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secao 4!

HABITAÇÃO LEVE:

PROPOSTA DE MORADIA EM MADEIRA

Claudia Bresciani

ANÁLIA AMORIM

“ Architecture should touch the earth lightly“
Glenn Murcutt. Arquiteto

Este trabalho final de graduação procura estudar a questão da habitação através de uma proposta de moradia de custo baixo, feita com estrutura de madeira e utilizando-se de peças padronizadas e que possam ser previamente transformadas para serem montadas no local. Uma solução que permitiria uma construção rápida e de peso relativamente leve que não sobrecarregaria demasiadamente as fundações e que poderia ser construída em larga ou em baixa escala em diferentes locais.

Nesse trabalho, uma certa aproximação a respeito da arquitetura foi buscada: uma arquitetura compatível com as características dos materiais dos quais ela é composta e dos gestos que são necessários para transformá-los e empregá-los no espaço. Esse conhecimento está ligado tanto a dados científicos objetivos, quanto a dados técnicos, históricos e sociais relacionados a um material em particular.

O arquiteto francês Pascal Rollet define a arquitetura como uma arte complexa de distribuir a matéria e de organizar o espaço que nos permite habitar a Terra, experimentando segurança, conforto e emoções. Ela é o envelope estável dos corpos que vivem em movimento. Ela integra os desejos e as necessidades. E ela deve, nesse momento, levar em consideração a evolução que levou a espécie humana a uma ocupação do espaço existente sem precedentes. Sendo assim, a questão da vida comunitária, da densidade das cidades e do uso dos materiais encontra-se imposta. A arquitetura se faz, portanto, dentro desse contexto e com um espírito de economia e de pesquisa, além de um olhar otimizado entre o consumo de materiais e de energia e os efeitos espaciais e sociais almejados.

Sendo assim, a frase citada acima de Glenn Murcutt relaciona-se não somente à maneira como as fundações dos edifícios serão absorvidas pelo solo, mas também a esse uso racional dos materiais, à possibilidade de obtenção do máximo de espaço e de conforto com o mínimo de matéria, com o mínimo de energia e com o mínimo de impacto sobre o meio, qualquer que seja o material empregado.

A arquitetura dessa maneira não apresenta um fim em si mesma. Ela não é gerada a partir do traço genial do arquiteto. Ela não é um monumento. O ato de construir apresenta um grande impacto nos aspectos culturais, sociais e econômicos da sociedade, assim como na aparência de nossos ambientes urbanos e rurais. Porém, além da arquitetura, da forma dos edifícios, do critério performático dos materiais e das estruturas, o ato de construir também deve considerar características ecológicas. Novos critérios devem ser pensados, como a maneira como um material é extraído, como ele é manufaturado, que tecnologias ele usa, e que propriedades ele apresenta, que vantagens ele tem durante seu uso e no fim de sua vida útil.

A escolha da madeira como principal material construtivo nesse trabalho deve-se a algumas de suas características. Dentre elas estão o grande potencial de utilização que esse material apresenta num país de extensas reservas e de grandes possibilidades para o plantio de rápido crescimento, sua fácil trababilhidade, suas possibilidades de pré-fabricação, seus componentes simples que podem ser montados rapidamente no canteiro, as possibilidades que apresenta para a autoconstrução e a quantidade menor de desperdícios em comparação a outros sistemas construtivos tradicionais como a alvenaria e o concreto. Também é aqui considerada a possibilidade de um ciclo de produção altamente sustentável que se utiliza de materiais renováveis e de baixo consumo energético.

Mais especificamente em relação a terrenos difíceis outra característica muito importante da madeira é a sua resistência em relação a seu peso. Essa leveza implantada em áreas que já apresentam uma espécie de instabilidade de solo torna-se bastante importante, juntamente com a maior facilidade de transporte do material para o local onde ele será montado se esse for de difícil acesso.

Considerando que aqui se leva em conta também a ocupação de terrenos que apresentam uma grande dificuldade de instalação, é importante ressaltar a relação entre as características da ocupação urbana de encostas e a manutenção ou incrementação de condições de instabilidade ou de estabilidade. Ocupar encostas nesse caso poderia significar buscar uma otimização nessa relação. Sendo assim, a própria ocupação responsável atuaria como um agente mantenedor do equilíbrio das áreas de encosta.

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