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secao 4!

Parque do Córrego São Domingos

Guilherme Magalhães Santos Marinho

Silvio Soares Macedo

Tema do trabalho

O objeto deste Trabalho Final de Graduação é o córrego conhecido como São Domingos, localizado no bairro de mesmo nome, nas divisas dos distritos do Butantã e do Rio Pequeno. A proposta para este córrego é requalificá-lo, através da implantação de um parque ao longo de seu trajeto.

Justificativa

A escolha do córrego São Domingos se deu pelos seguintes motivos:
- A situação atual que se encontra o córrego – tanto na qualidade da sua água (poluída) como na ocupação das suas margens (densa) – é muito comum na cidade de São Paulo, e se reproduz não só nela como por todo o país. Dessa forma, as propostas aqui apresentadas podem, até certo ponto, trazer soluções que também possam ser implantadas em áreas similares.
- Constatou-se que o entorno imediato do córrego apresenta uma série de problemas, também comuns à cidade como um todo, tais como: falta de espaços livres e áreas verdes qualificadas para o uso recreativo, transposição do córrego difícil (tanto para pedestres como para veículos), poluição das águas e acúmulo de lixo nas margens do córrego, áreas de invasão, entre outras.

Diagnóstico da área

O percurso do córrego pode ser dividido em três trechos de características semelhantes, quanto à sua ocupação e seu relevo.

O primeiro trecho, onde o córrego nasce, é um bairro de classe média, com ocupações regulares de casas e alguns condomínios verticais. A arborização é esparsa porém existente, assim como a presença de quintais nas casas. Existe um número expressivo de espaços livres (tanto terrenos como praças). O relevo é bastante acidentado, com declividades variando de 15 a 30% ou mais. A nascente do córrego está preservada, porém fica dentro do terreno de um condomínio e não tem acesso para a rua. A maior parte do córrego, neste trecho, está a céu aberto, embora já tenha um trecho canalizado.

O segundo trecho, intermediário, possui uma ocupação horizontal de classe média baixa, com a presença de favelas nas margens do córrego e alguns conjuntos habitacionais. A arborização nas ruas é praticamente inexistente, assim como a presença de quintais nas casas. O relevo é acidentado, sobretudo nas margens do córrego. Neste trecho o córrego está quase totalmente canalizado, à exceção do trecho de favela, onde ele está aberto.

O terceiro trecho, junto à foz, é marcado por residências horizontais de classe média e média baixa, comércio forte (na avenida do Rio Pequeno) e sem favelas. A arborização nas ruas é praticamente inexistente, porém existem muitas casas com quintais. O relevo é bem mais plano que os trechos anteriores. Aqui o córrego já está totalmente canalizado, até sua foz.

Foram criadas duas bases para avaliar a situação que se encontra a região onde o córrego está inserido: estrutura física (relevo, sistema viário e uso do solo) e fotográfica (condições da ocupação do bairro, inclusive das margens do córrego).

Este último levantamento foi muito importante, pois através dele teve-se um profundo conhecimento dos problemas da área e das necessidades da população. As principais questões levantadas pelos moradores da área estão listadas a seguir:
- Alta quantidade de lixo acumulada no córrego;
- Trechos de enchente;
- Falta de espaços de lazer para crianças, adolescentes e também idosos.

Além das questões levantadas pelos moradores, foram constatados outros problemas e carências de cunho urbano e ambiental, listadas a seguir:
- Poluição das águas do córrego, ocupação das suas margens;
- Canalização do córrego;
- Dificuldade de circulação no sentido longitudinal do córrego;
- Falta de arborização nas ruas;
- Construções irregulares, de qualidade precária.

Delimitação da área de intervenção e novas áreas de ocupação

Para ser implantado o parque, será necessária a desocupação de uma série de terrenos juntos ao córrego, por toda a sua extensão. Além dos lotes lindeiros ao córrego, procurou-se minimizar as desapropriações (sobretudo de lotes residenciais regulares) criando alguns critérios para aplicá-la. São eles:
- Áreas de invasão;
- Construções precárias.
Desapropriar lotes (regulares) ou construções (irregulares) implica em ter de assentar essas famílias em algum local. Para isso, propõem-se uma série de novas ocupações, planejadas, em terrenos passíveis de adensamento, para abrigar essas famílias. O principal terreno onde se propõe essa nova ocupação localiza-se junto à atual favela, e atualmente pertence à Eletropaulo.

Plano geral do parque

Programa de atividades

Baseado nos levantamentos feitos e nas conversas com os moradores da região, foi elaborado o programa de atividades do parque. Este programa, embora não muito diversificado, atende às necessidades levantadas por pessoas de todas as idades, a saber:
- Crianças: playgrounds
- Jovens: pistas de skate e quadras poliesportivas
- Adultos e idosos: cancha de bocha e mesas para jogos
Além destas atividades, elementos como os gramados e os quiosques podem oferecer atividades diversificadas para todos os usuários.

Funções

O parque terá de exercer, ao longo de seu percurso, várias funções. Além de oferecer espaços de lazer e descanso para a população, ele deve garantir uma boa circulação ao longo de seu trajeto e também assegurar a correta drenagem e absorção das águas pluviais. Tudo isso além de ser um espaço esteticamente agradável e capaz de reaproximar as pessoas da natureza.

Procurou-se concentrar as determinadas atividades oferecidas pelo parque nos trechos onde o relevo é mais propício para a sua prática. Nos trechos de relevo mais acidentado, primou-se pelo caráter contemplativo, criando vistas e espaços de estar. Já os trechos de relevo plano apresentam mais equipamentos de lazer e pisos, para a prática das mais diversas atividades.

A água do córrego deverá ser despoluída, e construída uma rede de esgoto capaz de coletar o que hoje é lançado nele. Estão previstos dois trechos de alagados ao longo do córrego, nos locais onde atualmente ocorrem enchentes. Além dos alagados, propõe-se a construção de valas drenantes (biovaletas) ao longo das ruas que descem em direção ao córrego, compondo uma rede de infraestrutura capaz de absorver a água das chuvas antes de elas chegarem à baixada, contribuindo para a prevenção de enchentes.

A circulação do parque será garantida pela presença de pisos acompanhando uma ciclovia que corta integralmente o parque no sentido longitudinal. A circulação de veículos transversalmente ao parque será assegurada pela presença de algumas ruas (que farão a ligação entre os dois “lados” do parque). As calçadas das ruas próximas deverão ser arborizadas e receberão piso semelhante ao do parque, de forma a criar uma integração deste com o bairro.

Conceito formal

O parque tem sua estrutura determinada por arvoredos e gramados, sendo permeado por pisos multicores e alguns caminhos de pedrisco. Além destes elementos, os três alagados presentes ao longo do parque (com função de reter a água da chuva) também são importantes elementos na sua estruturação espacial.

Alguns maciços arbóreos do parque – especificamente os localizados junto aos fundos de lotes, receberão, além da arborização densa, arbustos nativos da Mata Atlântica. A idéia é, além de resgatar a vegetação nativa do local, valorizar as vistas destes maciços e também evitar a circulação de pessoas por estes espaços.

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