A proposta para o Trabalho Final de Graduação é o projeto de uma creche que integrará à rede de creches existentes no Campus de São Paulo da USP, atenderá crianças de 0 a 5 anos de idade, filhos de funcionários, docentes e alunos de todas as unidades do campus.
Atualmente a USP conta com duas creches dentro dos seus limites do Campus da Capital de São Paulo, a Creche Pré-Escola Central e a Creche Pré-Escola Oeste; uma dentro dos limites do complexo de Medicina e Saúde em Pinheiros, a Creche Pré-Escola Saúde; uma no Campus de Ribeirão Preto, a Creche Pré-Escola Carochinha; e uma no Campus de São Carlos, a Creche Pré-Escola São Carlos.
Existe hoje uma demanda maior que as vagas oferecidas para as crianças, filhos de funcionários, docentes e alunos da USP, exigindo um processo seletivo para o preenchimento desta, uma avaliação socio-econômica realizada uma vez por ano pela Divisão de Promoção Social da COSEAS.
Localizado nos limites da gleba da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira, a escolha do terreno fomentou a idéia de criar um dispositivo que venha não só auxiliar à rede pré-escolar já existente, mas que proporcionasse uma nova forma de integração entre elas e o público em geral.
A Creche Pré-Escola Verde oferecerá para seus alunos além das aulas do Ensino Primário exigido pelo Governo, atividades extracurriculares que estimulem o desenvolvimento de um cidadão consciente, como o manuseio de hortas no teto-verde e o uso de água pluvial, além da vivência em um ambiente concebido de forma ecologicamente correta.
O espaço funcionará como creche nos dias úteis e aos finais de semana estará aberta a visitação pública. A proposta de criar um ambiente saudável e ecologicamente responsável se abrenge não só na construção do edifício, mas no compromisso social e no vínculo que se estabelecerá com os seus usuários. A creche oferecerá aos seus alunos além do Ensino Primário exigido pelo Governo, atividades extracurriculares que permitam o contato com sistemas sustentáveis e que estimulem a formação e conscientização de novos cidadãos.
O projeto foi baseado em alguns conceitos das Green Schools, ou escolas "verdes", escolas-conceitos que buscam formar crianças responsáveis e conscientes, incentivando o espírito comunitário e o comprometimento com o desenvolvimento sustentável. Essa idéia já é bem difundida ao redor do mundo, mas no Brasil ainda insipiente. São espaços onde a criança possa conviver e interagir com os sistemas sustentáveis, aprendendo na prática e no cotidiano o princípio da responsabilidade social.
Esta etapa inicial resumiu-se ao TFG1, a escolha e as visitas ao terreno de implantação do projeto; visitas às creches do campus da USP; visitas à referências projetuais; pesquisas teóricas; entrevistas com diretores e coordenadores; pesquisas por materiais e técnicas construtívas que pudessem ser utilizadas na edificação; dentre outras atividades que pudessem acrescentar na compreensão e criação da creche.
A escolha do terreno se justifica em primeiro lugar pela localização dentro dos limites do campus. Dentre os possíveis terrenos que se enquadrassem neste quesito, esta quadra apresentava desafios a mais a serem vencidos como a aparente separação física com todo o campus da USP e sua acentuada declividade. Desafios esses que motivaram a estudar uma solução para um problema: como criar uma creche da USP e para a USP sabendo-se todos essas barreiras físicas.
Foram estudadas soluções para a “reintegração” da quadra ao campus, abrindo os acessos e criando novas formas de circulação interna na USP pela portaria secundária do Hospital Universitário. O acesso ao terreno se faz tanto por dentro do campus da USP, através das vias existentes na Cidade Universitária, assim como por fora do campus, por meio da avenida principal da região, a av. Corifeu de Azevedo Marques.
Cálculos de área mínima para atividades internas e externas para as crianças foram feitos com base nas normas do Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Todo o projeto foi pensado de forma a superestimar esses valores mínimos, garantindo assim o conforto e bem estar de todos os usuários e visitantes. Os valores atingidos constam na tabela de áreas.
Nesta etapa, o desenho seguiu não só diretrizes pré-estabelecidas por normas de acessibilidade e de segurança, normas técnicas ergonômicas para as atividades internas de uma creche, e parâmetros geográficos já citados, mais do que isso, o desenho elaborado para o projeto da creche seguiu desde o começo de sua concepção o ideal de se atingir um espaço que proporcionasse às crianças e a todos os seus usuários a sensação de acolhimento e conforto.
A edificação foi concebida de forma que integrasse as curvas de nível do terreno, possibilitando o acesso livre dos usuários a qualquer ponto dos espaços da creche com facilidade. Os caminhos e acessos foram devidamente pensados a atender as exigências dos portadores de necessidades especiais, garantindo uma circulação livre por todo o espaço proposto.
A preocupação com as questões ambientais e sistemas ecologicamente corretos foram elementos norteadores do processo final também. A permeabilidade do solo mostra-se presente em todo o terreno, justificada pela escolha de pisos especias na área externa como o pisograma, que além da sua funcionalidade ofereceu um desenho diferenciado no piso externo.
A inserção do teto-verde no bloco administrativo e de serviços surgiu no momento em que se procurava uma solução para se ligar o platô da área externa à edificação. Mais do que um passeio, o desenho do caminho sugerido por essa conexão possibilitou criar um espaço verde onde a permacultura poderia ser aplicada também. A criação de um espaço de cozinha experimental neste bloco é justificado pelo teto-verde: as crianças poderão colher as hortaliças, legumes e vegetais que elas mesmas plantaram e ajudar a preparar algum prato na cozinha experimental.
Situado em um terreno limite ao Campus Armando Salles de Oliveira, o projeto creche Pré-Escola Verde USP integrará-se a rede de creches existentes na universidade para atender crianças de 0 a 5 anos de idade, filhos de funcionários, docentes e alunos de todas as suas unidades.
O espaço funcionará como creche nos dias úteis e aos finais de semana estará aberta a visitação pública. A proposta de criar um ambiente saudável e ecologicamente responsável se abrenge não só na construção do edifício, mas no compromisso social e no vínculo que se estabelecerá com os seus usuários. A creche oferecerá aos seus alunos além do Ensino Primário exigido pelo Governo, atividades extracurriculares que permitam o contato com sistemas sustentáveis e que estimulem a formação e conscientização de novos cidadãos.
A quadra de 12.000m² recebeu uma área coberta de 2.272,39m², atingindo uma Taxa de Ocupação de aproximadamente 0,19. A área permeável, descontando toda a cobertura de calçada, pisos impermeáveis e área construída é de 7.710,89m², equivalente a uma Taxa de Permeabilidade de 0,65. O valor elevado de permeabilidade é justificado pela vasta área verde que será plantada, pelo uso de piso permeável na área externa e pelo teto verde do bloco administrativo.
