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secao 4!

Inovações Industriais e não-Industriais no projeto de habitação econômica:

conjunto autoconstruído em Osasco-SP

Júlio Casagrande Tango

Reginaldo L. N. Ronconi

Trata-se de um estudo sobre as possibilidades projeto do edifício habitacional econômico, passando por algumas considerações teóricas, de âmbito geral; e de uma proposição projetual para uma área específica).

O trabalho divide-se assim em duas partes: a primeira resume o processo de pesquisa que norteou o desenvolvimento do projeto: partindo do problema habitacional no Brasil, considerações sobre arquitetura habitacional econômica e mudanças no modo de produção (mutirão).

O problema da habitação é permanente na imaginação dos arquitetos e de outros profissionais. O que poderia ser visto como simples idealismo, motivado pelas situações chocantes que presenciamos no dia-a-dia, é respaldado como pré-requisito teórico para o desenvolvimento pleno da sociedade, através de sua democratização.

Nos deparamos naturalmente com esta que parece, do ponto de vista exclusivamente técnico, a implicação principal do problema: como reduzir custos e garantir um projeto de boa qualidade? Este é um dilema que deve motivar o trabalho do arquiteto que se propõe a projetar a casa popular brasileira.

O que podemos mudar e o que podemos aproveitar das soluções que vêm sendo dadas ao problema? Onde e como tem atuado o setor público na questão? E onde e como vêm sido propostas inovações dignas de serem melhor conhecidas?

A segunda parte apresenta o projeto propriamente dito: Desde a escolha do terreno, uma gleba de 130mil m² subutilizada em Osasco, ao lado de uma estação da CPTM, passando pelas principais condicionantes de projeto (custos, conforto e segurança) até o detalhamento do sistema construtivo (alvenaria estrutural em blocos cerâmicos), de coberturas verdes e outros.

A área escolhida tem excelente provisão de infraestrutura de transportes: além da estação da CPTM General Miguel Costa, que a serve diretamente, há também um pequeno terminal de ônibus junto a ela em seu lado Sul, na Avenida dos Autonomistas. Além disso, na mesma avenida, que é uma via de circulação muito significativa na região, há diversos pontos de ônibus que atendem a destinos diferentes. A área, que consta como ZEIS no plano diretor de Osasco, é hoje ocupada por três clubes/escolas de futebol, das quais apenas uma está em funcionamento, além de um estábulo e de uma favela com aproximadamente 90 casas.

Ficha técnica

O conjunto é implantado na forma de um edifício alto e comprido, do tipo lâmina, formado por dois blocos curtos e altos, de térreo mais 7 andares, e entre eles um mais comprido e baixo, de térreo mais quatro andares. A ligação entre estes três blocos é feita através das circulações horizontais e verticais (duas escadas e dois elevadores). O edifício se implanta aproximadamente no sentido leste-oeste, sendo que os apartamentos podem ter aberturas para norte (quartos), leste e oeste (quartos, no caso das extremidades) e sul (salas, cozinhas, áreas de serviço e banheiros, cujas janelas podem ou não dar diretamente para as circulações horizontais, dependendo da unidade).

As áreas comuns de circulação são amplas (1,80m de largura) e devem servir também como varandas semi-públicas para os moradores. As coberturas dos blocos têm grandes áreas de jardim, (874,8m² no total) onde também se localizam os reservatórios superiores d'água, que têm forma arredondada (ver implantação). As caixas de escada possuem cada uma uma cobertura em abóbada, a serem realizadas usando blocos cerâmicos e alguma armação.

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