O objetivo deste TFG é analisar criticamente as condições de trabalho dos profissionais da área de design e a partir deste exercício, propor uma estação de trabalho que seja adequada às necessidades específicas e anseios dos mesmo.
O interesse sobre este assunto surgiu da constatação pessoal de que estes indivíduos utilizam, em geral, espaços físicos bastante limitantes (que muitas vezes não atendem sequer as requisitos mínimos de ergonomia) e mobiliários corporativos "genéricos", que restringiam suas capacidades criativas.
Durante a pesquisa, definiu-se como integrantes do grupo de interesse os seguintes profissionais: designers gráficos, designers de produto, arquitetos, webdesigners e publicitários da área de criação. Todos eles tem em comum a atuação em atividades de desenvolvimento criativo, com o emprego maciço de equipamentos de informática (desktop, notebook, tablet, entre outros) e perfis semelhantes na relação com a tecnologia (tem fácil acesso e são grandes consumidores de produtos tecnológicos, estão constantemente atualizados às novas mídias, utilizam intensamente a internet e seus recursos na vida cotidiana e profissional).
Embora tenham atuação em atividades que exigem criatividade e desenvolvimento de idéias e conceitos, muitas vezes estes profissionais acabam subjugados pelo desinteresse dos empregadores, incapazes de enxergar ganhos financeiros com melhoria dos ambientes de trabalho, através do fornecimento de condições adequadas para seu perfeito funcionamento.A desconsideração das necessidades específicas e estímulos essenciais para o desenvolvimento criativo podem ser vistas cotidianamente em inúmeros escritórios de arquitetura, estúdios de design e agências de publicidade que oferecem aos seus trabalhadores espaços físicos e mobiliários semelhantes aos usados por profissionais de serviços burocráticos que, diferentemente do público-alvo deste projeto,limitam-se a realizar tarefas mecânicas e repetitivas e não precisam de muito mais do que a tradicional mesa de computador e algumas gavetas para manter a organização.
Tais condições limitam o desempenho dos profissionais em questão, que necessitam de espaço físico para realização de atividades diferenciadas durante as etapas criativas de seus trabalhos como:realização de sketches, desenhos à mão-livre, montagem de modelos ou maquetes e consultas a materiais impressos (livros, revistas, catálogos). A ausência ou falta de facilidade de realização destas tarefas implicam em impactos negativos imediatos como a diminuição da eficiência profissional e prejuízos de ordem qualitativa no resultado final do trabalho. A longo prazo, essa deficiência pode modificar a dinâmica individual e coletiva, e criar hábitos inadequados como o abandono de técnicas manuais no processo de desenvolvimento do trabalho e a substituição de pesquisas aprofundadas através de livros e referências confiáveis por pesquisas rápidas e superficiais feitas com o uso da internet.
Em relação às dinâmicas de trabalho, foi possível constatar através de entrevistas que, embora utilizem a internet como forma de se comunicar, o contato direto com os colegas é muito valorizado e o trabalho cooperativo bastante disseminado nestes ambientes. Sendo assim, o design das estações de trabalho deve priorizar e estimular este convívio, de forma a facilitar as interações em grupo. Por fim, não se pode deixar de considerar que estes mobiliários devem dar suporte ao uso dos mais variados equipamentos tecnológicos, que nos últimos anos se tornaram essenciais nestes ramos de atividade, embora é claro, não mais do que aqueles que deles se utilizam.
- Espaço físico adequado para suporte dos equipamentos eletrônicos utilizados continuamente, que devem ter locais específicos definidos na peça principal da linha;
- Dimensões adequadas para comportar o uso dos equipamentos eletrônicos;
- Compartimentos destinados para o abrigo, recolhimento de equipamentos eletrônicos usados com menos freqüência; ou previsão de acessórios para suporte dos mesmos;
- Possibilidade de extensão da área de trabalho, através de um segundo plano acoplável ou retrátil, para auxílio à realização de atividades secundárias. Tal plano deve ocupar pouco ou nenhum espaço nos momentos em que seu uso não for necessário;
- Mobiliário deve oferecer suporte ao processo criativo, disponibilizando espaço para pesquisa, desenvolvimento de idéias e consulta de referências;
- Espaço para guardar objetos pessoais;
- Espaço para guardar e organizar objetos de uso profissional;
- Espaço para armazenamento de referências impressas e materiais para consulta (livros, revistas, catálogos, etc.);
- Estrutura flexível, que permita o acoplamento de acessórios de acordo com as necessidades individuais de cada usuário;
- Privacidade e delimitação do espaço físico de cada indivíduo;
- -Ergonomia adequada que possibilite a permanência de várias horas de trabalho utilizando o computador;
- Posição adequada do monitor (altura, angulação);
- Design compatível com dimensões e características das cadeiras;
- Tampo com material agradável ao toque, resistente e que possibilite atividades como desenhos à mão-livre e confecção de maquetes;
- Configuração estética objetiva, clara e de identidade com o repertório do público-alvo;
- Formas que estimulem a organização da superfície de trabalho;
- Dimensões mínimas, porém adequadas para a realização de todas as tarefas, e que não gere desperdício de área útil para o ambiente de trabalho;
- Organização da parte elétrica/fiação;
- Design que possibilite o uso como estação de trabalho individual ou em grupos pequenos;
- Estímulo à comunicação entre os indivíduos do grupo;
- Facilidade para que o grupo trabalhe de forma cooperativa.
