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secao 4!

Projeto de escola pública inserida em um parque

Nathalia Viana dos Santos

Cibele Haddad Taralli

Este trabalho apresenta o projeto de uma escola pública inserida no Centro de Cultura, Esporte e Lazer no bairro do Jabaquara, São Paulo. Este Centro, abrigou no passado, as instalações da Fundação Estadual do Bem-Estar do menor (FEBEM) e hoje funciona como um pólo de atividades de inclusão social para os moradores do bairro. Como boa parte das escolas da região possui ônibus escolares que levam as crianças para este Centro após o horário letivo, a proposta desse trabalho foi levar uma escola de educação formal para dentro deste complexo cultural.

Este dossiê traz análises simplificadas do histórico das escolas em São Paulo, pedagogias estudadas, escolas referências, estudo do lugar, planejamento urbano, e estudos dos espaços internos da escola, de forma a gerar o projeto aqui apresentado.

Como metodologia para o desenvolvimento do projeto, primeiramente realizou-se uma pesquisa sobre escolas que aplicam pedagogias diferenciadas, das atualmente implantadas na maioria das escolas públicas em São Paulo, entre elas: a Reggio Emilia na Itália, a Escola da Ponte em Portugal, a Amorim Lima e a Lumiar ambas em São Paulo.

Em seguida foram estudadas as seguintes pesquisas: 1. Pesquisa elaborada pela Reggio Children, a qual serviu de base para entender melhor a necessidade da espacialidade da escola, assim como as cores e os elementos que esta deve conter; 2. Pesquisa realizada pena UNESCO e pelo MEC, na qual alunos do Ensino Médio fazem críticas sobre as instalações escolares e fazem sugestões de como melhorá-las.

Para ter uma aproximação melhor com a realidade do ensino hoje, foram visitadas três escolas em São Paulo: EMEI Machado de Assis, Colégio Marista Arquidiocesano e Colégio Montessori Santa Terezinha. Através destas visitas foi possível levantar pontos positivos e negativos para o desenvolvimento do projeto.

Por estar implantado em um parque, um dos partidos principais do projeto é permitir a visibilidade do mesmo para todos os alunos, seja no bloco superior e na biblioteca, onde a visão será da mata atlântica, ou do bloco inferior e das rampas onde se poderá ver o Centro de Cultura Esporte e Lazer. A rampa que estabelece a circulação vertical no edifício, é um dos pontos principais da escola, pois é neste ponto que a visão do Centro é mais completa.

Adotando um partido verticalizado, e visando ocupar o mínimo espaço na horizontal, mas com boa capacidade e abrangência de faixas etárias e demandas educacionais, estabeleceu-se uma localização de salas de atividades / aulas nos pisos superiores, oferecendo aos alunos nos pisos superiores, circulação livre e segura e independente entre os ambientes. No térreo, implantado em dois níveis diferentes no terreno, ficam as atividades nas quais os alunos contarão com o acompanhamento de um professor, ou algum adulto responsável, sendo estas as atividades representadas pelas oficinas de humanas, biológicas e exatas, o refeitório, a cantina e a parte administrativa.

A implantação ainda procurou respeitar o desnível existente no local, estabelecendo dois níveis assentados no solo (térreos), que concentram os acessos e a circulações entre o interior e o exterior do edifício. A árvore existente no terreno também foi preservada e incorporada ao espaço livre central e descoberto, ao redor do qual se organizam as circulações horizontais – de acesso aos ambientes - as rampas , pátios, etc. Conformou-se assim praças centrais de convivência, procurando estabelecer uma ligação com a natureza no interior do espaço educacional.

Deu-se prioridade para a localização da biblioteca na posição voltada para o sul, para que esta pudesse receber a vedação de uma fachada de vidro, permitindo a visibilidade do parque, sem a incidência direta dos raios solares.

A entrada principal da escola foi delimitada no lado sul, de forma que se pôde criar uma ligação com a malha viária sem interferir no funcionamento do parque, e sem gerar um fluxo atípico para o parque.

A idéia de inserir a escola no Centro de Cultura Esporte e Lazer, possibilita também a abertura da escola para a sociedade. Durante finais de semana, a escola pode abrir o seu andar térreo para atividades para o púbico, sendo estas localizadas nos laboratórios, nos pátios, ou até na área do refeitório.

A intenção é que além da escola também seja construído neste terreno, um centro de música e um teatro utilizando os espaços especificados na implantação. Com esses dois centros estaríamos aumentando as atividades do parque e conseqüentemente a capacidade de inclusão social do parque para os jovens e a comunidade da região.

Por ser uma escola de ensino fundamental I e II, esta receberá alunos entre 6 e 14 anos de idade. Para atender a necessidade de cada idade, as salas de aula podem ser ampliadas conforme o método de ensino escolhido. Esta flexibilidade e possível ampliação das salas de aula permitem um maior agrupamento dos alunos, podendo até mesmo integrar alunos de séries diferentes, sendo que assim alunos mais velhos podem auxiliar os alunos mais novos, como acontece nas escolas de planta aberta estudadas nesse relatório. Essa flexibilidade também contribui para uma maior interação entre os alunos e o espaço da sala de aula. Placas acústicas servem como divisórias entre as salas, sendo que esta placa pode ser retirada ampliando o espaço da mesma. Além do aumento do espaço através união das salas também pode utilizar o espaço da varanda coletiva.

As oficinas são distribuídas nas três áreas do ensino, humanas, biológicas e exatas. Todas as oficinas possuem portas pivotantes que se abrem para o parque, ampliando o seu espaço útil. Quando a escola estiver aberta para o público do parque, estas portas servirão de entradas para a oficina escolhida pelo freqüentador.

A oficina de humanas é aquele que é aberta para discussão, de forma que se pode ampliar para até 60 pessoas sentadas. Há também um pequeno palco para apresentações. Através de portas de correr, este ambiente pode ser fechado para projeção de vídeos.

A oficina de exatas deverá comportar as matérias (conteúdos) e experimentos pertinentes, sem descartar a possibilidade do estudo em grupo: pode-se reajustar as mesas neste espaço, pode-se elaborar pequenos ou grandes grupos, ou até mesmo reagrupar as carteiras deixando um grande espaço central para os experimentos.

A oficina de biológicas é aquela que contém as matérias que utilizam objetos específicos para a realização de seus experimentos. Por serem instrumentos delicados e também muitas vezes caros, esta oficina é formada por balcões, não permitindo a alteração no layout. As bancadas, com pias nas pontas, permitem o estudo em grupo.

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