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secao 4!

CCbee

Debora Cazarini Neme

João Carlos de Oliveira Cesar

O que è um centro cultural pra mim? Centro cultural é um lugar onde possam existir as várias formas de manifestação artística. É um espaço reservado e utilizado de acordo com as necessidades de cada arte e de cada indivíduo. Espaço preparado tecnicamente para eles e usado como e quando bem entenderem...

Não imagino um centro cultural formado por salas de ensaio, restaurante e banheiros obedecendo a um programa pré-estabelecido. Um centro cultural deve ser formado por movimento, por gente, por arte, por artista, por bailarina e palhaço. Isso extrapola um centro convencional.

Atividades que sejam ligadas de um modo ou de outro, seja pelo artista, pela produção, pela arquitetura.

E assim nasce o CCbee – Centro Cultural Bee . abelha . colméia . hexágono . módulo . triangulo .

O ponto de partida do projeto foi criar estes espaços. As salas possuem intenção inicial de uso, mas a estrutura foi projetada de forma modular para que variações dos espaços internos sejam possíveis.

A disposição dos edifícios foi pensada de forma a criar um espaço externo-interno. Me inspirei nas famosas praças italianas. Pude vivenciá-las durante o período de estágio que freqüentei na época da concepção inicial do projeto, e busquei o efeito de movimento, de entorno, de vazio e preenchimento. Percebi que uma praça não é uma praça que pode ser projetada. A praça é o que resta do entorno construído. Um entorno aparentemente caótico, mas que desvela uma surpresa a cada ângulo. Após exaustivos desenhos, maquetes de estudo e perspectivas consegui direcionar o que poderia ser essa conformação de espaços. Edifícios com fachadas principais viradas para o interior da quadra, dando as costas para a rua, a rua que entra pelo pórtico até o centro da praça terminando num grande ipê amarelo. (Se eles têm fontes, nós temos ipês). Uma releitura do que poderia ser um monumento de praça.

O retângulo do terreno é quebrado, em contraposição à malha quadrangular e tão dura, característica da região onde o projeto está sendo implantado. Caindo os muros, cai também o isolamento de cada quadra a si mesma, deixando entrar vida.

Cada núcleo do centro cultural tem uma característica particular, que reflete na disposição em determinado ponto do terreno e na solução de projeto adotada para cada um deles.

O núcleo grande espetáculo, onde estão a “grande arena”, o “teatro dois” e o “auditório principal” se localiza na porta de entrada do terreno. Considerada como via principal a Avenida Imperatriz Leopoldina. Um edifício alto, colorido e imponente, que recebe invólucro de vidro colorido escuro, deixando visão parcial de dentro e de fora, transparente, translúcida, “transcolorida”.

Logo ao lado, criando o pórtico de entrada, está o edifício escada que se contorce em si mesmo, com transparência absoluta. Este núcleo contém as artes plásticas e pode-se assistir de fora a todo processo, a criação, a produção e o movimento.

No centro está a composição iconográfica do centro cultural. Uma tenda, uma proteção envidraçada como um vitral: o circo. Ou espaço circense, ou espaço expositivo. Espaço aberto,onde todas as atividades podem ser acompanhadas de cada ângulo. A grande tenda branca faz uma contraposição à imensa praça seca e colorida, o coberto e o descoberto, o sol quente e a sombra fresca.

O prédio da dança atravessa parte da extensão longitudinal do terreno, como alternativa de percurso elevado. Liga bloco de serviços, funcionários e recepção até o núcleo da música. A disposição das salas foi sendo composta de forma a tirar a monotonia que seria um percurso de 80m em linha reta.

O núcleo da música que começa no fim do edifício da dança, faz a volta por baixo, passa pelo ateliê de cenografia e figurino, e acaba na grande rampa que leva até o bosque, formando um grande “s”. Esta conformação gera mais uma praça, um espaço de passagem e de acesso ao mini-auditório.

Mais para o fundo do terreno está a bibliosnet, (biblioteca, midiateca e internet) que tem as fachadas envidraçadas viradas para o bosque, único espaço intensamente verde do projeto.

Como institucional, penso num centro cultural público em que as atividades sejam coordenadas por um centro administrativo que reverta todo ganho de aluguel de salas e produção profissional de espetáculo em manutenção do próprio centro. Como equipes de profissionais fixos o CCbee possui a administração, a segurança, a limpeza, as portarias e a assistência técnica. Os outros profissionais, como professores de dança ou de história da arte, diretores de teatro ou técnico vocal possuem contrato temporário ou de acordo com a oferta de cursos, como num SESC.

Fora a parte de cursos, imagino um corpo fixo de cada núcleo. Durante meu estágio no Teatro Municipal de São Paulo, pude entender parte da estrutura de um órgão público destinado à cultura. O Teatro era o órgão central que coordenava todos os outros núcleos, como o corpos de baile, e as escolas de música. Isso garantiria a dinâmica e a constante movimentação de todos os espaços.

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