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secao 4!

Habitação para Idosos

Marina Rosa Crespo

Francisco Spadoni

apresentação

O produto final deste TFG é o projeto de um edifício de Habitação para Idosos no bairro de Santa Cecília, em São Paulo. Parte de um tema complexo, o projeto extrapola o programa habitacional e transforma-se em um estudo tipológico, ilustrando a ocupação do interior de quadra, a organização de programas mistos e a criação de novas conexões urbanas.

O projeto é resultado direto de uma extensa pesquisa realizada sobre o tema. Nesse estudo desenvolvi um diagnóstico dos modelos de habitação oferecidos para os idosos atualmente, considerando as demandas dos usuários por atendimento, conforto, segurança e acessibilidade. Dessa forma, pude definir os modelos mais adequados para a implantação no projeto e a melhor maneira de abordá-los. Reflexões sobre o efeito da arquitetura sobre percepção e bem estar dos usuários idosos foram, posteriormente, traduzidas em recursos espaciais usados para atingir benefícios práticos.

O cruzamento dos modelos de habitação para idosos estudados e das possibilidades oferecidas pelo terreno escolhido resultaram na definição de um programa focado na aplicação de dois edifícios habitacionais diferentes:
•Edifício de Moradia Assistida: conjunto que oferece unidades habitacionais de um dormitório atendidas por uma ampla gama de serviços. Nesse modelo as áreas privadas e as áreas coletivas encontram-se distribuídas em proporção muito próxima.
•Edifício de Moradia Acessível: conjunto que oferece unidades habitacionais que variam entre um, dois e três dormitórios. Essas unidades são completamente acessíveis ao residente idoso, mas não são exclusivas a ele. Mais próximo aos modelos convencionais, nesse sistema há um privilégio do espaço privado dos apartamentos – o oferecimento de serviços fica restrito ao programa público presente no conjunto, compartilhado com os residentes da Moradia Assistida.

Esses edifícios habitacionais são integrados a áreas comerciais e de serviços que exploram o uso público no interior da quadra. A ocupação atual do terreno e a análise do entorno determinaram a configuração do programa desenvolvido. Espaços comerciais e o Centro de atendimento para a criança e o adolescente foram previstos e repõe as edificações que hoje ocupam parte no terreno. Ambos são bastante adequados ao tema da habitação para idoso, pois possibilitam interações sociais com outras faixas etárias. Academia, Biblioteca e um sistema de espaços livres e verdes com diferentes graus de proteção estimulam atividades muito importantes para idosos e atendem as principais carências diagnosticadas na área.

Casa

Apesar de o caráter habitacional ser uma meta altamente desejável em edifícios para idosos, este não costuma ser adotado pelos construtores de forma que possa ser reconhecido pelos residentes. É muito comum que o sistema físico e operacional de suporte e atendimento ao morador seja elaborado de tal maneira que oprima o deveria ser o significado primeiro do espaço – o lar.

Precisamos saber quem somos, como somos e onde estamos em relação ao mundo que nos cerca, para que possamos encontrar sentido em nossas vidas. A casa é uma manifestação de nossas tentativas de capturar conceitos de identificação, orientação e qualificação.

Ao cruzarmos esses conceitos com a pesquisa da habitação para os idosos, podemos perceber um problema claro. A habitação coletiva para idosos sempre foi baseada em tipologias hospitalares ou institucionais, ao invés de tipologias habitacionais. Esse padrão está há muito tempo estabelecido em nossa forma de pensar esses espaços. Para que se torne reconhecível como uma casa, ele deve recuperar a atenção a esses valores, de maneira a permitir que o indivíduo aproprie-se, identifique e expresse-se através de seu espaço.

Acessibilidade

Muitos residentes idosos apresentam deficiências físicas e/ou cognitivas que resultam em dificuldade para executar atividades cotidianas, acessar espaços e utilizar equipamentos. Obstáculos que impeçam o acesso ou a participação do residente a lugares e atividades podem resultar em graves danos a seu bem estar, assim como na perda de independência.

As pessoas são diferentes e, portanto, têm habilidades diferentes. É essencial considerar em todo projeto o objetivo de abranger o maior universo possível de pessoas. Esta é a base do desenho universal, que prega que se deve garantir a todos, de igual maneira e com o mesmo dispêndio de energia, o acesso e uso dos espaços.

Em edifícios projetados para o uso exclusivo de idosos já é bem estabelecida a aplicação dos conceitos de acessibilidade, tolerância a erros, uso simples, comunicação perceptível e pouco esforço físico, ainda que não sob o título do desenho universal.

É no projeto de espaços acessíveis, mas não exclusivos aos idosos, que o desenho universal (com atenção especial aos princípios de igualdade e adaptabilidade) ganha enorme importância. Edifícios acessíveis que associam a acomodação do residente idoso a outros grupos carregam no desenho universal seu grande potencial de acolhimento.

Ficha Técnica:

Área do terreno = 5878m²
Coeficiente de Aproveitamento segundo Zoneamento = 2.50
Coeficiente de Aproveitamento proposto = 3.10
Área construída = 18.226m²
Taxa de Ocupação segundo Zoneamento = 0.5
Taxa de Ocupação proposta = 0.72
Taxa de Permeabilidade segundo Zoneamento = 0.15
Taxa de Permeabilidade proposta = 0.18
Espaços Comerciais = 2.820m²
Academia = 1.765m²
Biblioteca = 1.402m²
Centro para a Criança e o Adolescente = 716m²
Moradia Assistida: Área condominial = 4231m² / Unidades habitacionais (84 unidades) = 4.248m²
Moradia Acessível: Área condominial = 436m² / Unidades habitacionais (24 unidades) = 2.608m²
Vagas de Estacionamento = 186

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