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Embalagem para flores tropicais cultivadas na Amazônia:

Integrando a sustentabilidade.

Tânia Sanae Nagai

Maria Cecília Loschiavo dos Santos.

O mercado floricultor possui uma forte capacidade de expansão, devido principalmente ao potencial consumidor brasileiro comparado a outros países, ao mesmo tempo em que a busca pelo bem-estar promove uma maior procura por este tipo de produto. A região estudada possui a característica de ser distante dos principais centros produtores e consumidores do Brasil, sendo praticado por pequenos produtores, o que dificulta a comercialização e o acesso às tecnologias e a novos materiais e a busca por alternativas acessíveis à realidade local se faz importante para minimizar os custos, uma das premissas do projeto de produtos sustentáveis.

Para atingir os objetivos propostos, foi feito um levantamento de dados do mercado floricultor, sua economia, processos e logística hoje em uso. Paralelamente, novos materiais, que suportassem a embalagem desse produto tão delicado, e de forma a minimizar os impactos resultantes de seu uso, com foco em embalagens que minimizem o impacto causado pelo descarte das mesmas.

Por ser um produto efêmero, e de durabilidade muito baixa, o fornecimento deve ser constante, em média uma a duas vezes por semana, com embalagens resistentes, o que causa o acúmulo de embalagens descartadas.

Assim, desenvolveu-se uma proposta de embalagem que atenda às necessidades desses pequenos produtores, portanto uma solução economicamente viável, com uso racional de matéria-prima e energia, pensando na logística reversa desse processo, que seria a sua intensificação do uso e posterior encaminhamento para locais de reciclagem.

Por ser um produto efêmero, de durabilidade muito baixa, o projeto de embalagens para flores tropicais é um campo delicado de estudo. Ela põe em cheque um dos conceitos de sustentabilidade mais defendidos - a mudança de hábitos de consumo. Todo projeto de embalagens, visa estimular o consumo do produto embalado. Mas ao caminhar com as pesquisas, ficou clara a importância do setor para a economia nacional, principalmente pelo caráter social que está adquirindo. Como já dito, o cultivo é feito em lotes menores de terra, principalmente por famílias, mulheres e crianças, com o uso intensivo do solo, empregando mais mão-de-obra comparado às outras culturas. E assim, uma das grandes dificuldades do setor está ligada diretamente às perdas relacionadas ao transporte, que podem ser solucionadas com a implantação de embalagens adequadas, que as protejam durante todo o trajeto.

Assim, desenvolveu-se uma proposta de embalagem que atenda às necessidades desses pequenos produtores, portanto uma solução economicamente viável, com uso racional de matéria-prima e energia, pensando na logística reversa desse processo, visto que essas embalagens descartadas geram um acúmulo grande de material, com a sua intensificação do uso e posterior encaminhamento para locais de reciclagem. A intensificação do uso se dá pelo fato de que a própria embalagem que vai do produtor ao lojista, serve de embalagem para o consumidor final, aumentando seu tempo de uso, e eliminando uma segunda embalagem de consumo.

É impossível precisar o impacto ao meio ambiente causado pelo descarte de produtos, incluindo-se as embalagens. O fato concreto é que o nosso planeta já não comporta o atual nível de consumo/descarte. Estamos vivendo a fase de transição, em que antigos hábitos insustentáveis devem ser mudados imediatamente sob o risco de não deixarmos um mundo habitável para nossos netos.

Manzini afirma que há necessidade de se consumir cerca de 10% do que é produzido hoje, mudando o conceito de bem-estar, hoje vinculados à aquisição de bens:

?A perspectiva da sustentabilidade põe em discussão nosso atual modelo de desenvolvimento. Nos próximos decênios, deveremos ser capazes de passar de uma sociedade em que o bem-estar e a saúde econômica, que hoje são medidos em termos de crescimento da produção e do consumo de matéria-prima, para uma sociedade em que seja possível viver melhor consumindo (muito) menos e desenvolver a economia reduzindo a produção de produtos materiais?.

Neste sentido, precisamos hoje de novos hábitos de consumo, que estão aos poucos mudando, com a inserção de campanhas educativas, e grande projeção na mídia, por exemplo, que constituem investimentos a longo prazo, para a consciência da sociedade.

E para nós designers é de fundamental importância termos claros os conceitos de sustentabilidade para o desenvolvimento de produtos sustentáveis, pois influenciamos as decisões de produção e compra ? mesmo que indiretamente. Se esses novos produtos não forem propostos, a sociedade não conseguirá consumir diferente, mesmo que sua consciência ambiental aumente.

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