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secao 4!

Complexo Turístico às Margens do Rio Piracicaba.

ADRIANO CALABRESI DO COUTO SOUZA

Angelo Bucci

Introdução:

Piracicaba é uma cidade destacada no interior de São Paulo, possuindo uma economia baseada na indústria sucroalcooleira e na fabricação de equipamentos voltados à produção agrícola. A cidade conta com importantes centros universitários, como o campus da ESALQ-USP, a Faculdade de Odontologia da Unicamp, o campus da Unimep, e também é polo nacional de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a produção de Biodiesel. Piracicaba é cortada pelo rio homônimo e possui às suas margens um polo regional de turismo e gastronomia, localizados próximos ao histórico Engenho Central, e que recentemente passou por um processo de melhorias e reurbanização denominado Projeto Beira-Rio.

A despeito dessa gama de recursos que a cidade dispõe, há, atualmente, uma demanda pouco explorada na área hoteleira e turística, seja esta focada ao turismo de negócios, como pelo turismo de lazer e gastronomia aos fins de semana. Piracicaba dispõe de poucos hotéis em sua malha urbana, e a oferta existente não satisfaz níveis satisfatórios de conforto e praticidade. O resultado disso é que Piracicaba deixa de atrair dividendos e melhorias providas por um turismo mais qualificado, cabendo, à cidade, receber um tipo padrão de visitantes que aproveitam as atrações da cidade e, por falta de opções consideráveis de estadia, retornam a sua respectiva cidade de origem no mesmo dia.

Sobre o Projeto:

Dada essas condicionantes, penso em um projeto que provesse a cidade de um centro qualificado de hotelaria e gastronomia, junto às margens do Rio Piracicaba, localidade de caráter emblemático para a cidade. O complexo seria dotado de um hotel de médio porte de padrão quatro a cinco estrelas e disponibilizaria em sua estrutura, um restaurante de nível gastronômico de referência. Além disso, haveria um projeto cuidadoso de urbanização da orla, que proveria o local de um passeio público e de bares e pequenos restaurantes debruçados sobre o rio, à semelhança da margem oposta. O projeto incluiria também uma passarela que uniria as duas margens do rio, visando conectar o tradicional núcleo de restaurantes e parques da Rua do Porto com o complexo recém criado.

Tal projeto foi influenciado pela proposta apresentada por Paulo Mendes da Rocha, em 2005, cujo conteúdo consistia na implantação de um hotel com 126 apartamentos, de um restaurante debruçado sobre o rio e da construção de um grande pavilhão de exposições contíguo às margens do rio. Tomei, a princípio, esta proposta como referência ao desenvolvimento de meu projeto, embora tenha reduzido significativamente a escala das edificações e das intervenções.

Dados Técnicos do Projeto:

O projeto em si, pretende estabelecer uma hierarquia de usos e circulação racional e perceptível. O corpo principal do hotel é dividido em duas porções dististas, porém complementares - o bloco dos quartos e bloco dos equipamentos e funções programáticas. Na interseção dessas duas funções estão localizadas as passarelas e o eixo de circulação vertical com escada e elevadores.

O complexo como um todo conta com uma área total construída de aproximadamente 17.300 metros quadrados. O edifício do hotel possui uma área de 6.500 m2, composta por 4 pavimentos-tipo e a cobertura do solário.

A ala dos quartos encontra-se a oeste do edifício e contem 80 suítes divididas em quatro andares. Cada pavimento tipo do hotel contem vinte quartos, que são dispostos perfilados, com orientação perpedicular em relação ao eixo do rio, permitindo a todos os hóspedes desfrutar de uma vista similar para o rio Piracicaba e para a orla da Rua do Porto. Esta porção do projeto possui em toda sua extensão uso e circulação privativos aos hóspedes.

a porção direita do edifício estão localizados os equipamentos de lazer e funcionais do hotel. No andar térreo encontra-se a recepção e o átrio, contendo o espaço para check-in e check- out e lobby com área de estar. Uma passarela conecta a recepção do hotel com a torre de circulação vertical do hotel e também com uma rampa que interliga o hotel ao terraço público localizado a uma cota dois metros abaixo. No espaço anterior ao balcão de recepção encontra-se a área reservada à gerência e as funções burocráticas do empreendimento.

No segundo andar tem-se a área interna do restaurante e café da manhã do hotel. Junto a esta área de refeições, uma cozinha de médio porte, dispondo de um ambiente de preparo e estocagem dos alimentos servidos. Próximo ao vão do átrio do segundo andar têm-se um pequeno espaço multi-uso com mesinhas para café e terminais com acesso a internet. O uso e a circulação destas áreas, com exceção da cozinha e gerência, são de caráter semi-privativo, sendo permitida a entrada de não-hóspedes.

No terceiro andar, dentro deste mesmo bloco programático do edifício, localiza-se uma sala de convenções e exposições de 230 metros quadrados e capacidade total para 270 pessoas. Contíguo ao vão do átrio deste andar têm-se um café-bar e uma área que serve de foyer à sala de convenções.

No terraço da parte leste do edifício, sob a cobertura e a pérgola de concreto, localizam-se, por fim, as piscinas e o solário do hotel, desta vez de utilização exclusiva dos hóspedes.

A circulação principal pelo edifício faz-se por uma torre circular excêntrica ao prédio do hotel, que possui dois elevadores sociais e uma escadaria radial ao redor do fosso dos ascensores. De natureza construtiva de concreto armado, esta torre permite estruturar a cobertura de concreto que se projeta sobre o átrio público da praça dos restaurantes, agindo como um grande pilar que apoia o vão da estrutura superior. O sistema de circulação vertical do hotel, que inclui também as passarelas de ligação e rampas de acesso, constitui-se no principal elo de conexão entre as áreas privativas e semi-privativas do hotel com os espaços públicos definidos às margens do rio. Os elevadores possuem uma parada abaixo do térreo do hotel chegando até o andar público da praça inferior. Já do terraço de passeio, localizado na cota -2 metros em relação ao térreo, a ligação com o espaço interno do hotel faz-se através de uma rampa que margeia a torre circular e faz limite com a pele vasada de metal que conforma o espaço coberto do átrio público (img. 25). Esta mesma rampa chega até a cota mais inferior do projeto, correspondente à praça coberta dos restaurantes.

Os espaços públicos e de acesso livre do complexo turístico são constituídos pelo terraço de passeio descoberto e pela praça coberta localizada um pé-direito abaixo. O terraço configura-se como uma praça descoberta próxima às margens do rio, possuindo um eixo único de assento cimentado junto às bordas e poucos elementos paisagístisticos, tornando-se um espaço dedicado a caminhadas e a contemplação da paisagem. Este espaço também possui uma função crucial na conexão entre os diferentes equipamentos da região. Estando na mesma cota da passarela proposta no projeto, o deque absorve o fluxo pedestre vindo da margem oposta do rio e da rua do Porto, tendo o papel de direcionar e interligar os visitantes às atrações da margem norte do rio - o complexo do Engenho Central, o hotel, a praça coberta de alimentação e o terraço de passeio por si próprio.

Em um nível de um pé-direito abaixo do terraço implanta-se a praça coberta de restaurantes, que utiliza-se da laje do deque de passeio como sua cobertura. Localizada na mesma cota do estacionamento do hotel, usufrui das facilidades de acesso viário e estacionamento de veículos, equipamentos requisitados para a viabilidade econômica dos restaurantes instalados no local. Esta praça inferior possui uma ampla área ajardinada, que graças ao vão do átrio externo do hotel, permite que sua arborização seja compartilhada pelos andares superiores correspondentes aos equipamentos de lazer e funcionais do hotel.

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