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secao 4!

Igreja e Centro Comunitário no Butantã

 

Daniela Tsukuda Prates

Antonio Carlos Barossi

O desenvolvimento desse trabalho foi baseado na pesquisa sobre o tema da arquitetura religiosa e suas atribuições no projeto do edifício para fins ditos como sagrados, tendo como resultado o anteprojeto de uma igreja católica e um centro comunitário nas mediações do Jardim São Remo, bairro limítrofe do Campus da USP, no Butantã, São Paulo.

A pesquisa se iniciou através de instrumentos que puderam trazer a compreensão do histórico e da situação atual da arquitetura religiosa na cidade de São Paulo para então relatar o que vem a ser arquitetura religiosa e quais são seus valores essenciais na sociedade.

Admite-se o papel social que o edifício da igreja desenvolve na cidade concluindo que ela só será arquitetonicamente plausível se considerar o contexto do entorno físico e o espaço ideológico e cultural em que será inserido, havendo como premissa do projeto o diálogo com o conjunto e a história existente no local. Dessa forma, o entendimento da situação do entorno torna-se primordial para o bom desempenho físico e sensorial do edifício.

A área que venho a intervir com a inserção de uma igreja católica se trata de uma localidade de potencial de valorização do programa a ser aplicado, primeiro porque estará inserido e um bairro com muitas residências, ou seja, muitas pessoas, segundo porque se trata de famílias carentes, além de outras razões vistas como estimulantes, como, se localizar ao lado de um hospital de grande porte como o Hospital Universitário da USP, ou estar próximo de um eixo viário de fácil acesso como a Avenida Corifeu de Azevedo Marques.

Geograficamente falando, o terreno escolhido para a implantação da igreja é uma das quadras entre a Avenida Corifeu de Azevedo Marques e o campus da Universidade de São Paulo, ao lado do estacionamento do hospital universitário, na região administrada pela subprefeitura do Butantã, no distrito do Rio Pequeno. Trata-se de uma região com uma malha urbana consolidada desde a ocupação de moradores em terras que já foram propriedade da USP e que hoje formam a favela do Jardim São Remo; pela presença de galpões industriais antigos e um comércio de beira de via de trânsito rápido e intenso, principalmente em horário de início e término do funcionamento da Portaria 3 do campus da USP localizada na própria avenida.

Quanto à administração arquidiocesana, a região encontra-se inserida na área limitada pela região Episcopal Lapa, no Setor Rio Pequeno, na área de influência da Paróquia São Patrício. Neste caso, é interessante levar em conta a existência de uma comunidade muito próxima ao terreno escolhido para a intervenção. Trata-se da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, localizada na Rua Pires Brandão, s/n no Jardim São Remo. Assim como as condições de moradia e convivência no bairro, se tratando do estado físico do edifício, são de adaptação ao meio e, por muitos fatores, acaba se tornando precárias. Contudo, não podemos deixar de observar a causa da sobrevivência da comunidade no local quando nos deparamos com pessoas que possuem um objetivo claro de celebrar e testemunhar, positivamente, a espiritualidade na sociedade comum.

A Igreja Católica, para que corresponda a sua correta finalidade, o arquiteto ou engenheiro, deve-se ter a visão de que é um espaço para celebrações sacramentais, encontros e devoções pessoais.
ZEVI, Bruno. Saber ver a Arquitetura

O projeto desenvolvido neste trabalho levou em conta essas premissas em questão e tomou como partido projetual a situação do relevo do terreno, com inclinação elevada, o conceito do edifício sagrado e suas partes como foco principal na implantação, com a existência de um anexo que abriga as funções do centro comunitário e atividades apêndices.

Tomado pelo princípio de que edifício sagrado não precisa ter sua estética convencional, muito menos ser uma cópia de estilos religiosos antigos, o partido busca também através de formas e soluções simples uma unidade que formará o significado teológico.

O projeto

Compõe a proposta da igreja, além do próprio edifício religioso, toda sua implantação com acessos e estacionamento, bosque e um centro comunitário que venha a atender a eventos de cunho religioso ou não, como festas, palestras, teatros, e reuniões, além da casa paroquial e salas de catequese, para fins de ensinamento religioso.

A igreja, devido à importância dada ao edifício, ocupa estrategicamente o centro do terreno, sobre uma planície já existente na topografia original. Ela estará elevada à 6m de altura sobre um amplo espelho água de forma simples retangular que também receberá o campanário em uma de suas extremidades, formando assim uma espécie de "planície sagrada". Sua posição segue o paralelismo dos eixos viários, sendo que a fachada que apresenta envidraçamento atrás do altar possui orientação sudoeste, assim não pegará insolação direta, e estará voltada para a vista do bairro. O acesso se dá pela base do edifício ou pela passarela que vem da r. Pangaré. Todos os acessos são possíveis para cadeirantes devido à presença de rampas ou elevadores.

Quanto ao estacionamento, 49 vagas estão localizadas na r. Projetada, paralelas às vagas do já existente estacionamento do HU. Delas, 4 devem ser reservadas para o(s) pároco(s) que irá(irão) ali residir. Além destas, outras vagas são possíveis de serem utilizadas pelas condições das vias do entorno, junto às guias não-rebaixadas.

"Atrás" da igreja, numa cota 6m elevada, encontra-se o "edifício anexo", posicionado paralelamente à r. Projetada, ele está num corte-aterro do terreno, afastado do muro de contenção à 5m, possibilitando a utilização da face para colocação de caixilhos na casa paroquial e do corredor de salas de catequese voltados para um pátio interno formado pelo afastamento. Esse edifício é marcado pela divisão de um bloco de eventos para o lado da r. Pangaré, e de um bloco mais ao lado da r. Baltazar Rabelo onde se encontra a casa paroquial e as salas de catequese. Essa divisão é feita pela circulação vertical, que no térreo, se une a circulação de acessos à igreja e ao bosque.

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