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Escola de Gastronomia na cidade de São José dos Campos com enfoque no Conforto e na Sustentabilidade

Flávia Suemi Silveira

Denise Helena Silva Duarte

Objetivo

Primeiro por se tratar de uma localização muito interessante e privilegiada, pois existem muitos pontos significativos nesta cidade, já que é um tecnopólo com importantes centros de ensino e pesquisa e é um eixo entre duas capitais (São Paulo e Rio de Janeiro).

Segundo, porque com a saturação de centros universitários nas grandes capitais faz com que surja a necessidade de se estudar novas áreas para absorver a crescente demanda por mão de obra qualificada.

Terceiro, avaliar materiais que atendam o desempenho térmico e energético da edificação escolhida na região tropical de altitude brasileira, fazendo uso de estratégia de proteção solar para minimizar a carga térmica interna da construção.

O objetivo é, portanto, após diversas pesquisas e levantamentos da região, definir a melhor forma de construção deste centro gastronômico em um galpão, como um retrofit, dentro da cidade de São José dos Campos a fim de propor um uso mais adequado que atenda não só à população local, mas também pessoas de outras regiões.

Terreno escolhido

O terreno escolhido para desenvolver o projeto está localizado no Parque da Cidade, centro de São José dos Campos, que se delimita entre as avenidas Sebastião Gualberto e Olívio Gomes; vizinho a antiga tecelagem Parahyba.

O Parque da Cidade por ser uma grande área verde localizada estrategicamente próxima ao centro urbano do município contribui para o conforto climático diminuindo oscilações térmicas e atenuando o efeito das “ilhas de calor”. A vasta área verde também protege a cidade dos fortes ventos, contribuindo para a redução de ruídos e absorção de poeiras. A área constitui uma importante interface entre o rural e o urbano, servindo como uma comunicação natural entre as espécies nativas do ecossistema original e entre as espécies cultivadas no sistema urbano.

Este será um trabalho de retrofit, pois trata-se de uma readaptação ao antigo Galpão Gaivota projetado por Rino Levi nos anos 50. Revitalizar e atualizar as construções para aumentar a vida útil do imóvel, através da incorporação de modernas tecnologias e materiais de qualidade avançada, é fundamental para reconquistar a valorização da unidade.

Projeto

O Projeto é caracterizado pelo suave perfil da estrutura em que dois arcos parabolóides de estrutura metálica se apóiam sobre três linhas de pilares e vigas de concreto. O sistema estrutural da cobertura se destaca pela leveza: arcos são construídos com treliças compostas por ferros redondos de construção – dobrados e soldados no canteiro – e vencem um vão de 22,5m. O contraventamento é feito pelas próprias terças de caibros, cujo atirantamento em X é disposto em faixas alternadas.

A necessidade de pé-direito livre fez com que a linha central da estrutura de concreto fosse mais alta que as laterais, resultando na intersecção dos arcos plenos, o que confere a cobertura a silhueta de “asas de gaivota”. Os fechamentos verticais em telhas de alumínio acentuam o figurativismo do desenho.

A proposta desse projeto é uma escola de gastronomia inserido no Galpão Gaivota. O terreno é subutilizado, pois o galpão e o antigo posto de gasolina não estão sendo requisitados. Além disso, o galpão é tombado e deve respeitar um raio de 300 metros como área de proteção envoltória, segundo o Prof. Ademir Pereira dos Santos, professor da Universidade de Taubaté, departamento de Arquitetura.

Programa de Necessidades

O galpão apresenta uma altura máxima de 8,5 metros o que permite a construção do pavimento térreo, de forma que este mantenha 3,5 metros, e de um nível superior que acompanhe naturalmente o desenho da estrutura metálica existente. A área total do galpão é de 5.400m². Portanto, no centro das “asas” da gaivota estará, em alguns pontos do edifício, os mezaninos da escola de gastronomia, que serão recortado para uma melhor aplicação da iluminação natural e ventilação.

Pela entrada principal que se decide qual área do complexo que se deseja visitar, podendo ser a Escola de Gastronomia, a Administração desta ou o Restaurante. Ela é voltada para a Avenida Sebastião Gualberto, e nela se encontra o painel do paisagista Roberto Burle Marx, estrategicamente posicionado aproveitando a estrutura do antigo posto de gasolina.

Sustentabilidade

A Sustentabilidade deste projeto está relacionada principalmente aos aspectos ambientais e econômicos. Por ser um retrofit, o galpão já atende o conceito; reutilizando uma estrutura existente, inserindo elementos com baixo impacto ambiental, empregando recursos naturais como a ventilação natural, é socialmente justo pois pretende desenvolver a educação através da Escola e é economicamente viável. O projeto visa estudar algumas necessidades de conforto como a térmica, a insolação no edifício, a ventilação e iluminação.

Considerações Finais

O objetivo foi reaproveitar a estrutura de um antigo galpão de gasolina abandonado dando uma nova funcionalidade e reintegrando a edificação ao Parque da Cidade em São José dos Campos. A proposta da escola de gastronomia está relacionada com a localização da cidade (eixo São Paulo - Rio), a demanda crescente por esta profissão e a adequada área que o retrofit oferecia, possibilitando não só a construção de um centro gastronômico, como também de uma biblioteca e um restaurante.

O método empregado para a avaliação de conforto foi o de simulação computacional, adotando-se como ferramenta os programas Climaticus1.0, Daylight e SketchUp, cuja escolha foi baseada no levantamento das capacidades e limitações de alguns programas. Outro aspecto relevante que merece ser tratado é quanto ao conforto térmico e ao nível de satisfação do usuário. Esta pesquisa, porém, limitou-se em avaliar o desempenho térmico e solar da estrutura sem aprofundar nas questões do conforto térmico.

É importante mencionar que não existe uma regra única de projeto, ou apenas um projeto de escola que seja adequado ao retrofit. É fundamental porém, considerar a tipologia assim como o entorno, as reais necessidades de cada local e cidade, buscando sempre que possível privilegiar as estratégias passivas de conforto.

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