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secao 4!

Parque Perus

Mauricio Soares Alito

Silvio Soares Macedo

Esse TFG tem como objetivo o projeto de um parque público urbano em que se propõe a escolha de uma área livre, de grandes dimensões e abrangência, estruturada para o lazer e recreação da população, cuja oportunidade de ver, encontrar e interagir com outras pessoas seja a atividade mais importante.

A opção em trabalhar com a Zona Norte de São Paulo deve-se ao fato de ser uma das regiões mais populosas, mais pobres e com menos infra-estrutura da cidade. Durante a análise da região, considerei as Subprefeituras de Perus e Pirituba/Jaraguá em situação emergencial por conta de sua crescente urbanização irregular, equivocada e ocupação densa em direção às glebas e terrenos desocupados que ainda persistem no território.

Pesquisei, paralelamente, o planejamento de 2009 do DEPAVE para a implantação dos futuros parques da cidade de São Paulo e o Plano Regional Estratégico das Subprefeituras de Perus e Pirituba/Jaraguá. A partir dessas análises, escolhi como área de trabalho um terreno, de propriedade particular, localizada na divisa entre as duas subprefeituras citadas acima.

A área de intervenção recebeu um olhar atento e particular aos seus problemas, demandas e potencial paisagístico com densos bosques e rica rede hídrica, que resultarão num conjunto de medidas locais.

Inserida no perímetro da bacia hidrográfica do Ribeirão Perus, a área proposta para a implantação do parque está cercada de importantes ligações metropolitanas e estaduais, como a Estrada Velha São Paulo - Jundiaí, a ferrovia CPTM – linha 7, a Rodovia dos Bandeirantes, o Rodoanel Metropolitano Mário Covas e a Rodovia Anhanguera.

O projeto visa a criação de um programa que garanta o acesso o mais irrestrito possível como pré-requisito para o uso e a apropriação desse espaço. De uma maneira geral, o projeto além de contemplar as atividades recreativas e de lazer, desempenha funções ambientais, como reflorestamento urbano, manejo de águas pluviais e controle de microclima, recuperando as condições biofísicas consideradas necessárias ao conforto humano.

A região caracteriza-se por grandes vazios sob pressão de serem ocupados. E há grandes áreas do território segmentadas por barreiras físicas (os cursos d’água), morfológicas (o relevo) e antrópicas (a ferrovia e as rodovias), assim como, as pedreiras, o Aterro Sanitário, além dos Parques Anhanguera e da Cantareira.

A estrutura urbana do entorno é derivada de uma ocupação não-planejada, através de loteamentos clandestinos implantados em encosta. Os principais problemas identificados são: o sub-dimensionamento de infra-estrutura de captação e drenagem de águas pluviais, captação e tratamento de esgoto; poluição difusa do entorno; grande porção do solo livre em erosão e alto índice de inundações, na porção natural de espraiamento de várzea do córrego Ribeirão Perus.

A água e a vegetação buscam a valoração da paisagem como área de proteção, contemplação e recreação, restabelecendo a margem do córrego Ribeirão Perus como espaço público, livrando-a da condição de barranco. Espaço este cujo destino será a implantação de equipamentos ao longo da várzea, como passarelas, deck de madeira, trilhas, passeios, estares e áreas de lazer, sempre que possível com materiais semi-permeáveis e drenantes.

Em vista do desenho do território, onde verifica-se a somatória das barreiras e porções de grande escala, como o Rodoanel Metropolitano Mário Covas e a Linha 7 da CPTM, decorrendo a ruptura dos sistemas urbanos e ambientais, a proposta do parque contempla a criação de uma conexão entre os bairros Vila Perus, Vila Malvina e Vila Aurora com novos percursos e utilização de núcleos de lazer, com a intenção de fixação do sentido de morar e permanecer da população local, criando assim uma relação de empatia, para dar a região a unidade territorial, na tentativa de reverter parte da ocupação e expansão periférica.

O acesso ao Parque Perus ocorre por cinco entradas, dentre elas, três grandes portarias e duas entradas pequenas para pedestres. A portaria 1 é a principal, localizada no final da Estrada Cleonice Kammer Di Sandro, via esta que o projeto propõe um alargamento para a implantação de calçadas e ciclovia que conectam o centro de Perus ao parque, em sua porção norte. A portaria 1 atende também a população que chega pelo Rodoanel ou pela Av. Raimundo Pereira de Magalhães.

A portaria 2, na rua Curruíra, atende à população mais próxima do parque e faz a ligação com a Praça do Encontro, de onde parte a alameda principal que corta o terreno de uma ponta a outra.

A portaria 3 situada sob o viaduto do Rodoanel atende a população à oeste, esse acesso é proposto com a construção de rua, calçadas e ciclovia que ligam à Estrada São Paulo Jundiaí. Essa entrada é diferenciada das outras pelo fato de estar na parte alta do terreno. O acesso da população à parte baixa seria feito através do Plano Inclinado 1 com duas cabines com cerca de 12 m² cada.

A Portaria 4, já dentro do Parque Perus, controla o acesso à parte alta do Parque de Aventuras, e o Plano Inclinado 2 que viabiliza a mobilidade vertical no centro do parque também controla esse acesso.

Devido ao relevo acidentado, taludes e encostas muito íngrimes o projeto aproveita ao máximo as áreas mais planas e tira partido do desnível do terreno na estruturação do parque.

As passagens ao longo do parque conectam os espaços diversos dentro do projeto, de formas curvilíneas que acompanhem o terreno, ou conexões diretas que facilite o acesso. Pavimentados ou não, foi essencial o cuidado com dimensão, drenagem e rampas, de forma que se adeque da melhor maneira possível ao pedestre.

O projeto teve como base uma subdivisão, com o objetivo de indicar as diferentes intensidades de uso por parte da população ao longo de seu território. Foram criadas praças e pequenos parques dentro do teritório, nomeados como: Parque Esportivo 1, Parque Esportivo 2, Parque de Aventuras, Parque Contemplativo, Praça Educativa, Praça do Encontro e Praça Mirante.

Ficha Técnica:

Endereço: Rua Curruíra, Perus – São Paulo / SP
Área do terreno: 807 753 m²

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