Este tema foi escolhido viando exercitar os conhecimentos referentes aos aspectos técnicos e metodológicos necessários para o desenvolvimento de um projeto de habitação popular levando em conta os interesses da sociedade por soluções econômicas e de baixo impacto ambiental.
O desenvolvimento foi feito através da pesquisa e aplicação das tecnologias e soluções, atualmente promovidas, para um projeto residencial, a ser apresentado como produto final deste trabalho. O objetivo é chegar a um projeto arquitetônico estudando sua sustentabilidade, projetual, técnica e social.
Do meu ponto de vista a sustentabilidade não é uma palavra da moda mas sim um conceito fundamental, de que devemos nos desenvolver de maneira a não esgotar ou prejudicar o uso dos recursos naturais disponíveis para as futuras gerações.
Hoje estamos numa fase de proliferação de grandes listagens de aspectos a considerar para a melhoria da sustentabilidade urbana e residencial e provavelmente assim continuaremos por mais algum tempo; no entanto, começa a ser urgente definir prioridades, objetivos e opções fundamentais favorecendo o desenvolvimento de projetos assim direcionados, e em tudo isto é crucial ter em conta que cada sítio é um sítio e que, muito provavelmente, a sua respectiva e adequada capacidade de caracterização específica (ex: funcional e visual) constitui um elemento muito importante da sua sustentabilidade econômica e ambiental, social e cultural, numa perspectiva de grande integração de soluções urbanas e residenciais.
O arquiteto, em face disso, deve prever no projeto qualquer futura mudança, no uso ou na condição dos usuários além de eventuais reformas no espaço que possam vir a ser necessárias, tentando alcançar ambientes confortáveis e adaptáveis as mais diversas necessidades e condições de uso, não se limitando a atender o atual programa específico.
Ambientes multifuncionais não são uma novidade, mas são necessárias constantes revisões sobre como alcançar isso fazendo o melhor uso da tecnologia disponível e mantendo a qualidade e conforto do espaço, atentando para uma eficiente circulação, acessibilidade e garantindo a adequada privacidade de cada ambiente.
As questões técnicas são as soluções especificas, mais adequadas até o momento para cada problema. Para uma boa arquiteturadevemos considerar necessariamente a eficiência e a economia de energia e de água, o controle de resíduos, a redução de ruído, o uso de materiais de baixo impacto ambiental e de fácil reciclagem.
Surgem então várias questões, sobre com garantir a satisfação dos usuários ao longo da vida útil da edificação. Satisfação de quem e para quem? Como se mede essa satisfação? O que são os anseios dos utentes a nível pessoal? Quais são os anseios familiares, os locais, os regionais e os nacionais?
Por isso temos, que definir quais são os valores de qualidade presentes na nossa sociedade hoje e que levaremos para o futuro.
Adequação cultural no sentido em que os materiais, praticas construtivas e a própria arquitetura devem respeitar seriamente a identidade cultural das pessoas e a sua diversidade.
A questão é como chegar a um conjunto de valores essenciais no direito a uma habitação que garantam privacidade adequada, organização adequada do espaço, segurança adequada, iluminação, ventilação e conforto térmico e acústico adequados, adequação de infra-estruturas, localização adequada... Tudo isso a um custo adequado.
A sustentabilidade como o conjunto de aspectos listados constitui em sua essência a busca por uma perfeição, quase impossível, mas necessária de ser buscada em cada projeto. Essa busca no meu entender já faz parte do compromisso social de cada individuo responsável pela construção do mundo
O projeto de uma casa foi escolhido por ter um programa relativamente fácil e de certa forma livre, para adaptações as particularidades do proprietário.
Não deixando de ser econômico, funcional e adaptado as condicionantes do local.
O programa foi definido para uma família de cinco a seis pessoas, um casal, dois filhos, e um ou dois agregados e ou hospedes.
Programa Proposto inclui:
Garagem - mesmo sendo importante o uso do transporte público para diminuição do trânsito a opção de se ter um carro mesmo que para o uso esporádico é cada dia mais viável
Lavenderia - foi colocada como área de apoio ao espaço da garagem para viabilizar o múltiplo uso deste.
Estar - espaço de reunião e contemplação bastante amplo e interligado a cozinha e jardins internos.
Lavabo - adjacente a área social tem dimensões amplas e jardim
Banheiro - pensando na economia da construção foi proposto um único banheiro com sala de banho, vaso sanitário e lavatório independentes.
4 Dormitórios - um para o casal, dois para os filhos e um para hospedes.
Área de Lazer - é formada por um pátio de sol e uma área coberta com churasqueira.
Casa de máquinas e reservatórios - abriga os sistemas de reuso e captação de água, aquecimento solar e uso de energia eólica.
O partido procurou qualificar os espaços livres para alem dos padrões de recuos mínimos, agregando qualidade aos espaços públicos e privados.
Foram utilizadas lajes ajardinadas como para aumentar a retenção de água no lote melhorar a paisagem dos espaços e criar um micro clima mais agradável na edificação.
O projeto contempla o desenho universal e permite a acesso de deficientes a qualquer cômodo da casa, devido ao desnível de 8 metros do lote foi necessário definir três níveis distintos e prever um ponto para a colocação de elevador caso seja necessário.
Para um máximo aproveitamento da orientação solar optou-se por um arranjo linear, voltado para a face norte.
Uma torre hidráulica foi prevista, com sistemas de captação de água da chuva, reuso de águas cinzas e sistema de bombeamento eólico.
O sistema construtivo mais econômico a dotado foi o da alvenaria estrutural usado em conjunto com a estrutura independente de concreto onde conseguimos maiores vãos e liberdade de aberturas.
