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secao 4!

Reestruturação urbana da Rua 25 de março

Bruno Guimaraes Oshiro

Oreste Bortolli Júnior

A região da 25 de março

O Trabalho consiste em adequar os equipamentos públicos já existentes na região, como também a criação de novas estruturas que buscam aperfeiçoar sua função comercial e turística, sejam elas de forma efêmera ou permanente.

Será traçado primeiramente um breve histórico do que consiste ser o comércio, as relações entre vendedor e o comprador, considerando a forma como a mercadoria passa das mãos de um para o outro, com o objetivo de analisar em última instância como as relações de venda são tratadas na maior rua de varejo do país, a Rua Vinte e Cinco de Março. Como tal, será traçado também uma evolução da região, relacionando os equipamentos públicos e privados existentes em relação aos usuários da rua, analisando objetivos de quem a freqüenta, para que melhor sejam traçadas as diretrizes de projeto.

Após a degradação contínua do centro antigo de São Paulo, resultado de um movimento centrípeto da metrópole e conseqüentemente o esvaziamento habitacional populacional nesse perímetro, a região vem sofrendo pelo uso especializado/único de seus edifícios, isto é, o reconhecido e consolidado uso comercial, resultando em ruas desertas e perigosas em determinados horários, que por outro lado, durante o período comercial ficam lotadas.

Características essas que se tornam gritantes em uma rua como a Vinte e Cinco de Março, que recebe cerca de 400 mil usuários em dias normais, e cerca de 1 milhão de pessoas durante dias precedentes a datas famosas pelo apelo ao consumo, como o Dia das Mães e o Natal, passando ao ermo em questão de horas após o fechamento do comércio.

Esse montante de pessoas vai à região a procura de artigos com preços mais baixos que os praticados pelo restante do comércio, encontrando como já esperado, ruas abarrotadas pela multidão de pessoas, comerciantes ambulantes e automóveis, convivendo no mesmo espaço sem organização aparente, constantemente gerando conflitos momentâneos. Entre as vinte e uma ruas que compõe esse quadrilátero comercial encontramos como protagonista a Rua Vinte e Cinco de Março onde se pode encontrar de tudo, desde artigos para o vestuário ou armarinhos (presentes desde o início do século passado com a chegada de comerciantes árabes e libaneses) até grandes lojas que negociam produtos eletrônicos e utilidades para o lar.

Portanto é visível e eminente uma proposta de melhoria da infra-estrutura urbana da região, isto é, a reorganização das vias, calçadas, como também dos acessos aos estabelecimentos comerciais. Ponto esse que deverá abordar os percursos e trajetos do transeunte e sua transposição frente aos obstáculos gerados durante o crescimento e desenvolvimento do local, tendo como objetivo direto criar articulações entre o objeto de estudo em questão a pontos de grande importância para cidade que se encontram nas imediações da Rua Vinte e Cinco de Março, entre eles a Rua Florêncio de Abreu (ferramentas para construção), o Mercado Municipal (turismo e alimentação), o Parque Dom Pedro II (transporte público) e o Largo São Bento (ponto nodal entre o platô do centro antigo e a várzea do Rio Tamanduateí).

As ligações propostas se darão em diferentes camadas, ou cotas, não considerando apenas o nível da rua atual. Tendo em vista a dificuldade de uma nova diversificação de usos para essa rua já consolidada comercialmente, deve-se ter em mente que uma ampliação na escala da intervenção pode, e deve gerar um núcleo, onde diferentes atividades podem estar interligadas através de percursos criadores de uma unidade que se amarre ao resto da cidade. Durante a proposta de intervenção podemos lançar mão, de estruturas efêmeras ou permanentes que garantam uma atração maior de visitantes durante horários alternativos do dia, que não o horário comercial. Tendo já sua faceta inteira voltada para o consumo, a rua também pode assumir outros papéis, aproveitando-se da qualidade de ponto turístico que a mesma já possui.

Também tendo intenções de facilitar os fluxos de turistas, compradores e da própria logística que envolve o abastecimento dos estabelecimentos comerciais, criando novos meios de comercialização dos artigos já encontrados na região, visando, sobretudo a satisfação dos usuários do local.

Para que essa proposta seja realizada será necessária uma pesquisa bibliográfica visando à obtenção de dados históricos, bem como planos urbanísticos propostos para o centro de São Paulo, ligando coerentemente a proposta aos planos consolidados e as intervenções em andamento. Será imprescindível pesquisar junto a órgãos como IPHAN, CONDEPHAAT e DPH a existência ou não de objetos tombados na área de intervenção, e eventualmente como proceder diante de tais restrições.

Será de grande valia o uso do Plano Regional da Subprefeitura da Sé, da Área de Intervenção Num. 03 do Parque Dom Pedro II e do Glicério e a Operação Diagonal Norte/Centro.

A pesquisa será realizada da seguinte forma:
. levantamento de mapas/base da região;
. visitas a Rua Vinte e Cinco de Março e adjacências em dias e horários diversos;
. registros fotográficos;
.entrevistas com diferentes públicos freqüentadores do local;
.criação de uma classificação para os setores na região, seguindo um nível de necessidades a serem atendidas.
. traçado de fluxos dos pedestres na região, demarcando acessos e percursos da amostragem significativa retirada do banco de entrevistas.

Na concepção do projeto deverão ser contempladas questões da contemporaneidade ligadas à arquitetura, abarcando discussões sobre a sociedade pós-moderna pautadas no consumo/comunicação e dinâmicas dos fluxos urbanos.

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