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secao 4!

Escola (Superior) - Oficina de Design na Nova Luz

 

Fernanda de Urquidi Gabriel

Marcos de Azevedo Acayaba

A necessidade de uma faculdade de design em São Paulo surge ao analisarmos as mudanças geradas em nossa economia devido às influências da economia mundial, da mudança das características da geração de renda dos países e da necessidade de nos adaptarmos às novas formas de economia impulsionadas pela modernização das formas de trabalho e valorização da cultura.

Um dos objetivos deste projeto é propor um espaço que viabilizará ações em torno de uma realização cultural de alcance social e de afirmação da identidade brasileira uma vez que formaria profissionais das diversas camadas de nossa estrutura social, promovendo assim a criação, produção, difusão, preservação e assimilação da cultura através do design por cidadãos críticos e conscientes.

Ao analisar a dinâmica da cidade na atualidade, o bairro que atende a essas questões importantes e que responde às necessidades ainda mais importantes do bom funcionamento e logística de um instituto de ensino, remete ao bairro da Luz, mais especificamente na região que integra a operação urbana Nova Luz, que pretende em primeiro lugar revitalizar toda a região conhecida como 'cracolândia' e incentivar novos usos na região que sofreu um grande esvaziamento nas ultimas décadas, mas que prima pela acessibilidade, comprovadamente adequada, qualidade de sistemas de infra-estrutura e que agrega valor cultural por possuir nas imediações belos museus, praças e casas de cultura. Há algo que nos chama a atenção e merece ser destacado: em seus bairros vizinhos podemos encontrar os maiores pólos de moda do país.

O produto final deste estudo é o projeto do edifício situado na área de estudo e capacitado a ser um agente apto a atuar na requalificação urbana e social desse local, atraindo novos empreendimentos e ampliando a adesão da iniciativa privada.

Partido

A primeira intenção do projeto foi manter a quadra mais aberta possível para os pedestres, os edifícios foram pensados de maneira que não impedissem as conexões possíveis entre as ruas que circundam o terreno. Ao priorizar o deslocamento e o fluxo de pedestres, o projeto acaba com o conceito de lote e recria um solo público contínuo. Ainda que o acesso aos edifícios seja fechado é possível ao pedestre olhar para dentro das oficinas e conhecer o que se faz lá, é possível circular pelas praças e ser usuário deste espaço.

Com relação aos espaços optei por separar a área das salas teóricas das salas práticas configurando assim dois edifícios. Um edifício vertical e um horizontal.

No vertical estão as salas de aula, a administração e a biblioteca. É composto de 5 andares, térreo, mezanino e subsolo. O mezanino dá acesso ao bloco horizontal por uma passarela.

A fachada norte do bloco vertical é coberta por um painel de brises (em aluzinco perfurado) q fica a 1m da fachada proporcionando um bom controle da luminosidade e calor dentro do edifício. A estrutura proposta para o edifício é em concreto, com pilares de fachada expostos nos andares e grandes pilares no térreo.

O edifício horizontal é composto por 2 andares, o andar térreo está a uma cota 1,5 abaixo da cota do terreno. É neste piso que ficam as oficinas de marcenaria, gráfica e costura/modelagem. No andar superior estão 8 ateliers de desenho, separados entre si e protegidos acusticamente. Este edifício possui uma grande abertura na cobertura e 2 aberturas no piso do 1.º pavimento para garantir maior uniformidade na iluminação interna das oficinas.

Na vista em planta pode-se notar que em relação ao 1.º pavimento o andar térreo é recuado 3m nas laterais e 6m na frente com a intenção de convidar o pedestre a transitar por essas passagens cobertas e olhar pelas janelas altas da oficina o trabalho que é executado lá dentro. Não há nenhum pilar no espaço das oficinas, a caixa que comporta o andar superior é estruturado por uma série de treliças metálicas, paralelas e perpendiculares que se apóiam em pilares de concreto que saem do nível do terreno. No andar superior as janelas são protegidas por brises verticais fixos de cor clara.

Implantação

O terreno escolhido situa-se entre as ruas General Couto Magalhães, rua Mauá e Av. Casper Líbero. A sua frente está a estação da Luz. Proximo ao edifício encontramos alguns vizinhos ilustres como o parque da Luz, a Estacao Julio Prestes, o antigo DOPS, a Pinacoteca, o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, entre outros. Segundo os projetos da prefeitura ainda serão instalados na região a Subprefeitura da Sé, a empresa de Tecnologia da Informacao e Comunicaçao (Prodam) e a Guarda Civil Metropolitana.

A entrada do edifício foi pensada na parte mais interna do lote, obrigando assim que as pessoas circulem pelo terreno e garantindo o acesso por todos os lados.

O paisagismo foi pensado de maneira a cobrir as empenas cegas dos edifícios vizinhos da vista do pedestre, para que isso seja possível é necessário que se façam jardins em patamares onde serão plantadas arvores de porte médio e grande.

O acesso ao estacionamento subterrâneo se dá pela Rua General Couto Magalhaes.

Programa

Como já foi dito, o programa se divide em dois edifícios. Em um estão as salas de aula, a administração e a biblioteca. O outro é composto por atelier e oficinas.

No edifício vertical encontramos 6 salas grandes, com capacidade para 100 pessoas, 22 salas pequenas, com capacidade para 50 alunos. 8 salas de informática e 4 ateliers para uso interdisciplinar.

No último andar está a biblioteca que pode ser dividida em 3 áreas, acervo geral (livros, revistas) e área de estudos, acervo audiovisual e acervo de Moda, ou Modateca. Na modateca é possível encontrar diversos tecidos e acabamentos, croquis famosos, itens de vestuário de valor histórico e moldes de todos os tipos.

O mezanino está preparado para receber exposições de alunos e exposições externas.

Nos andares superiores também podemos encontrar as áreas necessárias à administração do edifício e áreas destinadas a alunos, professores e funcionários.

O subsolo possui poucas vagas portanto não é de uso dos alunos e também está preparado para realizar cargas e descargas que venham das oficinas.

No edifício horizontal encontramos as oficinas, não há divisões internas pois essas devem ser feitas conforme a necessidade momentânea dos alunos e o grau de importância que determinada atividade ganha em determinado momento. A área foi calculada para abrigar 3 laboratórios, sendo eles Modelagem, Costura e Audiovisual (Foto, Vídeo, Som) e 4 oficinas: Maquete e Marcenaria, Gráfica (tipografia + Impressoras), Resina e Pintura e Serralheria. As divisões também devem ser feitas visando a melhor distribuição de luz zenital e melhor gerenciamento de odores e sons. No andar superior estão 8 ateliers de desenho que devem ser fechados e protegidos acusticamente para o interior do edifício. Nestas salas o objetivo principal é a prática e a criação. É possível acessar o piso superior tanto pelas oficinas como por uma passarela que se liga ao edifício vertical e aos elevadores através do mezanino.

O número de alunos previsto por período é de 2.700 alunos, entre ensino superior, técnico e cursos profissionalizantes.

Ficha Técnica

Área do terreno = 11.600,00m²
Área de projeção total = 4.304,00 m²
Taxa de Ocupação = 37%
Edifício Vertical (área total construída) = 17.747,00 m²
Edifício Horizontal (área total construída) = 3.286,00 m²
Número de alunos por período = 2700

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