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RESPOSTAS ARQUITETÔNICAS PARA CRISES HUMANITÁRIAS:

Projeto de abrigo emergencial para vítimas de desastres naturais em El Salvador

José Luis Dubón Santamaría

Maria Cecília Loschiavo dos Santos

“Terremotos ou abalos sísmicos ou tremores de terra, são termos utilizados para identificar eventos sísmicos, conforme o seu "tamanho". Desta forma, o termo terremoto é reservado para eventos grandes, geralmente aqueles com perdas humanas e grandes estragos”, define a Profa. Dra. Tereza Higashi Yamabe, professora de Física e Geofísica - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Presidente Prudente/SP.

A dificuldade em se prever um terremoto está na ausência de um padrão, já que os tremores normalmente acontecem de forma diferente a cada sismo e em cada região. "Não existe uma fórmula para prever terremoto. O que existem são estudos específicos para cada tipo de feição que antecede um tremor - que podem aparecer com anos ou apenas alguns dias antes do evento -, e como isso pode funcionar em área específica", explica o brasileiro Cristiano Chimpliganond, geólogo do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.

Existem partes do planeta que estão mais vulneráveis à ocorrência de terremotos devido a sua situação geográfica e geológica, como é o caso de El Salvador, país situado na América Central.

Uma catástrofe de grandes proporções, como é o caso dos terremotos, causa grandes danos humanos, materiais e ambientais, deixando as vítimas vulneráveis física e psicologicamente, abalando em princípio, suas necessidades básicas.

Segundo a Teoria da Hierarquia das Necessidades do psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1970), as necessidades fisiológicas e de segurança são as primeiras necessidades básicas de um ser humano.

De acordo com Maslow (1970), as necessidades fisiológicas constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de alimentação, de repouso, de abrigo, etc.

As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. São necessidades instintivas, que já nascem com o indivíduo. São as mais prementes de todas as necessidades humanas: quando alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela determina fortemente a estrutura comportamental do homem. A necessidade de segurança constitui o segundo nível das necessidades humanas. São as necessidades de segurança ou de estabilidade: a busca de proteção contra a ameaça ou privação e a fuga ao perigo.

Diante dos prejuízos materiais, humanos e econômicos sofridos por países e cidades, quando da ocorrência de catástrofes naturais, muitos organismos internacionais promovem estudos e ações humanitárias que visam preparar as populações e entidades responsáveis para enfrentar as catástrofes naturais da melhor maneira possível.

Nesse contexto, vale destacar o trabalho da AFH (Architecture for Humanity), organização beneficente, fundada em 1999 que busca soluções arquitetônicas para as crises humanitárias. A entidade cria através de competições, workshops, fóruns educacionais, parcerias com organizações de amparo e outras atividades, oportunidades para arquitetos e designers de todo o mundo ajudar as comunidades em necessidade.

Cameron Sinclair, arquiteto inglês, diretor-executivo e co-fundador da AFH, defende uma arquitetura socialmente consciente que se empenha em aliviar os sofrimentos das populações que sofrem com a escassez de abrigos quando afetadas por desastres naturais.

Para Sinclair e todos os seus seguidores o sentimento de ajudar quem precisa vem do seguinte ideal: “a de que o design pode fazer a diferença”. Em seu livro “Design Like You Give a Damn: Architectural Responses to Humanitarian Crises” (2006), Sinclair apresenta uma compilação de mais de 80 projetos de soluções contemporâneas e inovadoras através do design humanitário. É uma obra indispensável para projetistas e organizações humanitárias encarregadas na reconstrução dos lares afetados por catástrofes em qualquer parte do mundo.

Tendo conhecido os conceitos e ideais da Arquitetura Humanitária, sendo estudante de Arquitetura, e cidadão Salvadorenho, constatei a real necessidade de propor um projeto de abrigo emergencial portátil e de uso temporário para ser fabricado em El Salvador, sendo este o objetivo desse trabalho.

O estudo desse projeto se concentrou na pesquisa de materiais e estruturas disponíveis para a confecção de abrigos emergenciais, através dos projetos de abrigos já existentes, de artigos publicados sobre o tema e nas informações técnicas colhidas em visita à Defesa Civil de São Paulo e à Nautika, uma fábrica de barracas.

A metodologia utilizada para esse trabalho caracterizou-se pela interdisciplinaridade, combinando conhecimento das seguintes áreas: estudos em design, arquitetura humanitária, pesquisa de materiais, pesquisa na área da psicologia e sismologia.

Na fundamentação teórica procurei embasar-me em autores como: Tereza Higashi Yamabe, Antônio Luiz Coimbra de Castro, Abraham Maslow, Cameron Sinclair, Shigueru Ban e Robert Kronenburg.

Assim, o desenvolvimento dessa monografia se dá em cinco partes, onde o capítulo um trata do tema terremotos: o que são, como ocorrem, escala e as principais tragédias pelo mundo.

O capitulo dois é dedicado a El Salvador, onde o país é retratado física, política e economicamente, além de relatar os principais terremotos ocorridos no país e os prejuízos causados.

O capítulo três aborda alguns dos exemplos dos abrigos já existentes através de vários arquitetos e o que já foi proposto em termos de abrigo emergencial. A minha proposta do abrigo emergencial portátil e temporário está apontada no capitulo quatro, onde é apresentada a descrição dos materiais usados, desenhos, dados técnicos e de montagem do mesmo.

No capítulo cinco, a última parte desse trabalho, são feitas as considerações finais e as conclusões da proposta desse projeto.

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