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secao 4!

Desenho e arquitetura sustentáveis na área da Luz.

 

Joanna Perez Conceição

Joana Carla Soares Gonçalves

A área-foco de projeto é um conjunto de 4 quadras, inseridas no Perímetro de Reabilitação Integradas do Habitat da Luz (PRIH LUZ), com frente para a Rua Mauá. Por uma questão de viabilização, a área foco escolhida é bem menor que a área de referência aqui analisada, a total englobada no PRIH, mas este projeto pode ser visto como piloto, com conceitos e idéias futuramente implementáveis para toda a área, já que vai de encontro com as atuais intenções de reabilitação e requalificação municipais.

O espaço urbano criado propõe um forte adensamento da área, pretendendo atrair novas classes sociais como moradores e, com o uso misto, também como usuários.

Numa escala maior, partiu-se de uma área-foco de 4 quadras, onde ocorreram as intervenções propostas. Estas são elaboradas com base numa análise em escala menor, a área de referência (PRIH LUZ). Com base nos mapas da prefeitura do PRIH LUZ, foram feitos diagnósticos da área, complementados e corrigidos com diversas visistas de campo. Esses diagnósticos permitiram chegar uma proposta de demolições.

A proposta para a área de referência, que engloba toda a área do PRIH LUZ (Perímetro de Reabilitação Integrada do Habitat da Luz) é de demolir os imóveis abandonados, os estacionamentos e os em estado precário de conservação ou sem valor arquietônico com até 3 pavimentos.

Os imóveis tombados foram respeitados e todos foram mantidos, mesmo que abandonado e/ou em estado precário.

Após analisar os resultados dos experimentos realizados sobre densidade com 1000 hab/ha, foi decidido aumentá-la, já que observou-se grande quantidade de espaços livres. Portanto, para que a área ficasse mais adensada, a densidade escolhida para este trabalho é de 1500 hab/ha.

Com a densidade líquida e a morfologia já decididos, a implantação foi pensada, adotando dois conceitos opostos: com edifícios dispostos de modo a criar um espaço público no miolo da quadra; e recuá-los, criando um espaço público como extensão da calçada. A implantação final, obedece rigidamente a massa construída decorrente dos 1500 hab/ha. Recapitulando, são 70 m² para cada unidade habitacional (4 pessoas), que acrescidos de área prevista para circulação e área livre comum, ficam 85 m². Desse total de massa construída habitacional, 20% foram somados, destinados ao comércio. Assim, prevê-se que, em cada novo edifício proposto, o térreo e a sobreloja são de uso comercial.

O projeto do térreo foi desenvolvido buscando privilegiar a acessibilidade universal, a segurança e a drenagem.

A proposta de reabilitação arquitetônica e tecnológica (Retrofit), realizada em parceria com o LABAUT, visa os usos habitacional e misto.

O edifício escolhido para a realização da proposta de retrofit é o Edifício Santa Josefa, localizado no Largo General Osório nº 11, no bairro da luz, projetado e construído pela empresa Zarzue & Kogan Limitada, inaugurado em 1954 e destinado ao uso residencial, com 25 andares, 202 apartamentos e 8 lojas localizados no térreo. O número de moradores do prédio é aproximadamente de 600 pessoas.

A partir da avaliação do desempenho ambiental do edifício em questão, levando em consideração o estado atual de conservação da estrutura, os confortos térmico, acústico, luminoso, ergonômico e a acessibilidade, chegou-se a uma proposta de requalificação. O objetivo principal da proposta é manter os atuais moradores, e para tanto, foi proposto um "edifício parasita", sobre pilotis, com elevadores e escada comum às duas partes. Assim, a qualidade espacial das unidades e o acesso ao sol, melhoraram bastante. As tipologias foram definidas pela sua capacidade habitacional, ou melhor, a capacidade máxima desejável para cada tipologia. Assim, temos unidades para 2, 4 ou 6 pessoas.

Pela volumetria proposta no projeto urbano mostrada anteriormente, resultante da densidade proposta de 1500 hab/ha, a área construída que terá o novo edifício na menor quadra, a nordeste na área foco, é de 13.045 m², já inclusos circulação e área adicional de comércio, prevista em 20% da área residencial.

Para distribuir esta área na quadra de 3.174 m², contando com a calçada, foi utilizado o conceito de envelope solar. Esta ferramenta garante a incidência de sol nas edificações vizinhas desde que o novo edifício esteja dentro da "pirâmide" formada pelos ângulos escolhidos para cada fachada.

Usando o envelope solar como partido para a definição da morfologia do edifício, chegou-se à forma após alguns estudos e análises de resultados.

A estrutura em concreto tem pilares retos e inclinados que se encontram. Duas fileiras de pilares retos, presentes em todos os pavimentos, formam um núcleo central, com a caixa de elevadores e escadas entre eles.

A preocupação com aspectos de desempenho ambiental foi decisiva no desenvolvimento do projeto. Análises de ruído urbano, insolação, ventilação, desempenho térmico, além da escolha cuidadosa de materiais contribuiram para o melhor entendimento e criação de um espaço com qualidade.

Este trabalho propõe soluções urbanísticas e arquitetônicas não convencionais, pois assume que a quadra é preponderante ao lote, e apresenta um projeto de reforma em um edifício existente que prevê mais do que a simples substituição do revestimento e pintura da fachada. A conservação e a reciclagem de edifícios são temas não muito abordados na nossa cultura. A proposta de retrofit pode trazer benefícios sócio-econômicos imediatos, e amenizar a demanda habitacional existente, re-ocupando edifícios vagos. O atual projeto de intervenção municipal, Nova Luz, que demole quadras inteiras, inclusive edifícios altos, nem sequer questiona a possibilidade, os custos e vantagens de reaproveitar edifícios.

O espaço urbano criado leva em consideração questões ambientais e sociais, proporcionando um espaço mais agradável e humano ao usários, com alta densidade, porém, sem perder a qualidade ambiental.

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