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secao 4!

Habitação Contemporânea e Mobiliário

Soluções para espaços reduzidos

Camila de Souza Silva

Giorgio Giorgi Junior

O tema mobiliário foi escolhido devido ao meu interesse pelo tema desde o início do curso , quando participei da pesquisa "Design e a industrialização do mobiliário" financiada pelo projeto PIPE/FAPESP coordenado pela Profº Yvonne Mautner.

Pouco antes do início do TFG, o contato com alguns projetos de mobiliário compacto ou multifuncional chamaram a atenção para a possibilidade de estudar o tema , não só pelas possibilidades de projeto do objeto mas também pela análise do contexto em que este tipo de projeto aparece atualmente.

Teve início então a pesquisa teórica com o objetivo analisar brevemente a evolução da habitação dos centros urbanos observando mudanças ao longo do tempo, de acordo com sua conformação física e na dinâmica das atividades realizadas dentro desse espaço, que há algum tempo tendem a ter suas áreas reduzidas, e como estas atividades se relacionam .

O tema habitar espaços mínimos começa a atrair maior interesse dos arquitetos no início do século XX tendo grande destaque dentro do movimento moderno . Desde então é recorrente o exercício sobre o tema sob diversos aspectos. O projeto de mobiliário também sofreu grandes mudanças a partir desses estudos. Para as áreas reduzidas das habitações, tornou-se necessário o estudo de vários elementos móveis que se adequassem a esse espaço como camas escamoteáveis, mesas dobráveis, portas de correr, e armários embutidos. Os materiais utilizados também modificavam-se, buscando uma maior industrialização das peças, não havendo espaço para os móveis pesados e cheios de detalhes e adornos de até então.

No Brasil, experiências pontuais marcaram o estudo do mobiliário compacto produzidos em escala industrial principalmente a partir da década de 1950, quando, diversos arquitetos e designers também apresentaram a preocupação com mobiliário popular, porém segundo FOLZ (2002) essas investigações no Brasil foram constantemente prejudicadas pelas cópias indiscriminadas dos desenhos por alguns fabricantes de móveis.

Hoje, em função da acelerada evolução da tecnologia de comunicação e informação, pode-se observar a ampliação das atividades feitas em casa através de um "espaço virtual" que há poucas décadas seria impensável, podendo-se exemplificar com atividades como compras, muitos novos tipos de entretenimento, educação. Destaca-se entre essas atividades o trabalho remunerado, que retorna ao espaço da habitação

Nesse sentido, o que se percebe é que em meados da década de 1980, surge a figura do "tele-trabalhador". Grandes empresas investigam novas formas de relação dos trabalhadores e a empresa, criando experiências em que o trabalhador executa suas tarefas em local distante da sede da empresa, dentro de suas casas ou em tele-centros específicos, situados mais próximos de suas casas.

Atualmente, crescimento do trabalho em casa se dá não somente pela adesão de grandes empresas a esse modo de organizar suas equipes, mas freqüentemente pela adesão do trabalhador autônomo à junção de trabalho e habitação em um mesmo ambiente. As principais vantagens nesse caso seriam econômicas, já que se reduz gastos de aluguel, transporte, alimentação, alguns impostos, etc.

O crescimento do número de trabalhadores autônomos nessa condição está ligado principalmente à novas profissões cuja estrutura de funcionamento está ligada diretamente à recursos tecnológicos e que necessitam basicamente de redes de comunicação eficientes e equipamentos eletrônicos .

Além dos trabalhadores que optam por trabalhar integralmente casa, outro fenômeno recorrente atualmente é a extensão da jornada de trabalho para além das horas de escritório, ou profissionais com certa flexibilidade de horário, permitindo que algumas atividades sejam feitas sem o deslocamento até o escritório.

Soma-se à pesquisa de contexto histórico, o estudo direcionado ao mobiliário multifuncional e esquemas de compactação possíveis. Nessa fase foram analisados tanto móveis contemporâneos, linguagens e materiais, quanto a compreensão de mecanismos de compactação de objetos mais simples que serviram de referência posteriormente.

No projeto, a partir das referências alguns mecanismos foram testados até chegar-se à configuração final buscando introduzir conceitos de compactação modulação e racionalização de sistemas construtivos juntamente com uma linguagem contemporâneas.

Por fim o projeto desenvolvido contou com duas referências fortes não listadas na pesquisa de referências anterior que abordou o mobiliário contemporâneo.

O projeto final caracteriza-se como uma linha de módulos independentes, de funções complementares que podem ser adquiridos e compostos pelo usuário de acordo com suas necessidades. O sistema permitiu que, a partir do módulo básico, fosse possível criar os outros módulos através da troca e junção de novos componentes como as gavetas, fechamentos laterais e de fundo.

Também é possível a ampliação da linha por meio de composição dos elementos principais acima descritos, podendo ser considerada a criação de estantes altas, com alteração do comprimento dos perfis e devido ao caráter estrutural das prateleiras, é possível composição entre módulos tendo a prateleira como elemento de união.

Materiais

O uso de chapa de aço dobrada para as peças estruturais permitiu maior leveza no aspecto do conjunto, buscando tomar partido da resistência adquirida pelo material através de dobras estruturais nas peças.

O laminado melamínico estrutural é um material comumente utilizado em divisórias e portas internas de banheiros e vestiários e ainda pouco utilizado em outros mobiliários. Tem resistência à flexão e compressão superior às chapas de madeira reconstituída (aglomerado, MDF, MDP ,etc) podendo ser utilizado com espessuras menores. Sua superfície já vem acabada, disponível em diversas de cores e não necessita tratamento de bordo, tendo alta resistência à umidade.

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