Este TFG teve como objetivo final o desenvolvimento de um estudo preliminar de projeto para uma área em São Mateus, um bairro na zona leste - periferia - da cidade de São Paulo. Essa área destaca-se na região por estar muito próxima de um grande nó viário e porque, segundo planos do METRÔ, receberá brevemente uma estação da linha verde.
O trabalho, antes do início do desenvolvimento do projeto de arquitetura, constrói-se com uma análise do lugar e sua condição urbana, metropolitana, além de diagnosticar as dinâmicas e demandas que envolvem esse pólo nas várias escalas pertinentes.
Após essa análise tem-se a configuração do programa arquitetônico, o qual envolve instalações esportivas, de cultura, lazer e inclusão social, além de privilegiar a inserção e as relações dessa praça de equipamentos públicos com a malha urbana.
O desígnio desse conjunto seria assumir importante papel nas atividades cotidianas do lugar e dentro da rede metropolitana.
Os terrenos escolhidos para a implantação da Praça de Equipamentos estão às margens da Avenida Sapopemba, a um quarteirão da Praça Felisberto Fernandes e do Terminal Metropolitano. Em visita a subprefeitura de São Mateus, numa consulta ao setor de Cadastro, obtive a informação que estes terrenos são particulares e permanecem sem nenhuma intervenção porque são objeto de uma disputa de herança. De qualquer maneira, independente do motivo, para a sorte dessa região foi preservada uma área de dimensões generosas (7.933 m2 no terreno ao norte da Avenida Sapopemba e 19.222m2 no terreno ao sul, totalizando 27.155m2) num local mais do que privilegiado por sua localização, tanto do ponto de vista local como do metropolitano.
Outros dois pontos interessantes de se observar são também os terrenos da adutora Rio Claro e o espaço de apoio ao terminal São Mateus.
O terreno da Adutora, que pertence à SABESP, é onde hoje está sendo implantado o Parque da Integração. Este Parque se inicia na Praça Felisberto Fernandes e se estende por oito quilômetros a oeste, com uma largura de 30 metros. Será por esse parque um dos acessos da Praça de Equipamentos.
A área de apoio do terminal São Mateus é a que pode ser observada no canteiro central da Avenida Sapopemba. Inicia-se aproximadamente na direção da ponta oeste do terreno de projeto e se estende também até a Praça Felisberto Fernandes. Hoje esta área é bastante degradada, com uma cobertura que já foi de telhas de fibrocimento, que já quase não existem, e tem uma utilização esporádica como estacionamento e área de espera dos ônibus que saem do terminal Metropolitano de São Mateus.
Dada a configuração do terreno e a vontade de fazer desse lugar um espaço de sociabilidade, o primeiro desenho que começou definir o partido desse projeto foi um corte, que perpassa transversalmente os dois terrenos onde foi proposta a intervenção.
Esse corte mostra a intenção de construir um edifício em patamares que se encaixam suavemente no terreno sul. Três pavimentos o desnível de aproximadamente dez metros já sugeria. Estes patamares escalonados deveriam ceder não só seus espaços internos a programas voltados para o uso público como deveriam, gentilmente, ceder suas coberturas à comunidade, que as utilizariam como praças. Neste edifício poderiam se concentrar as atividades voltadas à cultura e lazer, pois para o edifício do terreno norte estaria reservado o programa esportivo.
O terreno norte, com um desnível de aproximadamente 8 metros entre a Avenida Sapopemba e o futuro Parque da Integração (na faixa da adutora) seria propicio para a instalação do programa esportivo tanto pela possibilidade de integração com o parque tanto pela própria configuração do terreno, que ofereceria facilmente o pé-direito de 7 metros necessário às quadras cobertas, sem fugir do propósito de deixar as coberturas no mesmo nível da rua, permitindo mais uma vez a criação de uma praça.
Fazer com que esse conjunto de edifícios se funda e se confunda com a malha urbana foi o caráter principal do partido.
Portanto, observar a escala do bairro, as principais linhas de fluxo, manter os gabaritos de altura e principalmente permitir que a circulação interna do conjunto se coloque como mais uma opção à circulação do bairro foi fundamental ao sucesso do projeto. Assim sendo já se tinha como diretriz que os espaços de transição entre o dentro e o fora, o público e o semi-público, deveriam ser sutis, e a marca dessa transição deveria, na medida do possível, desaparecer.
A análise da condição urbana e metropolitana desse lugar deixou claro que uma praça de equipamentos públicos voltados à promoção de cultura, esporte, lazer e inclusão social seria favorável à inclusão dessa área na rede metropolitana. O partido também deixa claro que a maneira como esses equipamentos seriam inseridos traria melhorias na conformação urbana e, somando esses fatores, pode-se dizer que a implantação de um projeto com essas premissas traria também desenvolvimento humano a essa área tão carente da cidade de São Paulo.
Os equipamentos escolhidos para compor esse complexo, agrupados segundo as quatro grandes áreas descritas acima, foram os seguintes:
(1)De Lazer: Sede Social, Restaurante, Lanchonetes e Parque Aquático.
(2)Esportivos: Ginásio Poliesportivo, zona de treinamentos do Parque Aquático e Salas Multiuso.
(3)Culturais/Educativos: Biblioteca, Teatro, Ateliês e Estação Mídia.
(4)Inclusão social: Correios, Mini Poupa-Tempo e todos os demais equipamentos, já que facilitar o acesso a equipamentos e serviços públicos é uma das maneiras de promover inclusão social.
Endereço: Avenida Sapopemba, São Mateus – São Paulo / SP
Área do terreno: 27.155m2
Área construída total: 20.959,50 m2
Área construída por equipamento:
Ginásio Poliesportivo: 3.882,00 m2
Parque Aquático: 3.369,50 m2
Salas Multiuso: 1.221,40 m2
Administração: 711,75 m2
Estação Mídia: 306,85 m2
Agencia dos Correios: 384,40 m2
Mini poupa-tempo: 587,60 m2
Ateliês: 1.417,50 m2
Sede social: 1.417,50 m2
Lanchonete e Restaurante: 1.417,50 m2
Biblioteca: 3.700,50 m2
Teatro: 2.544,00 m2
Estrutura: mista (concreto + metálica)
