Boituva é uma cidade que tem uma grande importância em minha vida. Passei boa parte da minha infância, férias e finais-de-semana por lá. Porém, a cidade nesses últimos anos passou por grandes mudanças, assim como o meu olhar sobre ela. E esse olhar se traduziu no meu tfg.
A cidade de Boituva possui um grande potencial turístico. Além de condições naturais privilegiadas, conta com um clima propício para o lazer. Não por coincidência, a população flutuante de Boituva, principalmente nos finais de semana, vem crescendo de forma acelerada, dando à cidade mais movimento e agitação.
A cidade de Boituva possui um grande potencial turístico. Além de condições naturais privilegiadas, conta com um clima propício para o lazer. Não por coincidência, a população flutuante de Boituva, principalmente nos finais de semana, vem crescendo de forma acelerada, dando à cidade mais movimento e agitação.
No entanto, a cidade apresenta deficiências na adaptação a esse crescimento acelerado do turismo. Este trabalho visa, pela análise desses problemas, propor a criação de um novo olhar: uma identidade baseada no design, valorizando as atrações que Boituva oferece.
Pára-quedismo - O Centro Nacional de Pára-quedismo de Boituva é o maior centro do esporte da América Latina. O ponto alto da movimentação acontece justamente quando a cidade recebe seus visitantes. Mais de 15.000 pessoas participam do grande evento do CNP, onde pára-quedistas do Brasil e do exterior reúnem-se para competições.
Balonismo - Outro esporte aéreo que tem conquistado muitos turistas e habitantes da cidade. Apesar de contemplativo, é um esporte de aventura, que gera muita adrenalina. O clima da cidade é extremamente propício para o esporte.
Parque ecológico - É a outra grande atração turística de Boituva. Abriga mais de 200 espécies diferentes de animais, é uma área de preservação ambiental e conta com ampla área verde. São produzidas mudas de plantas nativas da mata para reflorestamento, assim como para a arborização urbana.
Complementando a oferta de atrações, Boituva possui propriedades que abrigam acampamentos radicais, horseball, paintball, cavalgadas, etc. Também existem pesqueiros e haras espalhados pela cidade.
Apesar de todos esses atrativos, o que salta aos olhos é justamente a falta de organização nas informações para o turista que vai à cidade. Quem busca no site informações sobre Boituva encontra poucas fotos e informações turísticas. Ao chegar à cidade, as placas de sinalização com indicações para as atrações são escassas.
Quem se depara com a rua principal pode ter uma surpresa negativa. Extremamente poluída visualmente, a via arterial de Boituva é vítima do crescimento desordenado e rápido do comércio. Somando-se a isso, há postes de eletricidade apenas de um lado da rua, o que gera uma aparência de gambiarra.
Essa visão vai desaparecendo conforme se entra em direção aos bairros, onde se encontram casas de arquitetura antiga com portas abertas e vizinhos conversando, em um clima calmo e tranqüilo.
A aplicação da imagem de Boituva dá-se somente pelo brasão da cidade. Porém, não há qualquer esboço de programação visual, nem critério para aplicação desse brasão e de frases que identifiquem o município.
Para quem faz parte do "Roteiro de Esportes Radicais" e almeja chegar à condição de Estância Turística, Boituva precisa trabalhar com urgência sua imagem. A prefeitura precisa facilitar o acesso a suas atrações, para que o turismo aconteça de forma objetiva e eficaz. A população é muito aberta a essa condição turística, orgulhando-se e sempre ajudando a preservar cada uma das atrações, fato fundamental para Boituva alcançar o objetivo de entrar em definitivo no cenário turístico.
Assim, é necessário pensar nesse sistema de comunicação visual unificado – ou seja, usar a marca como identidade corporativa da cidade. Nesse sentido, o design é fundamental para criar a coerência que está faltando, organizando e dando as diretrizes para o uso, tanto no espaço urbano, quanto no meio virtual. Por meio de um sinal gráfico o trabalho vai propor soluções teóricas e práticas para alcançar o objetivo proposto.
Signo de comando - A busca por um sinal gráfico que represente de forma objetiva e caracterize a paisagem local foi um processo longo. Porém, um elemento se mostrou propício a fazer uma conexão entre elas: o ar. Desse modo, foram escolhidos três elementos que "voam" para compor o logo: o pára-quedas, o balão e o pássaro, sendo que o último representa a natureza como um todo, principalmente o Parque Ecológico.
Seguindo a mesma linha de pensamento, foi criada a brandline "sinta novos ares". A frase reflete o espírito convidativo da cidade, destacando um conjunto de atrações que se propõe a ser diferente daqueles que normalmente os turistas encontram em outras cidades. Para incrementar a composição do signo de comando, foi desenvolvido um elemento secundário - linhas que passeiam entre si, representando o movimento do ar.
Aplicações - A primeira providência a ser tomada visando acabar com a poluição visual seria um projeto da prefeitura que impusesse regras às fachadas dos estabelecimentos, como foi feito recentemente em São Paulo, com o projeto Cidade Limpa. Aliado a isso, para acabar com a passagem de fiação por cima da rua principal, o ideal seria implantar o cabeamento subterrâneo. As duas providências juntas já teriam grande impacto positivo para o espaço urbano.
A fim de complementar tal melhoria - não só na qualidade visual, mas também no fluxo -, proporcionar-se-ia o acesso à informação, por meio de mensagens visuais, ou seja, sinalização adequada, de fácil leitura, com totens informativos, placas de direção etc.
Em uma última etapa, ocorreria a implantação de um novo mobiliário urbano, seguindo o projeto de identidade, abrangendo bancos de praças, pontos de ônibus e táxis, lixeiras, iluminação etc.
Em anexo ao trabalho, foi elaborado um guia turístico cuja intenção é funcionar como material visual, estabelecendo o primeiro contato do turista com a cidade. O guia contém as principais atrações e leva no final uma lista de contatos. Ele seria entregue junto com um mapa da cidade.