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secao 4!

MInha Casa, Nossa Bacia:

tradição e sustentabilidade no manancial

Andréa Conard Muscat

Alexandre Delijaicov

A água foi o motivador inicial da temática deste trabalho, que aparece como elemento vital nas cidades e fora delas, o modo como é utilizada, como deveria ser utilizada, como impõe-se que seja utilizada.

A região da Billings acaba por ser “vítima” e palco da precarização das condições de vida, devidas, principalmente à falta de investimentos do Estado.

A criação dos mananciais, com intenção de atrair o capital industrial, é mais um dos inúmeros exemplos da omissão do Estado, ambiental e socialmente.

Não houve nesse trabalho, a pretensão de solucionar todas as questões que envolvem a problemática desse contexto, entendendo que para isso, seria necessária uma política generalizada de atuação que cabe aos Comitês participativos de Bacias e Sub-Bacias lutando, assim, como usuários da região que são.

Fez-se necessário um embasamento histórico dessas formas principais de apropriação das águas na região. Percebidas ao longo das visitas, as maneiras com as quais se instalou e se criou nas várzeas – tanto do ponto de vista de obras na área, quanto da expulsão das classes pobres para a periferia - são atreladas a interesses específicos.

Decidimos por considerar também ao longo do trabalho, os desenhos e formatos naturais da represa e dos corpos d’água, assim como a necessidade de espaços livres, que sejam coletivos, e que tenham a preocupação em se valorizar não só uma cultura existente, uma rotina, uma tradição, mas a questão geográfica e ambiental.

O histórico da região está atrelado à industrialização da região, e ao inevitável crescimento da população, gerando uma demanda por energia que é resolvida com a construção dos mananciais da Guarapiranga e posteriormente da Billings.

Apesar do trabalho ter como premissa “fugir da escala técnica” logo ao início, procuramos nos debruçar um pouco sobre o histórico geral de legislações ambientais que relativas ao manancial, com a função de nos elucidar quanto à ausência da “escala local” nas legislações, e sua tendência a ser instrumento de reafirmação dos interesses de sistemas políticos dominantes.

A realização de mapas, como o da EMPLASA ou o do GEGRAN, ou mesmo a foto aérea, e suas sobreposições, nos permitem chegar a conclusões muito elucidativas quanto aos processos e tipos de ocupação.

Além da eficácia das Bacias e Sub-bacias como elementos que definem áreas de estudo e atuação nos corpos d’água, vimos como um bom começo.

Fizemos então mapeamentos de usos do solo elegidos como mais recorrentes, e de pontos naturalmente significativos do manancial, as pontas de península e os fundos de braços.

Os usos do solo que mapeamos foram escolhidos em função das observações que se evidenciaram ao longo do processo como mais importantes, recorrentes e atuantes nas margens do manancial.

Foram eles: as ocupações antrópicas (habitação, comércio, manchas urbanizadas) de média e alta densidades, a agricultura, a indústria, os aterros de extração e de descartes e os equipamentos de lazer e cultura.

A partir dos usos elegidos, fomos acrescentando algumas propostas projetuais para que houvesse melhorias, mesmo manutenção e preservação de alguns aspectos ligados à vida no entorno do corpo d’água, a procura de convivências melhores entre populações, e maior sinergia entre os mesmos.

Para os aterros e galpões industriais: mirantes e equipamentos de lazer, esportes, e música, assim como áreas de replantio e memória da região.

Para a habitação, a pesca e o comércio: tetos-jardim como meios de compensação ambiental, passarelas reforçando o caminho antigo, mas, sobrepondo pedestres aos automóveis, piers e diques para lazer locais e novos meios de transporte.

Para o futebol: mais espaço.

Para o turismo e cultura: valorização da cultura e tradições locais, manutenção de atividades como a agricultura e vida indígena na região.

Após essas constatações em campo, e propostas pontuais somadas às argumentações teóricas, fomos mergulhando mais às questões ligadas a determinadas localidades. Essa mudança de enfoque foi em função de termos encontrado a partir das robservações, localidades de confluência dessas atividades características, conformando a cultura e especificidades das margens, somadas às questões urbanísticas igualmente determinantes das mesmas.

Notamos que dentro das propostas projetuais, o conceito de “alagados” deveria estar inserido. Ao estudar esse conceito, percebe-se que a Bilings, nada mais é do que um grande alagado artificial.

A maneira para colaborarmos com isso, seria nos utilizando ao máximo das águas da represa, gerando movimento, trazendo luz e oxigênio, naturalmente.

P e d r e i r a

De suma importância para a formação do manancial e da região, como se conformou, e foi desejada pela Light, a “criadora” da represa.

Usina elevatória de Pedreira, cuja estrutura esta inserida nos limites entre o rio e o manancial.

Porto, ponto de encontro, equipamento de esporte, instalações para ensino e pesquisa, seriam ideais para essa área. Recepção de produtos a ser enviados para a cidade mais adensada também poderia ocorrer aqui, em função dessa sua posição estratégica.

“RIACHO NOVO”

Um canteiro de obras dentro do manancial. Local de grande impacto, entre áreas de Mata Atlântica e habitações, manancial e rodovias.

A proposta nesse local seria de um “equipamento-subversão”. Um espaço para a feira de orgânicos dos agricultores da Zona Sul, que é uma demanda latente da região.

Ensino, pesquisa e lazer juntos, num mesmo “canteiro” de obras.

O Novo sentido do rio, o “Riacho Novo”.

B a l s a d o B o r o r é

Comércio e atividades de lazer e trânsito acontecem ao longo de todo dia todo na balsa.

Tratamentos alternativos de água e esgoto, micro estações, como um projeto de educação ambiental.

A maquete realizada a partir da metodologia descrita no trabalho, foi feita para ser levada a alguns dos moradores e comerciantes da balsa, e como elemento de percepção do terreno, para projeto. Uma atividade de auto-conhecimento, conhecimento do local em que se insere, para levar o trabalho mais à frente.

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