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secao 4!

Desenho Universal - Proposta para a Praça Buenos Aires

 

Marcela Costa Teixeira

Roberta Consentino Kronka Mülfarth

O trabalho a seguir, por meio de estudos descritivo, analítico e posteriormente projetual baseados no conceito de Desenho Universal busca uma forma de inserir essa grande parcela da sociedade de maneira diferente, além daquela que permite exclusivamente a locomoção. Trabalhar com o conceito de Desenho Universal permite além de auxiliar na vida de deficientes físicos, reintegrar ao cotidiano das cidades outra parcela da população que, provisoriamente ou não, tenham deixado de se adaptar aos padrões normalmente seguidos - idosos, gestantes, crianças.

Aqui são tratadas questões como acessibilidade, adequação dos espaços públicos às pessoas portadoras de deficiência física, visual e auditiva. Serão adotadas medidas que possam conscientizar a população e o poder público em torno dessas pessoas na tentativa de criar um modelo de praça que consiga unir toda essa fração da sociedade às demais de forma agradável e voluntária, sem que estes precisem ser 'excluídos' para terem os mesmos direitos.

Local escolhido

A Praça Buenos Aires, foi inaugurada em 2 de dezembro de 1987. Originou-se da Praça Higienópolis, criada em 20 de maio de 1913, cujo nome foi alterado para Praça Buenos Aires em 18 de setembro do mesmo ano. A Praça foi inaugurada em 1916 com mirante, espelho d?água, esculturas e cercamento. Foi tombado pelo CONPRESP através da Resolução nº 10, de 1992. A medida reconhece o valor histórico da área e visa preservar a configuração atual da praça e a vegetação existente, além de proteger toda área envoltória.

Itens para adequação da Praça Buenos Aires

A figura 01 ilustra o passeio em um parque urbano. A diferenciação no tratamento dos pisos por cor, textura e desenho determina as áreas de circulação e de permanência (onde estão situados os mobiliários).

O piso guia (A) indica ao deficiente visual o percurso livre de obstáculos. Esse piso se destaca pela cor e ranhuras que, pelo tato, apontam o sentido a ser seguido, permitindo o deslocamento de forma segura e independente.

A regularidade do piso e a dimensão do passeio (B) favorecem o deslocamento do cadeirante, que pode assim executar as manobras necessárias.

A criação de uma faixa exclusiva para o mobiliário (C) permite que a área de circulação esteja livre de obstáculos, diminuindo os perigos ao usuário.

A figura 02 exemplifica a faixa exclusiva para o mobiliário. A iluminação (A) deve ser adequada para a fácil leitura, contribuindo também para a compreensão e segurança do ambiente.

Os equipamentos, no caso a lixeira (B), devem ter dimensão e design apropriados para atender a diversidade de usuários: altura adequada e formas simples, de fácil compreensão.

O mobiliário (C) deve possuir medidas ideais e formato anatômico, sendo confortáveis ao usuário. A presença de apoios facilita os movimentos de sentar/levantar para os idosos, por exemplo.

As cores são usadas para contrastar com o piso e com a vegetação, facilitando a identificação pelas pessoas com restrição visual. As extremidades arredondadas dos bancos proporcionam segurança e durabilidade, evitando acidentes e quebra. O layout dos bancos é adequado para as pessoas com deficiência auditiva, já que possibilita a leitura labial. Nas áreas de estar devem ser previstos espaços para aproximação da cadeira de rodas (D), permitindo a socialização e evitando situações de constrangimento ao cadeirante.

Na figura 03 ilustra-se um terminal de informação com tecnologia assistiva. A informação deve ser representada de diferentes maneiras (A) para que possa ser compreendida por todos os usuários. O deficiente visual total a recebe através da escrita em braile, sinais sonoros e mapas táteis. A legibilidade da informação (tamanho adequado da fonte, contraste de cores) favorece os deficientes visuais parciais e os demais. A presença de imagens e pictogramas facilita a compreensão de todos, principalmente das crianças e deficientes cognitivos.

O piso sinalizador (B) transmite ao deficiente visual a informação de existência do terminal de informações. O pergolado com vegetação (C) torna-se referencial para localização do terminal de informações e para orientação no espaço, além de conferir maior conforto ambiental.

A figura 04 exemplifica uma área de estar. A localização dos bancos (A), situados próximos à vegetação, proporciona maior integração entre o usuário e o meio natural, configurando espaços de contemplação. A água (B) é um ótimo elemento paisagístico, podendo ser utilizado como referencial. Além do efeito visual (que transmite sensação de frescor e bemestar), produz diferentes efeitos sonoros, dando movimento à paisagem. O usuário pode também interagir com o meio, brincando na água, por exemplo.

A vegetação, no caso uma árvore frondosa (C), pode também ser utilizada como referencial, devido ao seu impacto visual, cheiro e som (a partir da atração de animais. A existência de espécies vegetais com diferentes formas, texturas e odores (D) explora os demais sentidos, além da visão.

A figura 05 ilustra uma área de estar com acesso por rampa e escada. Por estarem implantadas no mesmo local, oferecem igualdade de condição para a tomada de decisão, quando podem optar pela forma de acesso que mais lhe convenha, conforme suas habilidades e condições.

O mobiliário apresenta design apropriado para a aproximação da cadeira de rodas e carrinhos de bebês, por exemplo, evitando a segregação de uso. Devido à rotação dos bancos (por meio de trilhos nivelados ao chão), os usuários podem escolher a posição em que se sentarão.

Projeto de intervenção

Brinquedos serão projetados (ou repensados, quando já existirem no local) de forma a estimular reações sensoriais e motoras, a competitividade e o desenvolvimento muscular, fazendo da utilização dos brinquedos uma forma de aprendizado e crescimento pessoal. Pretende-se projetá-los seguindo os seguintes parâmetros:

Escultura lúdica: terá posição de destaque, servindo de atrativo. Deverá ter multi-funções e dimensões significantes;Túneis em concreto colorido com orifícios redondos: para proporsionarem a interrelação social e sensações como abrigo, luz e sombra, interior e exterior, além, de possibilitar várias brincadeiras;Mirante infantil: permitirá a boa visibilidade da praça, facilitando a compreensão e legibilidade do espaço por parte das crianças;Gangorra e escorrega: brinquedos para explorar a sensação de movimento;Escorregas sobre a grama e pista de subida: troncos de árvores cortados e cordas poderão ser utilizados pelas crianças para descer e subir os desníveis, utilizando-se de força muscular e coordenação motora;Plataformas coloridas em diversos níveis: para promover atividades de sentar, pular ou jogar sobre elas;Brinquedos temáticos de animais ou carrinhos com base em mola: estimularão a imaginação da criança;Solário acessível: fornecer a sensação de calor da luz do sol e a areia como material/textura para brincar.Área de permanência de cães: já existente na praça, pretende criar um vínculo entre crianças e animais, além da possibilidade de estimular reações benéficas em crianças deficientes.

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