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secao 4!

Centro de Artes Praça Roosevelt

 

Júlio César de Campos Júnior

Helena Aparecida Ayoub Silva

O partido tomado para a elaboração do projeto é o de que o Centro de Artes deve ser um local para a prática de diversos tipos de artes, através de aulas, exposições, workshops, apresentações espontâneas, e ao mesmo tempo, sirva de passagem de pessoas e integração da cidade com o edifício a ser instalado e a praça na qual ele se insere.

O Programa do Centro de Artes se divide em duas partes, que no projeto se elevam em dois volumes diferentes, porém com união através do subsolo (térreo da rua Martinho Prado): a parte educacional, com suas salas de aula e estúdios, e a parte de exibições, que engloba a área de exposições, o auditório e a empena que serve de cinema ao ar livre. O edifício faz a ligação com a Praça através do Térreo, que se encontra no nível da grande laje restante do projeto original.

O projeto do Centro de Artes Praça Roosevelt se apropria de todo o espaço de utilização da praça, ainda que o edifício em si ocupe uma pequena área de projeção dentre os 26000 m² que englobam o espaço entre a rua Augusta e a rua da Consolação. Toda a proposta de reformulação do espaço da Praça Roosevelt antiga gira em torno de espaços que possam ser aproveitados para a integração sócio-cultural. Áreas amplas que podem ser utilizadas como espaços de exposição ao ar livre, três mini-palcos formados por patamares espalhados pela praça, uma arquibancada voltada para a empena onde se projetam filmes também ao ar livre, um desenho de piso que leva as pessoas a todas essas opções de lazer cultural caracterizam toda essa área como um grande espaço de aproveitamento e enriquecimento cultural.

O Partido inicial adotado anda lado a lado com o projeto da EMURB para a Praça Roosevelt: a retirada da marquise pentagonal, da escola infantil, do supermercado e da sede da polícia militar, para liberar a praça de obstáculos visuais. O projeto do Centro de Artes vai além disso, e propõe a que a construção da edificação se localize atrás da igreja, liberando um eixo visual que vai da rua Consolação à rua Augusta. Com a abertura de uma grande esplanada próxima à rua da Consolação, abre-se mais ainda o ângulo visual, e atenua-se a barreira que o próprio terreno já cria.

As plantas do edifício são simples, com uma circulação generosa de um lado e as salas de aula do outro, criando áreas de convivência maiores e sem recortes.

Cada andar recebe um nome diferente, relacionado com o tipo de arte realizada em suas salas. O térreo, denomina-se "Corporal", já que concentra o ensino das artes expressadas pelo corpo, a dança e as artes cênicas. São quatro grandes salas com caixilhos piso-teto, abrindo-se para o bosque localizado atrás da igreja, trazendo iluminação e o exterior para dentro da sala.

O primeiro andar recebe o nome de "Plástico", pois concentra os cursos de artes plásticas, como desenho, pintura, escultura e artes digitais. No segundo andar, o nome "Musical" deixa claro o tipo das aulas em que o andar é especializado. Instrumentos, grupos de canto, teoria musical e um estúdio de gravação dividem-se nas dependências do andar.

No Subsolo, é aproveitada a infra-estrutura já existente no estacionamento, porém parte deste é transformada numa parte do Centro de Artes. Além de concentrar as áreas mais técnicas do Centro, como a administração, o depósito e as dependências dos funcionários, o subsolo possui dois grandes atrativos, que são a biblioteca especializada em assuntos relacionados às artes, e a grande área de exposições interna, que em especial, tem um recorte na laje superior, dando a essa área um pé-direito duplo, e se abrindo às visuais de quem se encontra no térreo, ao nível da praça. Isso confere a esse andar o nome de "Experimental". Acima dessa grande abertura, ao nível do primeiro pavimento do edifício do Centro de Artes, está o Auditório para 200 pessoas, que serve como espaço de realização dos estudos elaborados nas salas de aula. O auditório eleva-se num volume independente do Edifício principal, mas liga-se a ele através da laje do primeiro piso, que forma um pátio coberto no térreo, com passagem e visuais livres para quem está na praça. Essa ligação se faz interessante devido à presença do café, ali instalado para atender ao mesmo tempo às necessidades de quem freqüenta as aulas ou o auditório.

Três entradas diferentes - uma pelo nível da praça, a principal, outra pelo nível da rua Martinho Prado, e a terceira pelo estacionamento, para quem chega de carro, permitem o acesso a todas as dependências do Centro de Artes.

A circulação vertical se dá principalmente por meio da escada principal, locada fora do corpo do edifício, e protegida por uma caixa de vidro que se abre para o pátio. Há também 2 elevadores para a utilização de Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE).

Na Fachada Norte do Edifício estão localizados os caixilhos piso-teto, que trazem iluminação (filtrada pelas árvores do bosque) para todas as salas de aula. Nessa fachada também se destaca o volume que se sobressai da edificação com um balanço de 10m de comprimento, estruturado como um bloco monolítico extensão das lajes cogumelo. Esse volume é uma caixa de concreto que abriga, no primeiro andar as salas de escultura, que se abrem para uma varanda, e no segundo andar as salas de instrumentos musicais de pequeno porte.

A estrutura do edifício marca-se por reforçar alguns dos pilares já existentes a partir do térreo para o subsolo, pois passarão a receber novos pilares, que sustentarão as lajes - cogumelo, de 0,40 m de altura.

O Piso tradicional de concreto recebe, por quase toda a extensão da praça, um desenho que marca a circulação dos pedestres e serve como guia para entrar no centro de artes ou atravessar a praça.

Ficha Técnica:

Local: Praça Roosevelt, São Paulo
Área do Terreno (praça): aproximadamente 26.000 m²
Área Construída: aproximadamente 5.000 m²

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