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secao 4!

CAMBUCI MOOCA - PRAÇA DE EQUIPAMENTOS - AUDITÓRIOS

 

Lenita Pimentel Apolinário

Ângelo Bucci

Proposta

A área escolhida fica na antiga zona industrial de São Paulo, ao longo do rio Tamanduateí, entre a avenida do Estado e a linha D da CPTM. O trecho de intervenção se estende da margem norte da av. do Estado, no Cambuci, até a av. Presidente Wilson.

O conceito principal da intervenção é a reconversão funcional do espaço construído, prevendo zonas de abertura, como que respiros num chão hoje tão tragado pelo concreto. Preservar o que for possível de ser preservado, reciclar o já construído, minimizando assim o consumo de recursos cada vez mais escassos.

A área escolhida tem um caráter muito peculiar pelo fato de ter, de um lado um conjunto dedicado ao ensino, e de outro a conexão com o sistema ferroviário.

Isso torna o lote entre as avenidas do Estado e Presidente Wilson muito adequado para fazer a "ponte" entre estes dois programas - o transporte e a educação.

O processo de trabalho se deu em diversas escalas, partindo da escala urbana, onde foi proposta a subdivisão da área em lotes menores e aplicado um zoneamento com usos mistos; depois foi feita uma abordagem na escala da grande quadra de equipamentos e por fim na escala do edifício.

O zoneamento da área foi pensado de modo a garantir o uso da área em todos os horários ao longo do dia, diferente do que ocorre na região atualmente, com equipamentos de esporte, lazer, educação, moradia e serviços. A taxa de ocupação prevista também foi da ordem de 50%, considerando um aumento da permeabilidade atual do solo, a preservação da vegetação existente e aumento das áreas arborizadas, estas medidas são de extrema importância para a melhoria da qualidade ambiental local.

Os terrenos escolhidos, hoje funcionam apenas como centro de distribuição de bebidas, hoje nenhuma atividade de produção é realizada, estão em funcionamento apenas alguns galpões. Edifícios administrativos e da antiga área de produção, permanecem desativados e absolutamente sem manutenção.

As áreas de propriedade da AMBEV formam um conjunto composto por 3 partes distintas:

1- núcleo original, junto à ferrovia, onde as primeiras atividades de produção da Cervejaria Bavária tiveram início. As primeiras construções datam do final do século XIX, com registros de construção dos anos de 1894 e 1896. Hoje o conjunto, que apresenta construções cujo valor histórico é de grande importância, está completamente desativado e em péssimo estado de conservação.

2- área de expansão da produção, já no início do século XX, a planta de produção passa a ser estendida para o trecho entre as avenidas do Estado e Presidente Wilson. Este é o trecho onde ainda se mantém atividades de estoque e distribuição, embora as instalações permaneçam em boa parte desativadas e sem qualquer condição de manutenção.

3- Escola Técnica Walter Belian : Instituição mantida pela AMBEV em parceria com o SENAI, voltada ao ensino fundamental, médio e médio profissionalizante em Química Industrial, Artes Gráficas, Secretariado, Informática. Forma por ano cerca de 180 alunos, filhos de trabalhadores da companhia, e alunos das comunidades próximas à escola.

A Praça de Equipamentos

Tendo como base o zoneamento funcional, uma grande praça de equipamentos foi proposta, cinco conjuntos de edifícios existentes foram mantidos, com programas novos, destinadas a abrigar quadras, biblioteca, espaços para funções administrativas e pavilhões para feiras exposições. Tais programas podem ser espaço de atividades do público que freqüenta a escola tecnica e também pelas escolas e universidades próximas.

Além destes edifícios reaproveitados, a praça foi pensada como um grande espaço público de escala regional, equipamentos de lazer, esporte e educação podem usados pela população local e da região, aproveitando a acessibilidade garantida pelos trens da CPTM e futuramente do Metrô, pelo Expresso Tiradentes e pelo sistema viário.

Outra função importante da praça é também a ligação entre os dois lados da Av. do Estado, ligando assim o Cambuci à Mooca, aproveitando-se da existência da escola técnica, estendendo para os equipamentos da praça atividades complementares no dia-a- dia da escola.

A função que "amarra" este conceito é a previsão de uma passarela vinculada ao único edifício novo do conjunto, que abriga dois auditórios, e que é por fim o objeto de projeto mais detalhado.

Os Auditórios

O conjunto de dois auditórios, com capacidade para 385 e 580 lugares, destinados a realização de palestras, seminários e apresentações em geral, comportando tanto o público da escola, quanto o público externo. Também fazem parte do conjunto um pequeno restaurante e espaço para exposições, integrando-se às demais funções da praça.

Os auditórios estão dispostos com arquibancadas opostas de modo a conformar um espaço central amplo, onde estão as circulações verticais, elevadores e escadas rolantes. No piso superior há o acesso ao conjunto, através da passarela, e o espaço de exposições; no piso intermediário estão a bilheteria e os acessos através da praça e pela cobertura do restaurante; e por fim, o piso inferior abriga a entrada dos auditórios, o foyer é onde se pode acessar também o restaurante e um jardim inferior.

O edifício é todo em estrutura de concreto armado, lajes nervuradas com módulos de 2.50 x 2.50 (cobertura) e 1.25 x 1.25 (demais lajes). Os vãos entre pilares são de 10m (auditórios) e 12.5m (átrio).

O edifício possui configuração longitudinal e tendo as maiores fachadas dispostas no sentido noroeste-sudeste, os fechamentos externos são em vidro, protegidos por dois grandes panos de concreto "pendurados" na cobertura que se estendem até o nível térreo (727). Estes panos protegem as salas da insolação mas, permitem a entrada de iluminação natural de forma difusa; a parte inferior do edifício, semi-enterrada, fica exposta, permitindo a apreciação do jardim superior e dos espelhos d'água.

Auditório 1: 385 lugares
Auditório 2: 580 lugares

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