O CONJUNTO ARQUITETÔNICO DO PARQUE IBIRAPUERA FOI CONSTRUÍDO, ORIGINALMENTE, PARA SEDIAR AS COMEMORAÇÕES DO IV CENTENÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO, EM 1954. OS PAVILHÕES MODERNISTAS QUE CONFORMAM O CONJUNTO INTERLIGADO PELA GRANDE MARQUISE RECEBERAM, NAQUELA OCASIÃO, DIVERSAS EXPOSIÇÕES E OUTROS EVENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS ALUSIVOS AOS 400 ANOS DE SÃO PAULO.
O SUCESSO DO EVENTO, TRADUZIDO EM ARROJADA ARQUITETURA, CONSOLIDOU A IMAGEM DO IBIRAPUERA PERANTE A CIDADE.
OSCAR NIEMEYER, ARQUITETO AUTOR DOS PROJETOS PARA O PARQUE, SEMPRE DEFENDEU QUE APÓS O IV CENTENÁRIO, O CONJUNTO ARQUITETÔNICO DEVERIA SE TRANSFORMAR NUM GRANDE CENTRO DE ARTES, ONDE CADA PAVILHÃO ABRIGASSE FUNÇÕES DESTINADAS A ARTE E À CULTURA.
A HISTÓRIA DO PARQUE MOSTRA QUE MUITOS DE SEUS ESPAÇOS FORAM UTILIZADOS POR REPARTIÇÕES PÚBLICAS E OUTRAS FUNÇÕES NÃO CORRESPONDENTES AO SEU OBJETIVO E VOCAÇÃO.
FELIZMENTE, OS ÚLTIMOS ANOS APONTAM TRANSFORMAÇÕES SIGNIFICATIVAS NO USO DO PARQUE. A SEDE DA PREFEITURA DA CIDADE SAIU DO IBIRAPUERA, EM 1992; A PRODAM-SP, EM 2007; O EDIF E O DETRAN, EM 2008.
COM TAIS DESOCUPAÇÕES, NOVAS INSTITUIÇÕES CHEGARAM AO PARQUE, COMO O MUSEU AFRO-BRASIL, EM 2004, E A NOVA SEDE DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA USP, A SER INSTALADA NO ANTIGO PAVILHÃO DO DETRAN.
OS ÚLTIMOS PLANOS DIRETORES DO PARQUE, DE 1996 E 2004, VIERAM CONTRIBUIR PARA CONSOLIDAR A VOCAÇÃO E A CONCRETIZAÇÃO DO CENTRO DE ARTES IBIRAPUERA. NELES, MUITO SE DISCUTIU SOBRE A CONSTRUÇÃO DO AUDITÓRIO, PREVISTO DESDE 1954, A DESOCUPAÇÃO DOS EDIFÍCIOS SOB A MARQUISE, E OUTROS ASSUNTOS PERTINENTES A INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA PARA DAR SUPORTE AO CENTRO DE ARTES.
QUANTO AOS EDIFÍCIOS SOB A MARQUISE, UM DELES NOS CAUSA INTERESSE PARTICULAR - O MAM-SP
DENTRE OS MUSEUS DE ARTE PAULISTANOS, O MAM É O ESPAÇO DE ARTE MAIS DINÂMICO E ATUAL; QUE REALIZA A MAIS EFETIVA PARTICIPAÇÃO NO CENÁRIO DO DEBATE CONTEMPORÂNEO, APRESENTANDO MOSTRAS PERIÓDICAS DE NOMES REPRESENTATIVOS DA CENA ARTÍSTICA ATUAL (NACIONAL E INTERNACIONAL) E TRABALHA TAMBÉM NA FORMAÇÃO, AMPLIAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE SEU ACERVO. OU SEJA, UM MUSEU NÃO SÓ REPRESENTATIVO POR SEU ACERVO CONSTANTEMENTE ATUALIZADO, MAS POR SUA AÇÃO COMO INSTITUIÇÃO.
SE O MAM-SP É A INSTITUIÇÃO / MUSEU DE ARTE MAIS ATUANTE NO CENÁRIO ATUAL PORQUE NÃO CONCRETIZAR A TRANSFERÊNCIA DE SUA SEDE PARA O EDIFÍCIO DA PRODAM, O PAVILHÃO ARMANDO ARRUDA PEREIRA, COMO PREVISTO NO PLANO DIRETOR DE 2004 DO PARQUE?
COM ISSO, CONCRETIZARÍAMOS O CENTRO DE ARTES IBIRAPUERA, ONDE TODOS OS PAVILHÕES SÃO SEDES DE INSTITUIÇÕES CULTURAIS; LIBERAMOS A MARQUISE PARA O LIVRE PASSEIO SOB ELA, COMO SEMPRE PENSOU E DEFENDE NIEMEYER, E, PRINCIPALMENTE, CRIAMOS UMA SEDE DIGNA PARA ABRIGAR O MAM-SP, CUJO PROJETO PODE ATENDER ÀS DEMANDAS QUE PODEMOS VISLUMBRAR NO PORVIR DAS ARTES E ÀQUELAS QUE, HOJE, LOCALIZAMOS NA PRODUÇÃO CONTEMPORÂNEA.
O PROJETO DE INTERVENÇÃO NO PAVILHÃO ENG. ARMANDO ARRUDA PEREIRA, EX-SEDE DA PRODAM, PARA SEDIAR O MAM-SP NO CENTRO DE ARTES IBIRAPUERA PARTE DE UMA PREMISSA PRINCIPAL: CRIAR UM NOVO PONTO DE INTERESSE NO PARQUE, NO QUAL ESSA INSTALAÇÃO CONFIRME O PAPEL DO IBIRAPUERA NUM CENTRO DE ARTES
PARA TANTO, PENSAMOS EM ESTRUTURAS AMEBÓIDES QUE SE INSTALAM NO EDIFÍCIO, CUJA FORÇA DA FORMA DENOTE COM GRANDE NOVIDADE A INTERVENÇÃO CONTEMPORÂNEA E DÊ AINDA MAIOR VISIBILIDADE AO MAM-SP, BEM COMO AO PARQUE E SEU CONJUNTO.
COMO NOSSA IDÉIA SE EMBASA NAS DIRETRIZES DOS PLANOS DIRETORES DO PARQUE, DEFENDEMOS A ELIMINAÇÃO DO RESTAURANTE INSTALADO INADEQUADAMENTE SOB A MARQUISE. ASSIM, O PERCURSO DA CHEGADA DO VISITANTE AO MAM SERÁ ENRIQUECIDO COM UMA PERSPECTIVA CLARA, LIVRE DE OBSTRUÇÕES.
AO SE APROXIMAR DO EDIFÍCIO, O VISITANTE ATRAVESSA UMA PEQUENA PONTE SOBRE UM GRANDE ESPELHO D´ÁGUA QUE EXERCERÁ A FUNÇÃO DE DAR MAIOR LEVEZA AO EDIFÍCIO.
O PAVIMENTO TÉRREO É DESTINADO, DE UM LADO AO AGENCIAMENTO DAS FUNÇÕES BÁSICAS DE UM MUSEU, COMO OFICINAS DE RESTAURO E LIMPEZA DAS OBRAS, SETOR EDUCATIVO, BIBLIOTECA, RECEPÇÃO DE VISITANTES E LOJA. DE OUTRO, O VISITANTE PODERÁ DESCANSAR ENTRE UMA EXPOSIÇÃO E OUTRA NUM GRANDIOSO CAFÉ-RESTAURANTE CUJA FORMA É UM CONVITE AO OLHAR. ESTE VOLUME AMEBÓIDE PARECE NÃO ENCOSTAR O CHÃO, GRAÇAS A SUA CURVATURA QUE CRIA UM GRANDE BALANÇO QUE AVANÇA EM DIREÇÃO AO PARQUE, POSSIBILITANDO VISÃO EM DIREÇÃO AO LAGO. SOB ELE, A CONTINUAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAQUELE MESMO ESPELHO D´ÁGUA ENFATIZA A LEVEZA DA FORMA.
PARA GARANTIR A DINÂMICA DO FUNCIONAMENTO DO MUSEU, O PAVIMENTO DO SUBSOLO É DEDICADO EXCLUSIVAMENTE AS EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS.
O PAVIMENTO SUPERIOR É DESTINADO AO GRANDE SALÃO DA EXPOSIÇÃO PERMANENTE DO RICO ACERVO DO MAM-SP. ESTE ACERVO SERÁ ARMAZENADO NO INTERIOR DE UM GRANDE VOLUME ENVIDRAÇADO DE COR BRANCA, DE ARESTAS CURVAS. ALI HAVERÁ, TAMBÉM, UM MEZANINO, GRAÇAS AO PÉ-DIREITO DE 5M DO PAVIMENTO, PARA ACOMODAR COM MAIOR CONFORTO AS OBRAS DE ARTE DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU.
AO LADO DO VOLUME DA RESERVA TÉCNICA, UMA GRANDE SURPRESA SURGE.
UM VOLUME DE VIDRO SUSPENSO POR PILARES DELGADOS E NÃO ORTOGONAIS, DE COR VERMELHA RADIANTE, RASGA O EDIFÍCIO, COM A PRETENSÃO DE GANHAR O ESPAÇO AÉREO E CONQUISTAR A VISIBILIDADE DO PARQUE IBIRAPUERA.
ESTE É O AUDITÓRIO DO MAM-SP, UM ESPAÇO DA PROFUSÃO DE IDÉIAS, CONCEITOS E TEORIAS, QUE OS SEMINÁRIOS, PALESTRAS E OUTROS EVENTOS QUE O MUSEU FARÁ, CONQUISTARÁ A AUDIÊNCIA DO PÚBLICO E DISSEMINARÁ A PRODUÇÃO DA ARTE CONTEMPORÂNEA, ABRANGENDO CONHECIMENTO E SENSIBILIDADE.
NO OUTRO CANTO DESTE PAVIMENTO, O MESMO VOLUME AMEBÓIDE DO CAFÉ DO TÉRREO, SE ELEVA E CHEGA A ESSE PAVIMENTO PARA RECEBER OS VISITANTES EM SEU RESTAURANTE. UMA EXPANSÃO DA LAJE ORIGINAL, ATRAVÉS DE ESTRUTURA METÁLICA, PERMITE O MAIOR NUMERO DE ASSENTOS, CUJO POSICIONAMENTO GARANTIRÁ BELAS E IMPRESSIONANTES VISÕES DO PARQUE.
A QUESTÃO DE UM LUGAR PARA A CULTURA E PARA ARTE NA CIDADE É DE ESSENCIAL IMPORTÂNCIA PARA UMA VIDA MINIMAMENTE INTERESSANTE. E, NO CASO DA COSMOPOLITANA METRÓPOLE DE SÃO PAULO, NOS AGRADA PENSAR QUE, EM MEIO A ROTINA ACELERADA DE TAREFAS E OBRIGAÇÕES, PODEMOS AFUGENTAR-NOS EM SÍTIOS DE MAIOR TRANQÜILIDADE E QUE NOS POSSAM CLARIFICAR A MENTE, O OLHAR, O GOSTO E VIVIFICAR NOSSOS SENTIDOS, ATRAVÉS DA ARTE.
