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secao 4!

Moradia de inserção para jovens e estudantes no centro da cidade

Eric Ennser

Angelo Bucci

O entendimento social de uma comunidade é expresso em suas moradias mais do que em alguns edifícios memoráveis. Aspectos comunais da moradia tornaram-se raros nas discussões recentes e as tendências formais atuais, junto com edifícios incomuns sobrepõem-se a aspectos sociais envolvidos nos projetos, negligenciando, por exemplo, os diferentes modos de organização contemporâneos. Nas últimas décadas, esses modos cresceram de maneira mais variada do que nas décadas precedentes, a exemplo de donos e donas de casa solteira, chefes de família solteiros, “Patch-work-family”, casais onde ambos trabalham e estudantes, como um segmento social dotado de certo poder aquisitivo e necessidades específicas. Sobretudo estes fazem parte de uma parcela da população que não têm suas necessidades de moradia plenamente atendidas e de maneira acessível quando se confronta seu modo de morar e suas necessidades, seja pela tipologia habitacional que utilizam ser inadequada, ou por ser implantada visando-se uma camada social de alto poder aquisitivo.

Por mais que a região do centro possua cerca de vinte instituições de ensino superior além de instituições de ensino básico e fundamental e cursos pré-vestibulares, a escolaridade média da população a partir de 4 anos de idade é de apenas 8,6 anos de estudo. Isso indica que boa parte da população residente no centro não freqüenta as instituições de ensino superior que a região abriga, ao mesmo tempo em que indica que a população que utiliza estas instituições mora em áreas mais afastadas. O aumento do número de estudantes que se mudam para pólos de conhecimento em função de sua formação acadêmica é um processo contínuo. Dados da FUVEST para o vestibular 2009 revelam que dos 138.242 candidatos, uma maioria expressiva, 82.499, declararam ser de cidades que não São Paulo, isso corresponde a 59.67% dos candidatos com intenção de estudar fora de sua cidade natal.

A área de projeto escolhida, o quadrilátero formado pelas vias: R. Aurora, R. do Arouche, R. Pedro Américo e Av. Vieira de Carvalho, possui aproximadamente 7.761m², sendo que destes cerca de 4.034m² correspondem a dois lotes atualmente ocupados por estacionamentos, sem edificação alguma e com acesso tanto pela R. Pedro Américo quanto pela R. Aurora. Esta quadra pertence ao distrito da República, mais especificamente ao bairro Vila Buarque. Partiu-se do princípio de reconfigurar a quadra com a implantação de novos edifícios. Dois terrenos ocupados por estacionamentos serão remembrados e a saída do metrô para a Rua do Arouche será alterada.

Segundo o esquema de implantação, as edificações existentes ocupam duas laterais opostas da área de projeto. O volume adjacente à Av. Dr. Vieira de Carvalho é mantido integralmente, mas o volume junto à Rua do Arouche será reduzido no que corresponde à saída do metrô.

Aos volumes remanescentes são acrescidos novos e a volumetria resultante do conjunto permite uma abertura da quadra, sobretudo nos pavimentos térreo, mezanino e subsolo. O volume A, destinado a habitação estudantil, desenvolve-se apenas a partir do terceiro andar, em relação ao térreo, para permitir que toda a frente da quadra para a Praça da República fique livre e permita o acesso direto ao interior da quadra. O volume B, destinado a habitações de dois dormitórios e escritórios, possui em seu térreo espaços comerciais. Sob o volume C, destinado a habitações de um e dois dormitórios, que se desenvolve a partir do mezanino, há uma galeria de arte que segue até o pavimento inferior. No centro da quadra, no pavimento térreo, existe um grande fosso que garante iluminação e ventilação ao pavimento inferior, ao redor do qual existe uma circulação que dá acesso aos edifícios de habitação mais escritórios e habitação de um e dois dormitórios.

Está proposto uma ligação subterrânea entre a estação de metrô, os edifícios projetados e outros espaços. Ela se dá através do pavimento inferior que se liga diretamente ao metrô República, e abriga uma galeria comercial como extensão da galeria comercial do metrô, estendendo-se até o subsolo do Edifício Esther. Essa ligação subterrânea propõe uma nova relação do conjunto com o espaço ‘estação de metrô’, agregando a ele outros serviços.

Programa de necessidades:
Galeria Comercial:
Espaços comerciais
Praça
Acesso às habitações estudantis
Galeria de Arte:
Hall de entrada
Espaço de exposições
Reserva técnica
Sanitários
Galeria Comercial:
Espaços comerciais
Acesso ao subsolo e ao metrô
Administração:
Sala para a administração
Almoxarifado
Habitação de um e dois dormitórios:
Habitações de um e dois dormitórios com sala, cozinha e um banheiro
Lavanderia coletiva
Espaço de convívio e lazer
Habitação de dois dormitórios e Escritórios:
Habitações de dois dormitórios com sala, cozinha e um banheiro
Lavanderia coletiva
Espaço de convívio e lazer
Escritório com sanitários, copa e depósito.
Habitação estudantil:
Lavanderia coletiva
Espaço de convívio e lazer
Unidade básica:
Cinco dormitórios mobiliados
Dois banheiros
Uma cozinha
Uma sala

Ficha técnica:

Áreas:
Superfície total da quadra: 7.761,34m2
Superfície edificável da quadra: 6.501,90m2
Superfície construída-existente: 2.467,54m2
Superfície não edificada: 4.034,36m2
Superfície demolida: 847,38m2
Superfície construída-projeto: 2.534,97m2
Taxa de Ocupação: 34,60%
Área construída-existente: 15.685,69m2
Área demolida: 1.504,70m2
Área construída-projeto: 18.725,23m2
Coeficiente de Aproveitamento: 2.8
Área permeável: 1.233,06m2
Unidades Comerciais:
Administração: 1 unidade
Almoxarifado: 1 unidade
Lojas: 32 unidades
Escritórios: 12 unidades
Galeria de Arte: 1 unidade
Habitação:
Estudantil: 240 unidades
1 dormitório: 20 unidades
2 dormitórios: 58 unidades
População estimada:
Habitação estudantil: 240 pessoas
Um dormitório: 40 pessoas
Dois dormitórios: 232 pessoas
Escritórios: 636 pessoas
Lojas: 96 pessoas
Administração: 3 pessoas
Galeria de Arte: 3 pessoas
População total: 1.250 pessoas

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