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secao 4!

SIG e a abordagem espacial de dados em Arquitetura e Urbanismo.

Uma aplicação no estudo da RMSP.

Santiago d'Ávila

Klara Kaiser Mori

O presente trabalho é parte de uma busca por observar, descrever e compreender os padrões recentes de organização espacial da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) através da investigação e aplicação de ferramentas em ambiente SIG (Sistemas de Informação Geográfica. Em inglês GIS). Parte da premissa de que tais ferramentas em cooperação com outras formas de análise podem favorecer uma abordagem não fragmentada da realidade em geral e das questões em Arquitetura e Urbanismo particularmente.

Partindo de uma breve introdução à origem e às diversas definições adotadas para o termo SIG é desenvolvido, no seguinte e mais extenso momento, um estudo de caso sobre a RMSP. Utiliza para isso o universo de dados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 por setor censitário recortados para o tema renda, densidade populacional, esgotamento sanitário, coleta de lixo, escolaridade, setores sub-normais e composição familiar. Com técnicas cartográficas básicas é produzido, e compartilhado com licença permissiva, um conjunto de mapas temáticos de caracterização socio-espacial da metrópole. O conjunto inclui informações baseadas em ESDA - Exploratory Spatial Data Analisys (Análise Exploratória de Dados Espaciais), em índices estatísticos como Local Moran e Gi* e em análises geométricas simples. São acompanhados pela descrição detalhada da metodologia utilizada para futura conferência e aperfeiçoamento.

Os resultados são então confrontados em casos locais com o tecido urbanizado existente, são apontadas ponderações, ressalvas e precauções sobre sua utilização e por fim, é desenvolvido um comentário sobre as questões: “Existe padrão espacial na distribuição das variáveis observadas?”, “Quais as características deste padrão, suas origens e tendências?” e mais amplamente, “Como dialogam as técnicas quantitativas contemporâneas em relação à abordagens qualitativas na observação e interpretação da organização espacial da RMSP?”

Após o trabalho aprofundado com os Censos, a escolha e cálculo das variáveis e produção do conjunto de mapas temáticos é possível dizer que a Região Metropolitana de São Paulo tem um padrão de distribuição espacial destas variáveis não-aleatório e não homogêneo. Algumas delas são, grosseiramente, explicadas pelo modelo radioconcêntrico de organização espacial, mas as exceções e deformações do modelo são muitas e muito significativas. Demonstram que tal abordagem é demasiado simplista e abrem caminho para novas investigações. Em relação aos modelos teóricos adotados por outros autores, onde a organização espacial está intimamente relacionada a macro estruturas de produção e poder, os dados aqui produzidos podem ser lidos através de tais modelos e os ilustram de forma geral. A diferenciação do espaço e da sociedade, com viés problemático, é evidente neste trabalho e ainda são visíveis processos de intensificação das desigualdades.

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