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secao 4!

Edifício de Uso Misto

Fernando Ken Otsuka

Fábio Mariz Gonçalves

Projeto de Edifício de Uso Misto em São Paulo - SP, contemplando Habitação, Escritórios, Galeria Comercial e Espaços Livres, assim como ligações com o sistema de transporte público metropolitano, e respectivos usos complementares para a exequibilidade e manutenção do edifício.

O local de estudo escolhido foi o bairro do Paraíso, São Paulo - SP, à esquina da Av. Bernardino de Campos com a R. Correia Dias, também delimitada pela R. Cubatão e Av. 23 de Maio, em frente à Estação Paraíso do Metrô. A região recebe grande influência da Av. Paulista, notadamente um pólo financeiro e econômico da capital paulista.

O desenvolvimento do estudo preliminar foi delimitado em função do potencial construtivo decorrente da Lei de Uso e Ocupação do Solo e do Plano Regional Estratégico vigentes na Subprefeitura da Vila Mariana, onde se encontra o terreno escolhido, dos quais foram levantados os índices urbanísticos de Coeficiente de Aproveitamento, Taxa de Ocupação e Permeabilidade, Recuos e Gabarito.

A partir destes dados, foi elaborado um anteprojeto visando o programa escolhido pelas premissas iniciais, determinando a implantação de dois edifícios distintos e sobrepostos sobre uma galeria comercial que, por suas respectivas volumetrias, formam um conjunto de espaços livres com diversas relações entre o público do próprio programa, assim como de seu entorno urbano.

Estes edíficios dividem e dialogam as premissas do programa: a Lâmina Residencial, a Torre Comercial e a Galeria Comercial; e os dois espaços livres decorrentes da implantação do conjunto: a Praça Interna e a Praça Externa.

O projeto proporcionou uma série de desafios: a implantação e sua relação com o entorno; seu diálogo com a Estação Paraíso; conciliar o acesso do público aos edifícios; suas características físicas, como o grande desnível existente entre os extremos do terreno escolhido.

A Lâmina Residencial possui duas tipologias distintas que buscam atender um maior escopo de público, e caracterizam-se pela modulação estrutural clara e pela planta livre. A despeito de suas dimensões compactas, ambas atendem às necessidades do viver urbano e das relações sociais familiares.

A Torre Comercial, que também busca a flexibilidade da planta livre, ganha diversidade através do projeto das unidades-tipo, que podem ser conjugadas criando uma série de combinações diferentes de uso do pavimento-tipo.

A Galeria Comercial é dividida em dois segmentos: em parte, atende à Lâmina Residencial como um Bloco de Lazer, onde se encontram diversas salas multi-uso e piscina; em outra, atende às Praças Interna e Externa, oferecendo salas para comércio e serviços.

Estas praças compartilham a função de distinguir o público residente e itinerante, evitando privar-lhes da livre circulação pelo conjunto, sem no entanto deixar de caracterizar o espaço privado do espaço público. Assim, a Praça Interna serve ao propósito de permitir o acesso aos edifícios, voltada para o interior do conjunto, enquanto a Praça Externa volta-se para a cidade e integra-se ao conjunto de espaços livres existentes no entorno.

Mais que mero Trabalho Final, o desenvolvimento deste ajudou-me a encontrar os meios e objetivos de projeto que disponho e almejo. Foi um processo longo e, em muitos momentos, doloroso; mas vê-lo atingir um fim assegura-me o sucesso do aprendizado acadêmico na FAUUSP, dos diversos estágios profissionais dos quais participei, dos diversos professores de quem aprendi a compreender melhor a arquitetura.

Do ponto de vista pessoal, meu maior desconforto foi descobrir e conciliar os limites do tempo e das idéias. Ao longo dos semestres de desenvolvimento deste trabalho, vi minha mente desprender-se de conceitos utópicos, de ferramentas de projeto, e soluções arquitetônicas.

Aprendi melhor a encarar os limites pessoais e externos como parte do desenvolvimento profissional, e a admitir que qualquer projeto, tal qual o próprio Arquiteto, carecem de tempo e maturidade para se determinarem “prontos”.

Acima do próprio projeto, foi minha maior tarefa entender que não há conhecimento absoluto ou solução perfeita: somos todos eternos alunos e professores, sempre algo a aprender ou aprimorar.

Isto se reflete neste Trabalho Final com as diversas possibilidades que surgiram ao longo do projeto e, apesar de suas qualidades, não foram adotadas. Soluções alternativas, por exemplo, à Galeria Comercial, cujo caráter público pode ser ampliado ao substituir o Bloco de Lazer por usos diversos, como maior quantidade de lojas, bares, restaurantes ou cinemas; a própria Lâmina Residencial transformada em flat, que pode ser abastecida por uma série de serviços complementares no próprio Bloco de Lazer; ou o desenho da malha de circulação da Praça Interna, extendendo a discussão do espaço público/privado.

Entendo tal flexibilidade como uma qualidade do projeto – que apesar de estar fora do escopo estipulado, mostrou-se capaz de atender outras demandas programáticas –, até então um resultado inesperado e de grande satisfação pessoal, refletindo algum sucesso na forma de projeto e de execução deste Trabalho Final.

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