gerada pela superlotação dos trens nos horários de pico. Também verifica-se que a distância média e o tempo das viagens tem aumentado de onde se pode extrair que as pessoas encontram-se cada vez mais longe dos seus trabalhos, escolas e lazer. E é a partir desse ponto que o trabalho buscou se fundamentar.

A escolha do lugar partiu do princípio de implantar uma estação em um local que pudesse se beneficiar das transformações que um sistema como o metrô produz no bairro e seu entorno, além de integrar-se com outros sistemas de transporte existentes como o trem e o ônibus.

A linha D da CPTM divide os bairros da Moóca e Ipiranga. Neste local observa-se uma transformação dos bairros onde muitas indústrias estão abandonadas ou em processo de desativação (como é o caso da Companhia Antarctica de Bebidas) e ao mesmo tempo o surgimento de empreendimentos imobiliários residências que tem produzido uma forte verticalização na parte baixa do bairro da Moóca (tradicionalmente de baixo gabarito e casas remanescentes do período de forte produção industrial da região).

O PARTIDO do projeto buscou criar uma nova conexão modal de transporte integrando-se à malha existente da CPTM e ao Expresso Tiradentes e reconectou os dois bairros, antes separados pela orla ferroviária, através de uma praça rebaixada que servisse de caminho e de acesso para a nova estação de Metrô. Ao mesmo tempo o lugar oferece uma oportunidade de reorganização dos bairros através da utilização de terrenos e edifícios vazios, propondo uma nova ocupação que privilegiasse a criação de um bairro de usos mistos. Nele equipamentos públicos como Escolas, Hospitais, Edifícios Multifuncionais como o Poupa-Tempo, por exemplo, praças, etc se encontrariam próximos de novas casas e edifícios residências de pequeno porte. A premissa do projeto foi a de que pudesse haver uma integração modal entre os diversos sistemas (Metrô, Trem, Ônibus) e que fosse pensada para funcionar com equipamentos complementares como bolsões de estacionamento e bicicletários de forma a oferecer outras possibilidades além daquela do transporte individual.

Dessa forma a região estaria servida - além daqueles espaços de qualidade já existentes - de diversas outras possibilidades de transporte coletivo, equipamentos públicos diversos, lugares para práticas esportivas e ao mesmo tempo próximo do centro da cidade.

O adensamento dessa região procura causar um efeito inverso ao citado acima: as viagens se tornariam mais rápidas, mais curtas ou simplesmente diminuiriam pela possibilidade da criação de novos empregos dentro do próprio bairro.

A ESTAÇÃO possui três acessos. O primeiro é um antigo galpão da RFFSA que foi utilizado para concentrar um setor de serviços para implantação de quiosques com lanchonetes, cafeterias, quitandas, revistarias, etc. Junto as laterais do galpão foram projetados dois decks prevendo a colocação de mesas de forma a auxiliar os serviços oferecidos internamente. O galpão possui ainda uma escada e um elevador para deficientes que dão acesso ao nível inferior.

O segundo acesso é feito pela praça rebaixada que por escadas ou através de rampa liga diretamente a Avenida Presidente Wilson ao piso com as bilheterias, linha de bloqueio, banheiros masculino e feminino além de um pequeno depósito de material de limpeza.

Nesse piso encontra-se o setor administrativo da estação composto de: Escritório da Estação, Sala do Supervisor Geral, Sala de Apoio Logístico, Refeitório, Vestiários Masculino e Feminino com WC, Depósito de Material de Limpeza e Depósito de Lixo com acesso externo diretamente para a praça rebaixada de forma a facilitar a retirada dos resíduos. Por esse piso o pedestre tem a possibilidade de realizar a travessia por baixo da linha férrea, através da praça rebaixada, indo da Avenida Presidente Wilson à Rua Borges de Figueiredo x Rua Guaratinguetá.

O terceiro acesso está localizado na Rua Monsenhor João Felippo - rua sem saída onde atualmente se acessa a estação Moóca da CPTM - e é feito através de rampa que desce ao nível das bilheterias e linhas de bloqueio.

O acesso à plataforma pode ser feito por escadas fixas, escadas rolantes ou ainda através de elevador para deficiente. Atrás dos limites da plataforma encontra-se o setor técnico da estação composto por: Sala de Telecomunicações, Shafts de Exaustão e Insulflamento, Sala das baterias, Sala de Média Tensão, Sala de Baixa Tensão, Sala do Grupo Gerador além dos espaços de apoio: reservatório inferior, depósito de lixo e depósito de material de limpeza. Ainda é possível realizar a travessia até a Rua Borges de Figueiredo x Rua Guaratinguetá por um jardim sobre a estação ligando este acesso à praça rebaixada através de um jogo de rampas. No nível térreo ao lado do galpão encontra-se um edifício adaptado ao existente para servir como um bicicletário com vestiários masculino e feminino com WC.

A TECNOLOGIA CONSTRUTIVA procurou, em primeiro lugar, a preservação das características originais dos edifícios existentes e aproveitar-se do espaço ao ar livre remanescente utilizando-se a técnica de escavação VCA (Vala a Céu Aberto). Através dela realiza-se a construção de paredes diafragma, conectando a superfície ao nível da plataforma em túnel previamente escavado.

Para a laje de acesso à plataforma foi pensada a utilização de lajes nervuradas por vencer grandes vãos sem a necessidade de muitos apoios. Já para a laje de conexão entre o piso das bilheterias e a superfície foram utilizados elementos pré-moldados para compor uma laje alveolar. De característica leve, vence grandes vãos além de ser executada com rapidez sem a necessidade de mobilizar um grande canteiro. Essa solução foi adotada apenas para a estrutura desse pavimento por conta da profundidade e limitações laterais da laje inferior.

Nas áreas onde a construção da nova estrutura do edifício e o edifício antigo se confrontam procurou-se evitar ao máximo a escavação que levasse a exposição das estruturas do galpão. Onde não foi possível evitar tal confronto deve-se prever a utilização de escoras para realizar a construção das novas estruturas, sendo então posteriormente removidas.

FICHA TÉCNICA DA ESTAÇÃO INTERMODAL METRÔ | CPTM MOÓCA - IPIRANGA

ÁREA DE TERRENO 29.607 m²
ÁREA CONSTRUÍDA 30.312 m²

PISO TÉRREO - TOTAL 5.152m²
PISO BILHETERIA - TOTAL 12.574m²
PISO PLATAFORMA - TOTAL 5.323 m²
ÁREA EXTERNA - TOTAL 7.263 m²

Área Técnica 1.184 m²
Área Administrativa 578 m²
Área Paga 4669 m²
Área Não-Paga 15.844m²
Capacidade da Plataforma 400 pessoas simultaneamente

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