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secao 4!

Projeto de Edifício para as Artes Cênicas no Parque da Conceição

Claudia Miranda Gonçalves

Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim

RESUMO DO TRABALHO:

O trabalho consiste no projeto de um edifício complementar à Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), localizada no Parque Lina e Paulo Raia, no bairro do Jabaquara. Inserida num contexto de precariedade e insuficiência no que se refere à disponibilidade de ambientes adequados para o exercício de suas atividades, a instituição carrega um histórico de persistência e motivação como forma de transpor as barreiras impostas pelo descaso e abandono por parte do poder público.

O projeto visa suprir essa carência por condições mínimas de ocupação dos espaços através do remanejamento dos mesmos e das funções que ali ocorrem, além de estabelecer uma relação mais direta, fluida e humana com as áreas de convívio e lazer concedidas pelo cenário do parque.

O PARQUE LINA E PAULO RAIA:

Com aproximadamente 18 mil m2, a área constitui um oásis em meio ao caos urbano e a complexos empresariais – o terreno é delimitado pela presença do Centro Itaú Conceição e pela sede da Volkswagen, em extremidades opostas.

A ESCOLA MUNICIPAL DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA (EMIA):

A EMIA – Escola Municipal de Iniciação Artística – foi criada em 1980 e oferece cursos de iniciação às artes para crianças de cinco a doze anos de idade, além de oficinas para adolescentes e pais de alunos. Localizada no parque Lina e Paulo Raia, próximo ao metrô Conceição, seus espaços distribuem-se em três construções dispostas no sentido longitudinal do terreno.

O conjunto abriga salas de aula para dança, teatro, música e artes plásticas e está organizado da seguinte maneira:
Casa 1: administração e cozinha dos funcionários, possui 290m2.
Casa 2: unidade de 600m2 destinada às Artes Plásticas;
Casa 3: conta com 590m2 para aulas teóricas e práticas de dança, teatro e música.

A escola é tida como referência por trabalhar com a integração entre as linguagens artísticas, partindo do princípio de que a experimentação leva ao autoconhecimento e ao desenvolvimento da capacidade de expressão. A criança, num primeiro momento, entra em contato com o universo da arte de forma a exercitar todos os sentidos, num processo de aprendizagem que envolve múltiplas habilidades. Os espaços onde se desenvolvem as atividades, embora haja uma certa organização funcional, caracterizam-se por não estabelecer usos específicos para grande parte das salas, sendo que muitas são convertidas em palco nos fins de semana, quando há apresentações abertas à comunidade. De forma geral, pode-se afirmar que as artes cênicas são as que carecem de locais adequados para a livre expressão corporal e sonora, além de áreas amplas que permitam a montagem de pequenos cenários experimentais e de equipamentos de iluminação. Apesar disso, tanto a administração da escola quanto as Artes Visuais, embora possam ser submetidas a uma melhor organização e hierarquização funcional, possuem suas necessidades bem atendidas pelo espaço que ocupam.

O PARTIDO ARQUITETÔNICO:

Simplicidade, baixa manutenção, espaços contínuos (não necessariamente amplos) porém equipados tecnicamente para abrigar diferentes performances, versatilidade de usos e da relação palco-platéia: essas foram as premissas básicas que conduziram a elaboração do projeto. O Parque da Conceição dispõe de uma área de aproximadamente 18 mil m2 no total, incluindo as unidades ocupadas pela escola de iniciação artística. A inclusão de um novo volume no local deve ser o menos impactante possível, a fim de preservar a área livre existente e de não ofuscar a presença das construções que ali se encontram, já que estas, ao serem mantidas, deverão ter suas características preservadas e inseridas no novo contexto. Por essa razão, decidiu-se pela distribuição de parte das novas funções no subsolo e deixar o térreo acessível ao público em geral, para que seja usado como elemento de conexão entre o antigo e o novo. Os espaços que se desenvolverão no nível térreo serão marcados pela transparência e diálogo mais direto com o meio externo. Além disso, pensou-se que os gabaritos das casas (cerca de 4m) deveriam ser respeitados, fazendo com que seja mantida uma relação coerente entre a altura máxima destas e a do novo prédio.

PROJETO:

O novo edifício para as artes cênicas é composto por um estúdio circular de dança localizado no térreo, um teatro experimental encerrado num volume hexagonal, um auditório para a orquestra com capacidade para 350 pessoas, vestiários, cantina, e um hall comum que conecta todos os níveis do projeto. Todos os ambientes, com exceção do estúdio, situam-se no subsolo a fim de criar uma praça delimitada por uma cobertura hexagonal no térreo.

A característica principal desse projeto é a presença de mezaninos que fazem a transição entre níveis de forma gradual e suave, conectando visualmente espaços dispostos horizontalmente.

Além da inclusão do novo edifício, houve um tratamento para as áreas de recreação do parque, com modificações no percurso e inserção de novos elementos, como um espelho d´água e um deck em continuação com um pátio de uso livre abaixo do estúdio de dança. A eliminação das grades e a criação de uma plataforma em continuação com a linha da calçada completam o processo de fortalecimento de relação com o entorno.

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