O trabalho propõe a qualificação do Cemitério Vila Formosa, localizado na subprefeitura de Aricanduva, Zona Leste, para o seu uso também como parque urbano. Assim, tendo em vista o estigma cultural que os cemitérios representam para a sociedade, uma vez que chegam até mesmo a refletir na desvalorização de suas áreas periféricas, o projeto tem como objetivo promover uma transformação da área, pretendendo uma mudança de paradigma a respeito de seu uso atual. O que deverá ocorrer a partir do tratamento do espaço como um parque memorial, mitigando-se os elementos e signos mais representativos da tradição funerária brasileira e fornecendo ao local, programas de um parque urbano. O projeto se propõe a resolver algumas questões locais que se repetem na extensão da metrópole, como por exemplo, a carência de áreas verdes e também a interação mal resolvida que os cemitérios possuem com o seu entorno. Para tanto serão observadas três escalas de atuação. A primeira é a de um projeto urbanístico, no qual são estudadas as relações dessa intervenção com a cidade, enfatizando-se ainda a interação de um grande equipamento urbano de lazer com o entorno próximo. A segunda é a de um projeto paisagístico, que leva em conta a sua adequação ao suporte biofísico do lugar, assim como o atendimento ao programa proposto pelo contexto urbano em que o parque está inserido. E por fim, a escala de projeto de edificações, na qual pretende-se explorar o caráter simbológico de das relações entre vivos e mortos e da memória destes últimos.
