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secao 4!

Registros fotográficos de arquitetura –

as obras dos jovens arquitetos da fauusp

Pedro Kok

Mônica Junqueira de Camargo

OBJETIVO

Este Trabalho Final de Graduação registrou por meio de fotografias um conjunto de obras de arquitetura projetadas por arquitetos formados recentemente pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP. As fotografias produzidas são o objeto de estudo, e sua apresentação foi realizada através de dois meios: impresso em livro e numa exposição fotográfica.

CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS

Constituiram-se como critérios para seleção:

1. dos arquitetos a serem contatados e selecionados
- Arquitetos formados nos últimos 15 anos pela FAUUSP. O período a ser estudado visa obter um retrato da produção do jovem arquiteto levando em consideração seu tempo de amadurecimento profissional após sua formação.
- Arquitetos que possuem produção própria, ou que estão inseridos em escritórios de arquitetura em posições de decisão de projeto.

2. das obras a serem documentadas
- Obras já executadas ou com previsão de término até março de 2009;
- Preferência para obras que ainda não tenham sido documentadas por um profissional em fotografia, ou àquelas em que os arquitetos desejam novas fotografias;
- Não foram estabelecidos critérios de seleção quanto à função, uso ou tipologia da edificação.
- Do universo de obras existentes, a seleção constitui-se em uma amostra de livre escolha.

Os arquitetos foram contatados inicialmente através de telefonema e e-mail, com posterior contato direto, visita e discussão de portfólio. A partir das primeiros conversas, formou-se uma rede de contatos com as sucessivas indicações de colegas arquitetos.

As fotografias foram realizadas em filme fotográfico a cores, em equipamentos de médio e grande formato, e em equipamento digital. Cópias das fotografias foram encaminhadas para os autores dos projetos, com livre divulgação.

PRODUTOS

Foram realizadas fotografias de oito obras: uma residência, um edifício de uso misto, uma praça, uma galeria de arte, uma indústria e três escolas, de ensino fundamental, médio e técnico-profissionalizante. Os autores dos projetos formaram-se na FAUUSP entre 1998 e 2008.

Uma seleção das fotografias foi reunida no livro, compondo os ensaios fotográficos organizados em ordem cronológica de visita. Cada ensaio acompanha um texto explicativo sobre a obra em seus aspectos arquitetônicos, permeado por comentários a respeito da produção fotográfica.

Seis fotografias de cada obra foram selecionadas para a exposição no salão Caramelo da FAUUSP, entre os dias 9 e 27 de junho de 2009.

CONSIDERAÇÕES ACADÊMICAS

Este trabalho apresenta a fotografia de arquitetura no âmbito da produção pessoal. Não eram objetos de estudo as discussões e proposições históricas e teóricas sobre o tema; tampouco o extremo oposto – elaborar um manual técnico de como fotografar arquitetura. Concentrei-me aqui em apresentar, através da fotografia, a minha leitura e interpretação das obras, de tal modo que permitissem a compreensão do projeto de arquitetura.

Como consequência desta abordagem, os processos de construção das imagens operaram no campo da arquitetura, em detrimento da busca por uma expressividade singular e individual na fotografia. Todavia, essa expressão não foi extirpada, pois é inerente a cada fotógrafo; havia o cuidado de ir além do um mero registro documental, inerte e repetitivo.

A fotografia é utilizada como ferramenta pelo estudante de arquitetura ao longo de todo o curso, assim como o grafite e a folha de papel. É produto de visitas, percursos e viagens, de sua vivência com o território vazio ou edificado; é instrumento de análise e de proposição. A popularização da fotografia digital nos últimos cinco anos – e sua livre circulação pelos meios eletrônicos – expôs ainda mais esta relação. A fotografia se faz presente no repertório produtivo do aluno de arquitetura.

No caso da FAUUSP, o respaldo institucional existe há muitos anos através de seu Laboratório de Fotografia. Este é o espaço em que o estudante toma contato primordialmente com os processos fotográficos. O interesse do aluno de graduação pelas atividades do Laboratório depende, ao meu ver, da estrutura técnica e das possibilidades acadêmicas que este lhe proporciona.

No entanto, vê-se a ausência de articulação entre a Faculdade e o Laboratório. A falta de clareza de seus objetivos acadêmicos, bem como a infra-estrutura sistematicamente insuficiente para garanti-los, resulta num espaço abandonado e desacreditado. As atividades lá realizadas se restringem a um curso introdutório à fotografia, ao atendimento individual ao aluno e organização de uma exposição anual.

A inserção do Laboratório no programa de disciplinas existentes, assim como a criação de uma disciplina voltada para fotografia e arquitetura – em seus aspectos teóricos ou práticos – poderia reverter essa situação. Além de proporcionar ao aluno um primeiro contato com o tema, este teria condições de desenvolvê-lo ao longo do curso, seja por interesse próprio ou em apoio às atividades de outras disciplinas.

Como exemplo, vê-se que o retorno acadêmico dos laboratórios de Produção Gráfica (LPG) e de Modelos e Ensaios (LAME) existe – não somente, mas em grande parte – pelo uso constante destes por alunos da graduação, nas disciplinas obrigatórias e optativas.

Por fim, discute-se neste momento a restrição do escopo do Trabalho Final de Graduação do aluno de arquitetura às atribuições profissionais do arquiteto. Assim, estaria apto ao diploma apenas aquele que apresentasse os produtos tradicionalmente esperados desse profissional – essencialmente o projeto, da edificação e do território. Este estudo fotográfico e outros trabalhos de natureza diversa, ainda que relevantes para a arquitetura, poderiam ser considerados inválidos.

Considerando o TFG como o momento máximo da reflexão de um aluno de graduação, um movimento neste sentido poderia severamente limitar sua capacidade e vontade de pesquisa. O resultado aqui apresentado reafirma o caráter multidisciplinar do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, que propicia uma ampla formação estética e crítica, e contribui para novas formas de pesquisa, representação e expressão.

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