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secao 4!

Veículo elétrico de pequeno porte para uso urbano

Marcus Vinicius de Oliveira Brito

Robinson Salata

Este trabalho final de graduação tem como objetivo o projeto de design de um veículo de pequeno porte para o uso em grandes centros urbanos. Além das dimensões diminutas, o veículo tem como característica o emprego de um propulsor elétrico, o que de forma direta contribui para uma menor emissão de poluentes.

O trabalho aborda o problema dos congestionamentos, excesso de veículos e deficiência do transporte público em grandes centros urbanos, tomando como exemplo a cidade de São Paulo. Através de levantamento de dados, é feita uma análise desses problemas e a partir daí surge a conceituação do projeto. São expostas referências de projetos com intenções semelhantes à que esse trabalho se propõe.

O projeto é elaborado através do briefing, onde surgem os primeiros sketches (croquis). É definida também a tecnologia a ser empregada no veículo. Com motorização e outros componentes definidos é possível elaborar o package do automóvel e, a partir daí, sketches mais definidos. Neste trabalho também foram produzidos um modelo matemático através do software Alias Studio e modelo físico em clay na escala 1:5.

O automóvel adquiriu um papel fundamental na sociedade como a conhecemos hoje. Muito mais do que um produto industrial a ser consumido/utilizado, o automóvel interfere na vida do indivíduo, na vida da cidade, nos projetos arquitetônicos e no desenho urbano.

O trânsito está em evidência quando o assunto é a vida nas grandes cidades. A indústria automobilística brasileira nunca vendeu tantos veículos como em 2008 e segue vendendo muito em 2009, apesar da crise econômica que se estabeleceu. A indústria vem quebrando recordes de produção e as vendas de automóveis vêm crescendo vertiginosamente em relação há 3 ou 4 anos.

Os efeitos desse aumento na frota de automóveis podem ser percebidos no tráfego de veículos cada vez mais intenso, principalmente nas grandes cidades. Os congestionamentos são pesados, sobretudo nos horários de pico interferindo diretamente na qualidade de vida dos habitantes da cidade grande.

O tempo gasto em congestionamentos significa: gastos com combustível; perda de tempo de trabalho; perda de tempo de lazer e descanso. O trânsito faz mal para a cidade e para os que nela habitam.

Os congestionamentos nas metrópoles têm aumentado tanto em quantidade quanto em tempo, podendo se estender por duas, três e em casos extremos chegando a até cinco horas de duração. Isso pode acarretar em níveis elevados de estresse e em problemas causados pela exposição elevada à poluição atmosférica, sonora e visual às quais as pessoas são expostas.

As metrópoles não param de crescer. Em grande parte delas esse crescimento é desorganizado, caótico. O que vemos, principalmente em grandes cidades de países em desenvolvimento é que o sistema de transporte público não consegue acompanhar o crescimento da cidade e do número de habitantes, mostra-se ineficiente, acarretando em conduções superlotadas e que não atendem à maioria da população com o mínimo de qualidade.

Com a superlotação do transporte público e a facilidade em se adquirir um automóvel (condições facilitadas de pagamento como: parcelamento; financiamento; leasing; consórcio; etc.), muitas pessoas acabam migrando para um próprio meio de locomoção e isso já é considerado predominante, levando em conta que temos mais de seis milhões de veículos só no município de São Paulo,o que representa pouco mais da metade da população da cidade.

Soma-se a isso, o fato do automóvel proporcionar uma liberdade maior de locomoção no que diz respeito a destino e privacidade. Esses atrativos sempre vão garantir que haja indivíduos que optem por esse modo de transporte. O automóvel enquanto produto também seduz o consumidor. Seu design, o apelo da posse de um veículo, o status que ele oferece, ainda que seja para ficar parado no trânsito, fazem com que muitas pessoas batalhem para adquirir seu carro.

A taxa de ocupação dos automóveis na cidade de São Paulo, assim como em outros centros urbanos é de aproximadamente 1,2 pessoas por automóvel (fonte: CET). Isso contribui para o trânsito no que diz respeito à área ocupada pelo veículo em relação ao número de passageiros que ele carrega. O que vemos num engarrafamento é em sua maioria carros para cinco ou até mais passageiros ocupado muitas vezes apenas pelo motorista e em alguns casos um segundo passageiro.

A partir dos dados apresentados e da análise obtida, é possível traçar um briefing para o projeto:
- Um automóvel pequeno, para até duas pessoas, que não vise ser a salvação para o trânsito, mas uma forma de reduzir o impacto do trânsito, atacando a frente de área ocupada pelo veículo. Um veículo de dois lugares atenderia boa parte dos usuários de automóveis, uma vez que muitos saem sozinhos ou no máximo com mais uma pessoa em carros para cinco ou mais pessoas ocupando uma área consideravelmente maior na via. Um veículo de pequeno porte ainda necessita de menos espaço para realizar manobras, bem como encontra maior facilidade e disponibilidade de vagas de estacionamento.
- Motorização elétrica: menos agressiva ao meio ambiente. Um veículo elétrico, de forma direta, polui menos. Um motor elétrico polui menos a atmosfera e emite menos barulho em relação a um motor à explosão que impulsiona a maioria dos veículos de hoje.
- Emprego de materiais recicláveis, fazendo com que o descarte de um automóvel como esse tenha um reaproveitamento de materiais superior aos dos veículos convencionais.
- Preocupação com segurança, uma vez que carros pequenos carregam o estigma de peças frágeis que não oferecem proteção aos passageiros.
- Estilo atraente, para conquistar usuários não apenas pela tecnologia, mas também pelo desenho do veículo.
- Panorama de lançamento: futuro próximo, 2 a 3 anos à frente.

A idéia é um veículo de linhas simples, com posição de dirigir que lembre a de uma minivan. Apesar de pequeno, oferece conforto para os dois ocupantes.

É concluído que sempre haverá indivíduos que optarão por utilizar o automóvel como meio de transporte. Seja devido à liberdade de privacidade e destino, seja para suprir a carência do transporte público, seja pelo apelo da posse de um produto industrial consumido de forma diferenciada.

A tendência é que os veículos cada vez mais carreguem conceitos inteligentes, que causem menos impacto na metrópole, tanto na questão do trânsito, quanto na questão da poluição. O motor elétrico e os mini carros não aparecem como salvadores do trânsito e da poluição nas grandes cidades, mas como uma forma de auxiliar na solução desses problemas.

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