Optou-se pelo terreno da praça Rosa Alves da Silva, localizado no bairro da Aclimação, em São Paulo. A praça ocupa uma quadra inteira, e é limitada pela Rua Guimarães Passos, Rua Dr. Rafael Caramuru Lanzelloti, Rua José do Patrocínio e Rua Machado de Assis.
Há diversos motivos para a escolha deste local para desenvolvimento do projeto. Entre eles, o fato de ser um local muito bem conhecido por mim, até mesmo pela proximidade da minha residência. Trata-se de uma região fortemente residencial, com presença de pequenos comércios e serviços, principalmente na Rua Machado de Assis.
Além disso o terreno encontra-se em uma região muito próxima às estações de metrô Ana Rosa e Vila Mariana. Também está próximo ao Cemitério da Vila Mariana, e ao Parque da Aclimação.
Esta praça também acabou por ser um atrativo para o desenvolvimento do projeto justamente por estar atualmente abandonada. Portanto o projeto serviria de revitalização para esta. Vale lembrar que esta praça já foi cenário de uma revitalização, após já ter sido utilizada para garagem dos ônibus da CMTC.
Atualmente, no entorno da praça há apenas dois prédios. Sendo um deles mais antigo, e com um gabarito mais baixo, enquanto o outro é mais recente, e ao mesmo tempo, mais alto. Com exceção destes dois prédios, todos os edifícios do entorno são sobrados e casas térreas.
Um dos aspectos mais importantes da praça é a sua atual topografia, e portanto consequentemente, sua atual inserção no contexto urbano. Hoje a praça mais parece um obstáculo na cidade do que um local de contemplação, relaxamento, transposição, encontro, etc.
Projetos semelhantes ao desejado foram encontrados e pesquisados, de forma que possibilitasse um melhor entendimento do programa de uma biblioteca. Estes estudos possibilitaram que algumas visitas à projetos de bibliotecas em São Paulo fossem feitas, aprofundando o tema. Com isso pode-se também desenvolver um programa que seria o ideal para o terreno escolhido.
Portanto deu-se início aos estudos de partido iniciais. Foram realizados estudos de fluxos, estudos volumétricos, estudos de massas, estudos de insolação, etc. Também foi feita uma maquete física que desse suporte a esses estudos. Por fim, no período de transição do TFG I ao TFG II havia-se chegado à 03 possíveis soluções.
Através das tentativas anteriores ficou claro o partido. Apenas um prédio, sendo que este prédio iria fazer a transposição do ponto mais alto do terreno (esquina entre a Rua Guimarães Passos, e Rua Dr. Rafael Caramuru Lanzelloti) até os pontos mais abaixo. O restante do terreno seguiria um conceito de que não deveria receber nenhuma alteração, deixando a implantação mais limpa e objetiva.
A partir deste instante o projeto começou a andar naturalmente, partindo de croquis, para desenhos detalhados em escalas mais precisas. Ao mesmo tempo revisões iam sendo feitas quando necessário, alterando e/ou adaptando algum ponto do projeto que demandasse esse cuidado. No entanto, é importante destacar, que a partir deste ponto o partido manteve-se inalterado.
Ao mesmo tempo que o detalhamento do projeto aumentava, foi decidido que seria de extrema importância que houvessem vãos internos ao prédio, e na cobertura houvesse algum tipo de iluminação zenital.
Decidiu-se por uma estrutura convencional de pilares, com lajes nervuradas, sendo toda a estrutura de concreto armado.
Por fim, consegui-se chegar a uma solução onde um transeunte conseguisse utilizar o prédio em qualquer horário do dia, para transpor o enorme desnível do local, sem ter que dar a volta pela rua. Ao mesmo tempo esse transeunte não teria acesso à biblioteca em si sem ser em horário comercial.
Com todos os estudos e desenhos iniciais prontos, passou-se para o estudo preliminar. Esta etapa foi a de desenvolvimento final.. É importante ressaltar aqui que houve a pretensão inicialmente de desenvolver o projeto até o nível executivo.
No entanto, no desenvolvimento do mesmo, percebeu-se que seria de muito mais valia definir à fundo como deveria ser o estudo preliminar com as devidas revisões, do que executar uma idéia imprecisa até os seus pormenores.
Por fim, nesta etapa foi desenvolvida uma maquete eletrônica, que facilitou a visualização de alguma incompatibilidade volumétrica não enxergada nos desenhos técnicos.
Finalmente desenvolveu-se um caderno que possibilitasse o rápido entendimento do trabalho, de forma prática. A apresentação foi pensada para que um leigo pudesse entender o projeto. O caderno em si foi elaborado para que desenhos técnicos e folhas de resumo do projeto pudessem ser armazenadas juntas, e se fosse preciso adicionar ou alterar algo, seria facilmente possível.
Projeto – Biblioteca de médio porte
Bairro – Aclimação
Endereço – Praça Rosa Alves da Silva
Autoria do projeto – Paulo Renato Drubi de Queiroz Pinheiro
Área do terreno – 15.300m²
Área de projeto – 9.500m²
Número de pavimentos – 03
Capacidade de acervo – em torno de 30.000 exemplares
Programa - Acervo, hemeroteca, consulta on-line, computadores de livre uso, acervo infanto-juvenil, acervo de livros raros, administração, almoxarifado, sanitários, vestiários, auditório.
Produto final – Plantas de todos os pavimentos, implantação, 02 cortes transversais, 02 cortes longitudinais, 04 elevações, maquete eletrônica.
