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secao 4!

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES METROPOLITANOS COMO ELEMENTO ESTRUTURADOR DO ESPAÇO URBANO

BRUNO TAIAR DE CARVALHO

KLARA ANA M. KAISER MORI

Esse trabalho final de graduação procura discutir a importância das infraestruturas como elementos determinantes na organização do espaço, entendendo a cidade como o local propício à produção e à reprodução social e, portanto, suporte para o desenvolvimento de uma sociedade. A construção das infraestruturas urbanas nada mais é do que a construção da própria cidade, a transformação do território, sendo o espaço urbano produto de um processo histórico, ou seja, produto do próprio trabalho humano.

No espaço, o alcance e a disposição das infraestruturas correspondem a uma forma de organização, localizando os diferentes usos e articulando-os dentro das aglomerações urbanas, sendo o nível de estruturação do espaço e o patamar de serviços assegurado por essas infraestruturas o próprio potencial deste como suporte dos fenômenos urbanos.

Particularmente, as infraestruturas de transporte atuam de forma decisiva na organização do espaço, uma vez que definem a articulação do conjunto das localizações que o constituem e, consequentemente, o padrão dos deslocamentos de pessoas e mercadorias no território. Em suma, condicionam e refletem o nível de reprodução social.

O tempo gasto com os deslocamentos dentro da grande São Paulo é determinante para a ocorrência (ou não) da urbanidade em sua plenitude. O atual quadro de escassez e a precariedade do sistema de transporte se refletem nos baixíssimos índices de mobilidade divulgados recentemente. Refletem-se, também, em um espaço físico desigual e fortemente segregado. Mais do que os altos índices de congestionamento e lentidão de tráfego, é este aspecto segregador e diferenciador da forma de organização do espaço que promove sua ineficiência crônica. Generalizando: o conjunto, do sistema de transporte implantado condiciona o desenvolvimento das aglomerações urbanas brasileiras, e consequentemente, do país como um todo.

A diferenciação do espaço, a segregação e a baixa mobilidade da população representam uma opção de organização social. No contexto do capitalismo contemporâneo, sendo as aglomerações urbanas os grandes palcos dos processo de produção e reprodução social, o funcionamento precário das cidades brasileiras responde às especificidades desta sociedade, obstaculizando historicamente o pleno desenvolvimento do país. A superação desse entrave está associada a um processo de transformação da própria sociedade.

Ao longo do período de estudo das questões centrais a respeito da organização do espaço, o entendimento das formas de construção e transformação desse espaço se esclareciam, possibilitando a aplicação do conhecimeto apreendido na forma de uma proprosta concreta. A análise mais aproximada da Região Metropolitana de São Paulo amparou a elaboração dessa proposta em suas diretrizes projetuais e parâmetros de planejamento urbano.

Como reflexão sobre a atuação do profissional arquiteto urbanista o que marca é a discussão a respeito do espaço construído, transformado segundo as necessidades constantes de reorganização de uma sociedade. O entendimento das questões urbanas em escala metropolitana contribui para a consolidação de uma postura crítica diante das formas de atuação como construtor.

Ao longo do cursos de arquitetura e urbanismo dessa faculdade, temos poucas chances de realmente nos concentrarmos em um assunto de interesse dispondo de tempo hábil suficiente para desenvolvermos um trabalho a contento. Nesse sentido, esse trabalho me proporcionou uma chance de estudar questões fundamentais a respeito da própria profissão de arquiteto e sua função social de qualificador do espaço.

O entendimento do espaço construído como reflexo das manifestações de uma sociedade me permitiram um reflexão profunda sobre a amplitude desse raciocínio. O planejamento urbano como organização da produção no espaço condiciona a totalidade dos processo de produção e reprodução social que nele têm o seu suporte. Estrapolar a análálise do quadro de precariedade das infraestruturas metropolitanas para os entraves ao pleno desenvolvimento das forças produtivas no Brasil representou um salto qualitativo na minha formação como arquiteto, urbanista, mas também como cidadão. Como estudante de arquitetura de uma universidade pública podemos eventualmente assumir esse compromisso de reflexão sobre aquilo que diz respeito a todos, que é de âmbito coletivo.

Nesse trabalho pude refletir sobre questões que sempre me instigaram, algumas relativas à própria cidade de São Paulo, o Brasil, como esse país funciona, ou não funciona. Um país com quase 191 milhões de habitantes e com tamanha improdutividade e desigualdade. São contradições que eu passei a compreender um pouco melhor.

Como projeto, a proposta de ampliação da rede metroviária paulistana em cerca de 350 Km pressupõe drásticas transformação sociais em escala nacional. Estudar a construção do espaço como manifestação da própria sociedade brasileira nos possibilita a compreenção das possibilidades de mudança, como agente diretamente associados à conformação do espaço.

Agradeço muito à Klara, minha orientadora nesse trabalho, pelo acompanhamento dedicado e cuidadoso diante das minhas interpretações sobre tais questões. Durante todo o processo de desenvolvimento do trabalho a preocupação com a compreenção dos fenômenos urbanos de forma sistemica esteve sempre presente.

Constata-se que o desempenho eficiênte do espaço urbano proporciona as condições de fluidez necessárias ao desenvolvimento da sociedade por meio de suas forças produtivas, sejam essas necessidades diretas ou indiretas.

Faz-se necessária a discussão, portanto, das formas pelas quais as infraestruturas estão sendo providas na região metropolitana de São Paulo, construindo um pensamento crítico diante da produção do espaço urbano e estudando formas de aprimoramento. A idéia de que a abundância de infraestrutura possibilita o desenvolvimento pode parecer óbvia, mas ainda esbarra em circuntância que caracterizam a sociedade brasileira e a forma como o Estado se posiciona diante dessas questões.

O traballho apresentado procurou explicitar o processo de construção do espaço urbano, como ampliação do alcance das infraestruturas, particularmente das infraestruturas de transporte. A abrangência dessas estruturuas confere integridade ao território, incluindo suas diversas localizações e consolidando-o como mercado unificado.

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