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secao 4!

Casa para apresentações musicais

Rafael Dezan de Abreu

Helena Aparecida Ayoub Silva

No início, o tema do meu Trabalho Final de Graduação era elaboração do projeto de um bar para apresentações musicais, localizado na Rua Camburiú, esquina com a Rua Cerro Corá, na Lapa. Complementando o projeto do bar haveria também uma loja de CD´s e DVD’s, caracterizando o edifício não apenas como um bar, mas sim como um pequeno centro musical. Contudo, ao longo do processo houve uma alteração na proposta, a loja de CD’s foi substituída por um pequeno museu destinado também à música.

A escolha desse tema deve-se a um interesse pessoal por música, e a uma vontade de projetar um local interessante e adequado para realização de apresentações musicais. Por ser músico e já ter me apresentado em diversos lugares, notei que poucos têm estrutura adequada para proporcionar música ao vivo.

Portanto, foi projetado um local onde os músicos tenham espaço suficiente para apresentar-se confortavelmente, e onde a acústica seja pensada de forma que o som sofra o mínimo de prejuízo possível, seja por interferência externa ou interna ao bar, provocada por materiais e revestimentos que reflitam ou absorvam demasiadamente as frequências sonoras. Outra preocupação com relação à acústica foi evitar que o som escape de dentro para fora do bar, para não incomodar a vizinhança, e também para que o bar não seja obrigado a desligar a música ou a fechar mais cedo devido ao PSIU (Programa de Silêncio Urbano).

Existe uma grande variedade de bares e restaurantes na cidade de São Paulo, cuja maioria encontra-se concentrada em alguns pólos, como é o caso da Vila Madalena, do Itaim, do entorno da av. Paulista, da rua Augusta

O terreno escolhido para a realização do projeto localiza-se na esquina da rua Camburiú com a rua Cerro Corá, Lapa. O terreno está em uma zona de uso misto de alta densidade, portanto, segundo o plano regional estratégico da subprefeitura da Lapa:
- o coeficiente de aproveitamento máximo é de 2,50 ;
- a taxa de ocupação máxima é de 0,5% ;
- a taxa de permeabilidade mínima é 0,15% ;
- recuos mínimos de 5 m ;
- e não há limite máximo de altura.

O projeto final partiu do desenvolvimento dos estudos preliminares e dos partidos adotados. A grande diferença, foi a substituição da loja de CDs e DVDs por um museu destinado a exposições relacionadas à música. Isso se deu, devido ao fato de o terreno ser muito grande com relação ao projeto proposto, e de seu potencial.

O museu foi resolvido em dois andares, estando o bar sobre o museu. Dessa forma, conseguimos levantar o bar, não só melhorando significativamente a vista que se tem da cidade para o leste, a qual já era muito boa, como conseguimos no segundo andar do bar e na cobertura, abrir a vista do oeste, para além da praça Valdir Azevedo.

A implantação é semelhante às dos estudos preliminares. Da cota 0,00 (nível de quem chega pela Cerro Corá), temos um patamar de chegada para o bar. Subindo até a cota 0,90 chegamos ao nível de entrada do bar. Uma escada sobe rente ao edifício, dando acesso à cobertura mirante.

Ao virar da rua Cerro Corá para a rua Camburiú, seguindo pela inclinação da rua, chegamos à cota -9,00, que é o nível de chegada do museu. Nesse nível temos uma pequena praça, que pode ser até um jardim de esculturas.

A rampa de acesso à garagem continua na mesma posição. Há uma rampa que dá acesso ao estacionamento (cota – 14,00), e uma outra que leva à área de carga e descarga (cota -19,00). Esses dois andares não são de acesso público, pois é previsto que seja utilizado o serviço de valet.

Dois elevadores atravessam todo o edifício, mas seu funcionamento é programado para atender apenas os andares do museu durante o dia, e os do bar durante a noite, exceto em situações especiais (como no caso de estar ocorrendo carga ou descarga de equipamento para o bar durante o dia por exemplo).

Em visita ao local pude observar que apenas uma pequena parte da vegetação original ainda existe, portanto essa área será mantida intacta. Trata-se do fundo do terreno (leste) e da lateral (sul). Com essa área, somada à área do talude entre no nível do bar e o do museu, temos 1.122,81 m². Isso fica muito além dos 457,5 m² exigidos pelo zoneamento.

No projeto final, a estrutura passou a ser em concreto armado. Foi pensada uma estrutura com pilares octogonais nos quais as vigas podem chegar a 45° e a 90°. Os pilares foram dispostos de acordo com uma grelha ortogonal de 6m em 6m.

As paredes serão em tijolo cerâmico aparente. Esse sistema de paredes maciças e pesadas tem um desempenho muito bom quanto ao isolamento acústico.

A fachada sul não tem muitas aberturas, pois é a face que está mais próxima do vizinho, não tem vista nem iluminação natural interessantes.

A fachada leste é toda envidraçada, pois é a face cuja vista é mais interessante. Porém no museu foi necessária a utilização de brises, pois a incidência de sol na parte da manha era muito intensa. No bar isso não foi necessário pois seu funcionamento será principalmente noturno.

Nas fachadas norte e oeste haverá aberturas, porem serão janelas horizontais que não abrem, e estarão altas. Elas funcionarão apenas para iluminação natural, não terão função de ventilação (exceto nos banheiros e na cozinha), nem de mirante.

Esse projeto prevê a utilização de ar-condicionado, tanto para o bar quanto para o museu. Optei por utilizar o sistema VRV (Volume de Refrigerante Variável). Esse é um sistema de ar-condicionado moderno, ideal para edificios comerciais de médio e grande porte. O sistema VRV é umsistema do tipoo Split, no qual há apenas uma unidade externa ligada a diversas unidades internas. Assim, o ar condicionado localiza-se apenas no nivel de carga e descarga, e é distribuido para o resto do edifício. Ele é ideal para esse projeto pois não ocupa muito espaço, e não causa ruido para o bar.

Por fim, todo o projeto visa ser acessível a toda a população, e procura sempre estar de acordo com as normas da NBR9050.

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