É preciso controlar, ordenar e estruturar a expansão da metrópole, criando maneiras da cidade dialogar com suas áreas verdes, seus rios, várzeas e mananciais.
Devido à dimensão e à complexidade da área de intervenção optou-se pelo desenvolvimento do trabalho em dois módulos sendo um deles realizado em dupla.
O primeiro módulo, desenvolvido em dupla, engloba:
• a pesquisa de dados e informações junto à Prefeitura de Guarulhos e à Prefeitura de São Paulo;
• pesquisa e análise de referências bibliográficas;
• análise da área de intervenção;
• estabelecimento de diretrizes de projeto;
• proposição de um programa para a área;
• proposição de um sistema de transportes e;
• traçado do sistema viário.
No segundo módulo, desenvolvido individualmente, foram elaborados planos de massa para a área, estabelecidas as áreas verdes e livres e desenvolvida a volumetria e o caráter desejado para o novo bairro.
A área escolhida possui aproximadamente 180 ha e localiza-se ao sul do Município de Guarulhos, na várzea do Rio Tietê, sendo delimitada, ao norte, pela Rodovia Presidente Dutra, ao sul, pela Rodovia Ayrton Senna da Silva, à leste, pela Rodovia Hélio Smidt e à oeste por algumas indústrias.
O projeto priorizará as questões referentes à drenagem, impermeabilização do solo, locomoção e áreas verdes, procurando minimizar os impactos causados ao meio ambiente.
O loteamento proposto procurará manter a Zona de Proteção Ambiental, restringido a ocupação às áreas definidas pelo Plano Diretor como Zona Mista e Zona Industrial.
Os deslocamentos a pé, com bicicletas e com os sistemas de transporte público serão priorizados.
Para atender a futura demanda da população do novo bairro, propõe-se a instalação dos seguintes equipamentos:
• Creches (4);
• Escolas de ensino médio e fundamental (2);
• Delegacia;
• Bombeiro;
• UBS;
• Biblioteca;
• Fórum;
• Reservatório;
• Estação de Trem;
• ETE.
Trabalho com C.A. maior que o estabelecido pelo Plano Diretor de Guarulhos, decisão tomada para preservar a maior parte da vegetação remanescente. A área edificável da proposta ficou em 41,86% sem os presídios e 37,08% com os presídios, bem menor que o mínimo de 60% que a legislação permite. Para que o bairro seja “recompensado” uso um C.A. maior, utilizo 3 e 4 enquanto o plano diretor permite 2. A solução possibilita que o empreendedor construa o que a legislação permite, e também propicia à municipalidade uma maior área verde e livre pública. O C.A. médio da área contabilizando a área construída total e os 60% de área edificável é 1,991 com os presídios e 2,248 sem os presídios.
A proposta contando as áreas residenciais e metade das áreas mistas, adotando-se 30m² por habitante, atinge: 314,74 hab./ha com os presídios e 355,31 hab./ha sem os presídios. População total de 56.381 hab..
A torre residencial básica com 12 pav. surge por 4 motivos: um edifício de 12 pav. viabiliza o elevador com uma altura agradável; com um C.A. de 3 e 12 pav. temos 25% de ocupação, ou seja, temos 75% de espaço não ocupado, números desejáveis numa área de várzea onde a permeabilidade do solo e as áreas verdes são muito importantes; permite que as torres sejam acomodadas com 10m a 12m entre faces e com a disposição de forma não paralela às ruas e aos lotes, resulta em qualidade de insolação, aeração e estética; essa tipologia é mais aceita por empreendedores e usuários. A orientação privilegiou a insolação com um dos cantos da base quadrada voltada para o norte, as faces pegam sol em alguma parte do dia.
O térreo das torres residenciais está 1m acima da calçada, não apenas a torre, mas o lote após um recuo de 2m de todas as vias. A elevação resguarda a janela dos apartamentos do térreo e cria um jardim suspenso que faz o gradil do lote não ser agressivo ao pedestre. Os estacionamentos serão no subsolo, com 2 ou 3 pavimentos dependendo da quadra.
Os edifícios comerciais e de serviços possuem 14 pavimentos, menos a torre ao lado do reservatório com 17 pavimentos e as duas torres mais altas com 35 pavimentos. Esses edifícios são compostos pelo bloco inferior com maior ocupação do lote e o bloco superior. O bloco inferior: com térreo (4m) recuado para criar um espaço protegido da chuva e do sol; e com o pavimento superior (3m) que pode ser sobreloja, mezanino ou pavimento isolado. O bloco superior é uma torre com 12 pavimentos onde o primeiro é recuado por todos os lados. Os edifícios face norte, terão uma marquise no bloco inferior. As volumetrias institucionais respeitam as áreas, mas seu desenho é sugestivo, os volumes são compostos para a geração das imagens.
Privilegiando o pedestre e o ciclista, foram criados caminhos internos às quadras, os caminhos são ruas de 5m com 2m de área verde de cada lado (recuo de 2m da parte elevada dos lotes residenciais) onde pedestres e bicicletas dividem o espaço que serve de deslocamento norte-sul e leste-oeste dentro das quadras. Os caminhos são na divisa dos lotes e essa área não pode ser ocupada. As áreas dos caminhos entram no C.A. e a manutenção é dos condomínios, apenas a iluminação fica sob responsabilidade do poder público. Os caminhos também permitem o acesso de bombeiros e outros serviços através de dispositivos removíveis que não impedem livre trânsito de pedestres e ciclistas, mas impedem automóveis.
Na praça criada na esquina da avenida central com a via arterial, há uma das entradas do parque e também a presença de 2 edifícios de 35 pavimentos, que pretendem marcar a paisagem, as torres também serviriam como referência para quem estiver no entorno do bairro. Esses edifícios reforçam a identidade do bairro e dão às pessoas referência de localização tanto internamente quanto externamente à gleba.
Lotes grandes: para acomodar melhor as várias torres dentro do lote; para que haja um barateamento na manutenção das áreas condominiais; e para a área condominial ter um projeto melhor devido ao maior espaço.
